Sete golos no clássico e Barça com o título na mão
O jogo foi de loucos, com sete golos (poderiam ter sido oito, nove ou 10...), e o Barcelona chega ao fim do ‘El Clásico’ com o título nas mãos. Tem sete pontos de vantagem para o grande rival a três jornadas do fim e só uma catástrofe impediria a festa catalã numa época em que a equipa só falhou na Liga dos Campeões, ao ser afastado nas meias-finais pelo Inter.
O Barcelona entrou em campo com claro favoritismo, mas se há coisa quer o Real Madrid tem habituado o mundo do futebol é conseguir o que parece impossível. Os merengues lançaram Arda Guler em vez de Rodrygo; no Barcelona, jogou Ferrán Torres e Lewandowski ficou no banco. Não custava a adivinhar que o jogo teria golos, só era preciso perceber se as debilidades defensivas do Barcelona voltariam a afastar a equipa do sucesso.
Não poderia ter começado pior o clássico para o Barcelona. Szcesny chegou tarde e fez falta sobre Mbappé, que foi chamado a marcar e não tremeu. Nada de novo esta temporada, desatenção na defesa e o Barcelona em desvantagem. Com três jogos loucos até ao final, frente a Espanhol, Villarreal e Atlético Madrid, o título poderia estar ameaçado.
Em vantagem desde os cinco minutos, o Real sabia que baixar linhas poderia ser fatal e por isso a equipa de Carlo Ancelotti continuou em busca do segundo. O Barcelona, com tem vindo a ser regra chamava a jogo os seus mais virtuosos. Raphina procurou pegar no jogo, Lamine Yamal procurava romper pela direita. O jogo tinha uma intensidade incrível.
Para os grandes jogos, convém ter as estrelas em bom plano e Mbappé chamou a si a responsabilidade de desequilibrar. Mas o Barcelona acordou depois do 2-0 e depois de ameaçar duas vezes, Eric García marcou mesmo. Uma loucura em Montjuic!
Como que a dizer que este pode muito bem ser o maior espetáculo do mundo, Lamine Yamal empatou com verdadeira obra de arte.
E logo na jogada seguinte Raphinha chegou à reviravolta. Hansi Flick, treinador do Barcelona, saltava com os braços no ar. O que estava a acontecer em Montjuic!...
A loucura não tinha fim. O árbitro assinalou penálti para o Real Madrid, o VAR foi analisar, mas em vez do amarelo pela simulação, houve fora de jogo assinalado. A resposta? Não poderia ser mais letal: Ferrán Torres colocou no coração da área e Raphinha marcou o quarto. De 0-2 para 4-2 ainda antes do fim da primeira parte. Quem disse que este não é o maior espetáculo do mundo?
Estava feita a reviravolta. Foram quatro, poderiam ter sido mais e numa primeira parte que será das melhores da história do futebol, não poderia terminar sem um golo, mas que viria a ser anulado a Mbappé por fora de jogo. O francês lutava sozinho contra uma máquina demolidora que é o Barcelona.
A segunda parte não poderia ter uma intensidade tão grande, mas não se pense que baixou a emoção e a procura pelo golo. Se Vinícius Júnior ameaçou duas vezes, numa transição rápida, Lamine Yamal celebrou o quinto golo do Barcelona, mas Raphinha estava em posição de fora de jogo no início do lance.
Continuava a ser Mbappé o homem que procurava resistir ao poderio ofensivo do Barcelona. E só poderia ter sido Mbappé a marcar o terceiro e a dar esperança a um Real Madrid que antes parecia resignado à superioridade blau grana.
Mas a cada minuto que passava diminuía a esperança de um Real Madrid que teve início de sonho, mas foi caminhando em direção ao abismo. No final do clássico já ninguém acredita que o Barcelona possa perder o título numa época que só não foi perfeita porque o pragmatismo do Inter travou a equipa mais espetacular dos últimos anos.
Carlo Ancelotti ainda lançou Endrick no jogo, já depois de o Barcelona pedir penálti e depois de ver as imagens o árbitro não ter dado.
O jovem Victor Muñoz ainda falhou golo só com Szcesny pela frente, Mbappé marcou mas foi invalidado e também a equipa da casa teve festa adiada, já que o tento de Fermín López não contou porque houve mão no ínicio do lance. Assim, num clássico de loucos com sete golos (poderiam ter sido oito, nove ou 10), ganhou o Barcelona, que tem o título na mão.