Yanis Begraoui cumpriu uma época de estreia em destaque ao serviço do Estoril e deixa saudades em França, onde se formou. Copyright: Maciej Rogowski/IMAGO - Foto: IMAGO

Uma viagem às origens do destaque do Estoril

Yanis Begraoui destacou-se na formação do modesto Brétigny, de onde saltou para clubes com tradição, como o Auxerre e o Toulouse; Julien Ghidini foi o treinador que o lançou e ainda hoje mantém relação de proximidade com o goleador dos 'canarinhos'

Yanis Begraoui terminou a sua época de estreia em Portugal num verdadeiro estado de graça, com um hat-trick ao Estrela da Amadora (4-0) como ponto alto de uma temporada sólida, com 11 golos marcados e duas assistências em 35 jogos realizados pelo Estoril.

Um bom cartão de visita para quem não o conhecia, mas nada de surpreendente para quem o acompanha desde o início, como Julien Ghidini, o técnico que o lançou para a ribalta que revela a A BOLA ainda hoje ser um amigo próximo do atacante.

«Conheci o Yanis como meu jogador e depois passei a acompanhá-lo. Conheço-o há muito tempo e fui com ele para todo o lado. Quando ele estava no Auxerre, ia vê-lo jogar, quando estava no Toulouse também e Toulouse era um pouco longe de onde somos [Brétigny-sur-Orge, a 657 quilómetros], E até ia vê-lo jogar no estrangeiro», revela Julien, cuja presença marcou a vida de Begraoui a ponto de nunca mais ter deixado de estar presente na sua vida.

Yanis Begraoui, em cima, à esquerda, ao lado do seu antigo treinador e amigo, Julien Ghidini, ainda ao serviço dos sub-15 do Brétigny. Foto: arquivo pessoal

O antigo treinador conta como tudo começou. «Há uns dez anos, quando fui para o Brétigny, conheci o Yanis nessa época e ele era o jogador mais importante da equipa porque era o nosso goleador, era ele quem marcava todos os nossos golos», assim recorda um tempo em que, apesar de muito jovem, o atacante ter chamado a atenção das melhores academias de França e rumado ao Auxerre, que tem uma longa tradição de clube formador.

Yanis Begraoui na sua apresentação no Auxerre, acompanhado pelo pai, pelo irmão e Didier Brillant, presidente do Brétigny, seu clube de formação. Foto: arquivo pessoal

«O Yanis foi de grande importância para o nosso clube, o Brétigny, com certeza. Só tinha 14 anos, mas não o esquecemos», revela, sempre atento aos progressos do seu antigo pupilo e amigo até hoje, agora na Linha de Cascais., onde é figura preponderante.

«Em cada jogo que o Estoril fez este ano, fui sempre ver os resultados para saber se ele jogou, se foi um suplente, se marcou, e em cada vez que houve bons momentos para ele, envio-lhe uma mensagem. Ou, de vez em quando, se não estiver tão bem, também o faço para saber o que é que está a acontecer e como ele está. Ficámos em contacto durante todos estes anos», assinalou, feliz, o treinador e mentor de Begraoui, que se mostra agradado com o que o Estoril ofereceu ao seu pupilo.

«Como primeira reação que tive quando ele se transferiu para aí, fiquei surpreso, porque eu não conhecia o Estoril. Então, informei-me sobre o clube e foi muito bom para ele, porque ele tem tempo de jogo e é isso que se torna interessante. O Estoril permite-lhe ter minutos e é muito bom, foi uma decisão muito boa da parte dele», avalia Julien Ghidini, que passou a ser um adepto dos canarinhos em França.

Hoje no Estoril, Begraoui já disputou Europa League e venceu uma Taça de França pelo Toulouse. Um passado de realce que, acredita Julien, deixa antever um futuro risonho. «Acho que o Yanis tem todo o futuro à sua frente. Ele é alguém sério, que trabalha, que sabe onde quer ir, sempre muito humilde mesmo tendo chegado onde chegou. Acho que o futuro dele será o mais positivo possível, não vai querer parar de progredir e vai querer ir mais longe, estou convencido disso», apostou, convicto.