Sporting com lucro há quatro anos consecutivos
Pelo quarto ano consecutivo as contas do primeiro semestre da temporada são positivas. A SAD do Sporting apresenta um lucro de 15 milhões de euros, invertendo no entanto a tendência de subida que se registava há três anos, mas justifica esse facto com o forte investimento feito tendo em conta o objetivo de chegar ao bicampeonato e que levou igualmente à retenção dos principais ativos.
Frederico Varandas chegou à presidência do Sporting em setembro de 2018, depois dum verão quente marcado pela saída de Bruno de Carvalho, que em dezembro de 2017 tinha apresentado contas de semestre positivas em 10,1 milhões — contas negativas no final dessa época em 19,9 milhões.
A chegada de Varandas resultou, no primeiro semestre em que foi líder leonino, num lucro de 6,5 milhões (prejuízo de 7,9 no final da temporada); as contas de dezembro de 2019 também foram positivas em 2,8 milhões e positivas em 12,6 milhões em junho. O único primeiro semestre no vermelho na era Varandas aconteceu em 2020/2021, com contas negativas de 6,9 milhões e igualmente negativas de 33 milhões no final, devido à pandemia. Dezembro de 2021 iniciou a tendência positiva que se mantém e com três primeiros semestres sempre a subir: 9,5 (25 milhões no final da temporada); 47,5 milhões em dezembro de 2022 (25,5 no final); e 58,3 milhões em 2023 (12,1 no final). Agora uma descida para €15 M mas ainda assim em terreno positivo.
VOLUME DE NEGÓCIOS DE €128 M
Voltemos à atualidade. No documento ontem enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a administração do Sporting revela um volume de negócios de 128 milhões de euros e um resultado operacional de €24,3 milhões, valor ao que se descontam despesas para chegar ao referido lucro de €15,005 M.
Em destaque para estes números, a SAD leonina coloca a participação na UEFA Champions League e justifica o volume de negócios de 128 milhões «em grande parte (74 por cento) pelas receitas operacionais excluindo transações de jogadores que totalizaram um valor de 94,5 milhões de euros e crescem 71 por cento face ao período homólogo».
Os verdes e brancos referem ainda no documento enviado à CMVM que o «resultado operacional excluindo transações de jogadores» é de 16,7 milhões de euros, «justificado pela receita proveniente das competições europeias e pelo crescimento das restantes linhas de negócio, de onde se destacam as receitas de jogo e o merchandising».
PRINCIPAIS ATIVOS RETIDOS
«Com o objetivo de renovar o título de campeão, e considerando o elevado número de competições, a Sporting SAD efetuou o maior investimento de sempre no seu plantel para encarar o exercício de 2024/2025, num valor de 73,6 milhões de euros», lê-se também no relatório leonino. Um investimento superior em 7,7 milhões de euros, mais 11,7 por cento, se comparado com o ano transato.
Rui Borges falou em conferência de imprensa, na véspera do jogo entre Sporting e Gil Vicente, a contar para os quartos de final da Taça de Portugal.
«De igual modo, para manter o plantel campeão estável, a Sporting SAD reteve os seus principais ativos. Como consequência, o mercado de vendas registou uma queda face a exercícios anteriores, apresentando um valor inferior ao registado no mercado de transferências impactado pela Covid-19, reportado a 31 de dezembro de 2020 (45,3 milhões de euros)», explicam ainda os verdes e brancos.