Trubin 'muda o Benfica'
Trubin e Samuel Soares (Foto Imago)

Trubin 'muda o Benfica'

NACIONAL17.09.202319:49

Estreia em Vizela transmitiu sinais importantes; a opinião de quem treinou o guarda-redes no Shakhtar e de quem o treina agora, na Luz

Trubin estreou-se sábado pelo Benfica, em Vizela (2-1). Foi titular num jogo de campeonato em que não teve muito trabalho e até sofreu golo, mas de penálti. Ainda não foi, efetivamente, o melhor desafio para analisar a qualidade do guarda-redes ucraniano que os encarnados contrataram em agosto ao Shakhtar, mas Trubin mostrou, no Vizela-Benfica, pormenores que colocam a equipa a jogar de forma diferente. 

A principal diferença estará na capacidade do ucraniano para jogar com os pés, bem superior àquela que Odysseas Vlachodimos, antigo dono da baliza das águias (saiu em definitivo, este verão, para os ingleses do Notthingham Forest), mostrou durante as cinco temporadas em que jogou no clube, de 2018 a agosto deste ano. 

Em Vizela, neste sábado, notou-se maior confiança dos companheiros a trocar passes com o guarda-redes do Benfica e da parte de Trubin sentiu-se sempre segurança nesse tipo de lances; comparativamente a Vlachodimos, porque a comparação com o jovem Samuel Soares (21 anos), que só foi titular em 3 jogos da época, seria pouco justa. Trubin teve, inclusivamente, já na compensação antes do intervalo, um lance que é um bom exemplo da mudança de paradigma no envolvimento do guarda-redes no jogo da equipa — Trubin, à saída da área, com o pé, colocou a bola nas costas da defesa do Vizela pelo flanco esquerdo, onde apareceu Fredrik Aursnes a receber livre marcação. 

«Com os pés, não diria que Trubin é bom, diria que ele é muito bom. As formas de jogar do Paulo Fonseca e do Luís [Castro], não sendo iguais, exigiam um guarda-redes com qualidade a jogar com os pés. Quando caímos da Champions para a Liga Europa, defrontámos a Roma de Paulo Fonseca. Ele sabia como jogávamos e tentou pressionar alto e depois reconheceu que nós lhe estragámos os planos porque o Trubin conseguiu encontrar soluções, linhas de passe, passando a bola por cima da primeira linha de pressão da Roma», recordou, em A BOLA, António Ferreira, agora em França, no Lille, mas que foi treinador de guarda-redes da equipa técnica dos ucranianos do Shakhtar com os portugueses Paulo Fonseca e depois com Luís Castro. Trabalhou na evolução de Anatoliy Trubin e por isso conhece muito bem o novo reforço para a baliza do Benfica. As indicações e as primeiras impressões são, portanto, muito positivas. 

Para Trubin foi muito importante jogar e sentir que já faz parte deste clube, para ele foi um dia bom

Roger Schmidt, depois da partida de Vizela, não escondeu a felicidade por ter Trubin. «Sabíamos que ele é muito bom guarda-redes quando o fomos contratar. Demos-lhe algumas semanas para ele ganhar confiança e forma porque não tinha estado na pré-época. Para Trubin foi muito importante jogar e sentir que já faz parte deste clube, para ele foi um dia bom», comentou o treinador alemão das águias, que seguramente também ficou satisfeito com a resposta do ucraniano a poucos dias da estreia da equipa na Champions — o primeiro jogo é já esta quarta-feira, na Luz, frente aos austríacos do Salzburgo. E o lançamento de Trubin em Vizela terá estado também relacionado com a importância do timing.