Camila Rebelo: «É o momento do rebuçado»
Nada, hoje, a final dos 200m costas após tirar quase 3s ao recorde. Estafeta de 4x50m estilos 5.ª com duplo recorde máximo nacional. Mariana na meia-final dos 200m mariposa
«Já não nadava os 200 costas em forma há dois anos porque, na época passada, fiquei doente no Nacional e só consegui ir aos 100 [costas]. Mas após em 2022 ter feito 58,44s aos 100 metros, sabia que conseguiria melhor do que 2.07m de certeza. O problema é que existem sempre variáveis…» começou por contar a A BOLA Camila Rebelo, para quem, ontem, no segundo dia do 22.º Europeu de Otopeni-2023 em piscina curta, afinal não existiram imprevistos. Nadou por duas vezes os 200 costas e em ambas melhorou o seu recorde nacional, qualificando-se ainda para a final de hoje à tarde.
Tendo partido para a Bulgária com o máximo nacional de 2.07,58m, obtido nos Nacionais de 2021, logo nas eliminatórias Camila, 20 anos, baixou-o para 2.06,79, o que a apurou para as meias-finais com o 10.º tempo entre 26 participantes. Mais tarde, voltou a derrubar a fasquia que fixara ao parar o cronómetro nos 2.05,44m e com isso fechar o lote das finalistas liderado pela britânica Medi Harris, 2.02,58.
«Quando fui nadar as eliminatórias não estava propriamente a pensar bater o recorde. Só queria fazer o melhor para ir à meia-final. Mas como fui na última série, percebi que a qualificação estava forte e tinha de dar tudo», conta a nadadora do Louzan, já com visto para os Jogos de Paris-2023, precisamente nos 200 costas. «Depois foi falar com os meus treinadores e ver quais eram os pontos que teria de melhorar. Foi o que fiz. É muito bom», diz rindo-se.
«Sim, este é o meu primeiro Europeu de curta, mas é sempre bom nadar uma final. Uma honra figurar no top 8. Agora é disfrutar dela ao máximo. Será ainda mais imprevisível, até porque quase entre todas existe só 1 segundo/segundo e meio de diferença», destaca. E sente que consegue ir buscar esse segundo? «Tudo é possível…», deixa no ar com outra pequena gargalhada. «Estou-me a sentir bem. Sinto-me fixe! Agora é disfrutar o momento. Como o Gonçalo e o Vítor [treinadores] disseram, é o momento do rebuçado. Trabalhei bem os últimos anos e este último macrociclo especialmente para a piscina curta. Por isso é aproveitar o que é competir com os grandes. Incluindo nós, Portugal», concluiu a estudante de medicina.
Mas o dia foi igualmente profícuo em termos de recordes nacionais pois também o quarteto masculino dos 4x50 estilos não perdeu a oportunidade de superar o recorde nacional em duas ocasiões. A segunda na final em que João Costa (23,90s), Gabriel Lopes (26,64), Diogo Ribeiro (22,35) e Miguel Nascimento (20,93) alcançaram o 5.º lugar (1.33,82m), atrás do campeão Itália (1.30,78), que repartiu o pódio com a Grã-Bretanha (1.32,60) e Países Baixos (1.33,03), ficando a Noruega (1.33,64) no 4.º posto. De manhã, os mesmos nadadores haviam baixado o máximo com 1.34,99, qualificando-se no 4.º lugar entre 16 países.
Realce ainda para a presença na meia-final dos 200 mariposa de Mariana Cunha. Com 2.10,47m, a nadadora do Colégio Efanor melhorou os 2.10,66 que trazia da eliminatória e a havia deixado em 14.ª entre 21 participantes, mas apenas permitiu subir ao 13.ª lugar, ficando aquém dos 2.09,30s que detém como máximo pessoal. O recorde pertence a Ana Monteiro (2.05,74) desde os Mundiais de Hangzhou-2018.