Sporting: Rui Borges prestes a bater recorde de Jesus
A cinco jornadas do final da Liga treinador quer ver a 'sua' equipa no pódio de mais concretizadora do milénio. Jefferson recordou uma equipa bem oleada e eficaz
Degrau a degrau Rui Borges está a escalar o seu percurso no comando técnico do Sporting, cuja história está repleta de páginas escritas a letras douradas e é nessa senda que treinador mirandelense quer, também, assinar o seu nome.
Na reta final do campeonato, numa altura em que falta cumprir cinco jogos, e com a luta pelo título nacional bem acesa — com os leões a liderarem em igualdade pontual com o Benfica, equipa que visitam na penúltima jornada, com 39 — e o tão desejado bicampeonato (que foge há 70 anos da mira) há que manter os jogadores motivados a cada jogo, a cada treino, sempre de olho em algo que se possa melhorar. Nesse capítulo, A BOLA apresenta-lhe uma meta que Rui Borges quer ver a sua equipa chegar: bater um recorde que Jorge Jesus alcançou em 2015/2016.
O Sporting, versão 2024/2025 já está no pódio dos mais concretizadores do milénio, sendo muito difícil alcançar os números da última temporada, em que os leões marcaram, nada mais nada menos, do que 96 golos no campeonato, tendo sofrido 29. Para já, ainda com cinco de jogos pela frente, os verdes e brancos levam 75 tentos marcados (24 sofridos), patamar que, diga-se, já supera o registo alcançado na época 2001/2002, em que os leões acabaram por conquistar a dobradinha (74 golos, 42 dos quais à conta de Mário Jardel), e apontam a mais de 79, aqueles que faturou a equipa de Jorge Jesus.
Slimani, Bryan Ruiz e Teo Gutiérrez formavam o tridente ofensivo (ver campo), com Rui Patrício na defesa das redes, e Ricardo Esgaio, o único jogador dessa equipa que ainda se mantém no Sporting. Adrien Silva (9), Gelson Martins (4) e Fredy Montero (2) também contribuíram com golos.
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A BOLA falou com Jefferson, lateral esquerdo brasileiro que, nessa época fez cinco assistências para golo, não escondendo que a grande mágoa foi não ter conseguido um título de leão ao peito.
Adorava jogar com o Gyokeres. Comigo ali na esquerda ia ser feroz [risos]. É uma máquina. Faz golos da esquerda, da direita, de cabeça, de penálti. É peça fundamental
«Foi uma época top. Que bom recordar. Trabalhar com Jorge Jesus por si só já é um marco, é um dos melhores treinadores da atualidade. Para mim foi muito gratificante poder trabalhar dois anos com ele, e nessa altura também fizemos muitos golos, foi uma excelente época, infelizmente não saímos com o título, mas estivemos à porta», começou por dizer.
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Instado a relembrar o tridente ofensivo com quem jogou, nomeadamente Slimani, Bryan Ruiz e Teo Gutiérrez, o brasileiro não hesitou: «Todos excelentes jogadores, principalmente o Slimani, que já tinha umas épocas a jogar com ele. Todos jogadores de seleção, foi um trio que fez muito bem ao Sporting nessa época, e fizeram excelentes carreiras nos clubes onde passaram e foi muito bom para mim ter trabalhado com eles também.»
Jefferson, que está a investir na formação como treinador, já tirou no nível II, acompanha de perto o quotidiano leonino elogiou o trabalho que Rui Borges tem feito.
«Assumir um clube depois de um treinador que teve muito sucesso, não é fácil substituir um treinador no patamar que Ruben Amorim estava, mas está a fazer um excelente trabalho e de certeza com o decorrer do tempo ele vai mostrando o seu trabalho, as coisas vão-se encaixando e vai poder desfrutar desse trabalho», realçou o antigo jogador leonino.
Acredito que o jogo na Luz vai ditar quem será o campeão. Há muitos anos que o Sporting não joga desta maneira e acho que estão preparados para esses jogos, com excelentes jogadores de seleção, estão acostumados a estes jogos grandes
Olhando para o que falta ao Sporting jogar no campeonato, mais concretamente Moreirense, Boavista, Gil Vicente, Benfica e Vitória de Guimarães, e tendo em conta a igualdade pontual com o Benfica, Jefferson deixou uma dica a Rui Borges: «Que jogue para cima, para ganhar, independentemente se estiver na frente ou não. Esses jogos são muito complicados e acredito que o jogo na Luz vai ditar quem será o campeão. Há muitos anos que o Sporting não joga desta maneira e acho que estão preparados para esses jogos, com excelentes jogadores de seleção, estão acostumados a estes jogos grandes.»
APROVEITAR AO MÁXIMO O SUECO
Olhando para o tridente ofensivo desta temporada, com Gyokeres à cabeça (ver campo), ladeado por Trincão e o agora reforço Pedro Gonçalves, regressado à competição após paragem de cinco meses por lesão — Conrad Harder e Geny Catamo levam cinco golos cada na Liga — Jefferson fez uma revelação: «Adorava jogar com o Gyokeres. Comigo ali na esquerda ia ser feroz [risos].»
E prosseguiu nos elogios ao sueco: «É um jogador que, de um momento para o outro, pode decidir um jogo. Ele é uma máquina, faz golos da esquerda, da direita, de cabeça, de penálti... Creio que não deve permanecer na próxima temporada, por isso, o Sporting tem de aproveitar ao máximo enquanto ele cá está, porque é peça fundamental na equipa. Há muito que não se via um jogador assim, elogiado por todos, até pelos adversários. É incrível. Queria mesmo ter jogador com ele ou até mesmo contra ele, até para me testar, ver se o conseguia marcar bem e anular [risos].»
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