Schmidt mudou 12 vezes de avançado
Roger Schmidt, treinador do Benfica (SL Benfica)

Schmidt mudou 12 vezes de avançado

NACIONAL28.11.202322:51

Continuidade de Tengstedt pode travar tendência do Benfica; alemão só por duas ocasiões repetiu o onze; jogo com o Inter desta quarta-feira pode ser a terceira

Estabilidade é uma palavra cara a Roger Schmidt. Uma das imagens que se colaram ao trabalho do alemão na época passada foi a de um treinador que pouco mudava no onze, seguindo o princípio de que é mais fácil evoluir com base na continuidade, desde que os titulares nunca baixem a guarda ou os altos níveis de intensidade que fizeram das águias um rolo compressor, principalmente na primeira metade da temporada antes da paragem para o Mundial.

Com o início de uma nova temporada e as respetivas movimentações de mercado o registo alterou-se, não tanto por uma mudança de mentalidade do treinador, mas porque foi notória a necessidade de experimentar soluções, com uma cadência que foge ao seu perfil conservador. 

Isso foi evidente no caso do lateral-esquerdo após a saída de Alex Grimaldo (Aursnes foi quem mais vezes jogou no lugar e não os reforços Jurásek e Bernat), mas as maiores alternâncias de jogo para jogo deram-se na posição de ponta de lança: Roger Schmidt mudou 12 vezes de avançado nas 19 partidas oficiais que as águias realizaram até ao momento em todas as provas.

Na maior parte dos casos as mexidas foram por decisão técnica. Sem Gonçalo Ramos, o alemão nunca encontrou um substituto que fosse capaz não só de manter o registo goleador do atual futebolista do PSG (27 golos em 47 jogos), mas também de pressionar, fazer assistências (5) e garantir um jogo de mais apoios e tabelas. Em suma, um avançado que conseguisse tornar a equipa mais compacta a atacar e a defender.

Mais oportunidades para Musa

Petar Musa, ponta de lança croata do Benfica (RUI RAIMUNDO/ASF)

Petar Musa foi até agora o ponta de lança que teve mais oportunidades para explodir. O internacional croata foi titular cinco vezes seguidas (V. Guimarães, Vizela, Salzburgo, Portimonense e FC Porto), privilégio que nenhum dos concorrentes ao lugar teve até ao momento: Arthur Cabral só jogou de início em duas ocasiões consecutivas (Estrela da Amadora e Gil Vicente), tal como Gonçalo Guedes (Arouca e Chaves) e Tengstedt (Estoril e Lusitânia).

Arthur Cabral, Foto IMAGO

Esta é uma das razões para Roger Schmidt ter repetido o onze apenas por duas vezes esta temporada: Vizela-Salzburgo e Arouca-Chaves, com a particularidade de estes dois encontros terem marcado uma viragem para o 3x4x3, sistema que não veio para ficar. 

Se nada de extraordinário ocorrer entretanto, é muito provável que a partida diante do Inter, para a quinta jornada da fase de grupos da Champions, volte a ter o cunho da continuidade: Tengstedt está a ganhar terreno para se assumir como titular na frente de ataque, Morato tem respondido afirmativamente no lugar de defesa-esquerdo (mais que lateral-esquerdo) e isso parece ser mais que suficiente para trazer um equilíbrio que a equipa não teve para se exibir em bom nível, principalmente na Liga dos Campeões

Em nome da estabilidade, o onze-tipo parece estar encontrado. Para já.