Está confirmado: Roglic vence pela quarta vez a Vuelta
Roglic venceu a Vuelta pela quarta vez na carreira (JAVIER LIZON/EPA)

Está confirmado: Roglic vence pela quarta vez a Vuelta

CICLISMO08.09.202418:34

Ciclista esloveno segurou a camisola vermelha no contrarrelógio final

Primoz Roglic inscreveu o nome a vermelho na história da Volta a Espanha. Desde ontem, o ciclista da Red Bull-Bora junta-se a Roberto Heras como os únicos capazes de vencer quatro vezes a prova cuja 79.ª edição se encerrou com um contrarrelógio de 24,6 km, num circuito montado no centro de Madrid com final na Gran Via. O esloveno de 34 anos, que também conta no currículo com uma vitória no Giro (2023), confirmou o triunfo com uma prova em que atacou com o objetivo de vencer, mesmo tendo partido com mais de dois minutos de vantagem para o segundo classificado, o australiano Ben O'Connor.

Roglic não venceu o crono porque houve um supersónico Stefan Kung, suíço que completou o percurso plano em 26,28 minutos, menos 31 segundos do que Roglic, para reclamar, aos 30 anos, a primeira vitória de sempre numaetapa de uma das três grandes voltas. Ainda assim, o novo recordista de triunfos na Vuelta conseguiu aumentar a vantagem para a concorrência, num dia em que não houve mexidas no pódio. Ben O'Connor (Decatlhon-AG2R), que liderou a corrida durante 13 etapas e perdeu a camisola vermelha na antepenúltima etapa, segurou o 2. lugar a 2.36 minutos do vencedor, sobrando para o espanhol Enric Mas (Movistar) o 3.º lugar, a 3.13 minutos.

A título de curiosidade, mas também relevante, referir que o tetra de Rogliz na Vuleta representou numa situação pouco habitual: em 2024 as três grandes voltas foram ganhas por ciclistas eslovenos. Foi o pleno para uma pequena nação que continua a dar cartas no desporto, depois de Tadej Pogacar ter conquistado o Tour e o Giro.

Nélson Oliveira prossegue o pleno nas grandes voltas

O ciclista português Nélson Oliveira terminou o contrarrelógio final no 19.º lugar, o que lhe permitiu subir uma posição na classificação geral para 73.º. Mas mais relevante do que o resultado do corredor de Vilarinho do Bairro é o percurso imaculado que leva no World Tour. Aos 35 anos, participou na 21.ª grande volta da carreira e confirmou um registo sublime: concluiu todas!

«Quinta vitória? Ficaria bem!»

No final, num suspiro de alívio de um ciclista que apesar de tantos triunfos tem sido perseguido por quedas e lesões em momentos importantes, Roglic revelou o contentamento pelo triunfo que lhe valeu o recorde, em igualdade com Heras. «É bonito! Agora só quero desfrutar. Foi muito duro, mas correu bem e estou muito contente com isso. Ir à quinta vitória? Sim, ficaria bem. Parece que nunca é suficiente, mas conseguir ganhar a Vuelta quatro vezes já é uma loucura!», sublinhou.

Quem também não escondeu o orgulho pelo que conseguiu foi Ben O'Connor. O australiano foi o único que conseguiu ameaçar o favoritismo desde o início atribuído a Roglic, depois de ter arrebatado a camisola vermelha e imposto mais de três minutos de vantagem. É verdade que não segurou até ao fim a liderança, mas nada apaga o que ele fez. «Sou um homem muito orgulhoso. Fiz o meu trabalho muito bem e ainda nem acredito que acabei com o 2.º lugar. Houve uma altura em que pensei que se conseguisse estar ao meu melhor, seria difícil, mas possível [vencer], mas foi uma das corridas mais exigentes que fiz em toda a minha vida. Por isso, definitivamente, não sinto que tenha perdido a Vuelta, alcancei, sim, algo único. Acho que estas três semanas serão um momento decisivo na minha carreira», analisou.

De referir que a UAE Emirates, do português João Almeida, que abandonou a prova na 9.ª etapa devido a covid-19, subiu três vezes ao pódio: venceu a classificação coletiva, Jay Vine arrecadou a camisola de montanha e Marc Soler venceu a combatividade.