Camila deixa no ar: «Não é impossível ser finalista nos 200m costas»
Fotografia FPN/Simone Castrovillari

ENTREVISTA Camila deixa no ar: «Não é impossível ser finalista nos 200m costas»

NATAÇÃO10.02.202422:52

Seleção de natação pura começa, este domingo, a competir no Qatar e, tal como Diogo Ribeiro, a nadadora do Louzan quer chegar à luta das medalhas. Mas não só, se possível, ainda conseguir uma segunda prova para nadar nos Jogos de Paris-2024 e ajudar Portugal a qualificar a estafeta de 4x100 estilos.

Além de Diogo Ribeiro, que, este domingo, no arranque da natação pura no 21.º Mundial Doha-2024, tem logo as eliminatórias dos 50 mariposa, prova na qual foi prata no 20.º Campeonato do Mundo de Fukuoka-2023 há apenas sete meses - e existe a expectativa do que conseguirá nos 50 e 100 livres, assim como os 100 mariposa num campeonato em que não sofreu qualquer contratempo na preparação -, Camila Rebelo é outra nadadora que, além de ambicionar às meias-finais, meta fixada para quase todos os nove elementos da Seleção que competirá no Aspire Dome, pisca também o olho à final dos 200 costas. 

Distância em que já está qualificada para os Jogos de Paris-2024 e, em dezembro, foi 5.ª no Europeu de Otopeni-2023 em piscina curta. Evento em que foi igualmente finalista nos 100 costas e bateu quatro recordes individuais. Três deles nos 200m. 

A evolução da nadadora do Louzan, de 20 anos, tem sido consistente e prometedora e este será o seu segundo Mundial sénior. O anterior, em julho, no Japão, não correu tão bem como desejava. Será que desta vez sente que vai numa diferente situação? «Não sei… Acho que vou com a mesma mentalidade. Claro que o grande objetivo da época são os Jogos Olímpicos e quando se compete num Mundial, normalmente, tem-se como objetivo fazermos os mínimos olímpicos ou aproximarmo-nos deles. Mas como já os tenho… não terei de competir com esse peso. Por isso é só mesmo fazer o melhor possível», declarou a A BOLA a recordista nacional dos 100 e 200 costas.

SELEÇÂO NACIONAL

Ana Rodrigues -Desportiva de Viana
50 e 100 bruços

Camila Rebelo - Louzan Natação
50, 100 e 200 costas

Francisca Martins - Foca
200 e 400 livres

Mariana Cunha - Colégio Efanor
100 e 200 mariposa

Tamila Holub - Sp. Braga
800 e 1500 livres

Diogo Ribeiro - Benfica
50 e 100 livres, 50 e 100 mariposa

Gabriel Lopes - Louzan Natação
100 costas e 200 estilos

Francisco Quintas - Sporting
100 bruços

Miguel Nascimento - Benfica
50 livres

Distâncias que nadará no Qatar, assim como os 50 costas e a estafeta de 4x100 estilos. Nesta com o objetivo de colocar Portugal entre as 16 melhores e com isso carimbar mais um visto olímpico. 

«Na natação não é fácil fazermos dois picos de forma num espaço tão curto de tempo, e estive no Europeu. Mas penso que não é de todo impossível. Estou-me a sentir bem e agora é só esperar para ver o que vai dar», diz ainda a estudante do 3.º ano de medicina que, depois de Fukuoka, não esmoreceu e logo na semana seguinte ganhou duas medalhas de prata nos 100 e 200 costas, claro, nas Universíadas de Chengdu.

«Por vezes é difícil conjugar [esse pico de forma nas provas] mas, mas penso que em Otopeni até me safei bem», acrescenta rindo-se. E como. Na Roménia foi a principal figura da Seleção ao registar três meias-finais (50, 100 e 200 costas), duas finais (100 e 200 costas) e bater quatro recorde de Portugal. 

Portugueses no domingo (11 fev.)

Eliminatórias 6.30h, Meias-finais e finais 16.00h

400 livres – Francisca Martins

100 mariposa – Mariana Cunha

100 bruços – Francisco Quintas

50 mariposa – Diogo Ribeiro

Mas o que significa fazer o melhor possível em Doha? De certeza que haverá algo que ambiciona atingir? «Está-me a falar dos 100 costas…?», pergunta de imediato Camila devido à possibilidade de, caso consiga pelo menos mínimo B nessa distância, isso permitir-lhe também disputar a prova nos Jogos de Paris devido a já ter mínimo A aos 200m.

Sim! Ou ainda é muito cedo para pensar nisso? «Cedo para pensar acho que não. É algo que gostava muito de alcançar mas não é um objetivo que tenha trazido com muita pressão. Se acontecer, aconteceu. Se não acontecer, também não há problema», explica. 

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E então aos 200 costas qual é o objetivo? Ser finalista? «Não sei… Acho que não é impossível, mas também vai depender muito de como estiver a prova e de como me sentir no dia. Mas não é impossível. Claro que gostava de obter uma classificação melhor do que fiz no Mundial de Fukuoka, onde fui 15.ª classificada. Isso sim, é possível. Quanto à final… não é impossível. Deixo [a expectativa] no ar…», terminou com uma gargalhada.