Sá Pinto, Conceição, Hulk e Sapunaru: os maiores castigos do futebol nacional 

Apenas Sá Pinto supera Paulo Fonseca no tempo de suspensão 

O castigo de nove meses aplicado a Paulo Fonseca fez muitos abrirem a boca de espanto. O treinador português do Lyon foi suspenso por ter encostado a cabeça ao árbitro do jogo com o Brest e a comissão de disciplina foi célere (e nada meiga) no castigo aplicado. 

Mas a verdade é que a a suspensão do técnico faz lembrar outras que marcaram o futebol nacional nas últimas décadas. Foram ainda duas mãos cheias de casos de que certamente ninguém se orgulha.  

Sá Pinto – um ano de suspensão 

De todos os casos, apenas um resultou num castigo maior do que aquele que foi agora aplicado a Fonseca. 

O caso atinge a maioridade lá mais para o final do mês. Há quase 18 anos, Ricardo Sá Pinto perdeu a cabeça depois de ter ficado de fora da convocatória para a Seleção e não esteve com meias medidas: foi ao estádio do Jamor, onde decorriam os trabalhos da equipa das Quinas e agrediu a soco o selecionador, Artur Jorge.

Sá Pinto teve de ser agarrado após agredir Artur Jorge numa concentração da Seleção, para a qual não tinha sido convocado (A BOLA)

Abel Xavier – nove meses (reduzido para seis) 

Na primeira grande competição de uma sequência de 13 consecutivas que ainda perdura sem que a Seleção falhe, Portugal caiu nas meias-finais do Euro 2000, diante de França, num jogo por todos recordado como o «da mão de Abel Xavier». 

Ora, o final desse encontro foi polémico e terminou com a expulsão de Abel Xavier, que foi depois suspenso por nove meses, com o castigo a ser reduzido posteriormente para seis. 

Paulo Bento e Nuno Gomes também foram suspensos devido a protestos no mesmo encontro, mas por oito e seis jogos, respetivamente. 

Os jogadores portugueses protestaram a decisão do árbitro no jogo com a França, das meias-finais do Euro 2000 e isso valeu castigos a Abel Xavier, Paulo Bento (A Bola)

Dyego Sousa – nove meses (reduzido para seis) 

Corria a pré-época da temporada 2016-17, quando Dyego Sousa agrediu um árbitro assistente de um particular entre o Marítimo e o Tondela. O castigo foi depois reduzido para seis meses e suspenso durante a vigência do mesmo, o que permitiu que Dyego Sousa voltasse à competição menos de cinco meses após o castigo. 

Gelson Martins – seis meses 

Também em França. Igualmente devido a um contacto com um árbitro. O caso que o extremo internacional português protagonizou em 2020 tem alguns pontos de contacto com o de Paulo Fonseca. Num jogo do Mónaco frente ao Nimes, da Taça de França. Após a expulsão de Bakayoko, Gelson empurrou duas vezes o árbitro da partida, o que lhe valeu o cartão vermelho e um castigo de seis meses. 

Sapunaru (e Hulk) – seis e quatro meses (reduzido para quatro e três jogos) 

A época 2009-10 em Portugal ficou irremediavelmente marcada pelo que ficou conhecido como «caso do túnel». Após um Benfica-FC Porto, a caminho dos balneários do Estádio da Luz, Hulk e Sapunaru desentenderam-se com seguranças e foram castigados de forma dura. O avançado brasileiro foi suspenso por quatros meses, enquanto o lateral romeno viu serem-lhe aplicados seis meses de castigo. 

Porém, depois de terem falhado 17 jogos, os dois jogadores do FC Porto tiveram os castigos reduzidos para três e quatro... jogos.  

Hulk e Sapunaru foram castigados após o «caso do túnel» no Estádio da Luz (VITOR GARCEZ/A BOLA)

Sérgio Conceição - quatro meses 

Com a carreira de jogador a caminhar para o final, em 2006, Sérgio Conceição foi suspenso por quatro meses, quando representava o Standard Liège. O agora treinador do Milan foi castigado por ter cuspido num adversário, tendo ainda tirado a camisola, que atirou contra um dos elementos ada equipa de arbitragem.  

Sérgio Conceição, enquanto jogador do Standard Liège (IMAGO)

João Pinto - quatro meses 

A eliminação de Portugal do Mundial de 2002 foi tão inesperada pela fase em que acontecer, logo nos grupos, como pelo que aconteceu no último jogo. Ainda antes da meia-hora da partida frente à Coreia do Sul, João Pinto foi expulso após uma entrada dura. Descontente com a decisão do juiz, João Pinto deu-lhe um soco na barriga. 

Agressão de João Pinto ao árbitro Angel Sanchez valeu-lhe um castigo pesado (A BOLA)

Paulinho Santos - três meses (tantos quantos demorou a curar a lesão que provocou a João Pinto) 

Olho por olho, dente por dente. Foi mais ou menos esse o ditado popular que esteve na base do Conselho de Justiça no castigo aplicado a Paulinho Santos, em 1998. O médio portista foi expulso de um FC Porto-Benfica, após desentendimento com João Pinto. O então avançado do Benfica saiu também com o maxilar partido e a decisão disciplinar foi inédita: Paulinho Santos só podia voltar a jogar, quando João Pinto regressasse também. 

Fernando Mendes - três meses 

Em 1997, o lateral esquerdo, então no FC Porto, agrediu um bombeiro durante o jogo dos dragões frente ao Estrela da Amadora, na Reboleira. Um ano depois, recebeu o castigo de três meses de suspensão. 

Fernando Santos – oito jogos (reduzido para quatro) 

O engenheiro teve uma caminhada de reconhecidos méritos ao longo de cerca de quatro anos à frente da seleção grega. Ainda assim, a forma como a ligação terminou ficou envolta em polémica. O português foi expulso no jogo frente à Costa Rica, dos oitavos de final do Mundial de 2014, por alegados insultos ao árbitro da partida. A FIFA aplicou-lhe um castigo de oito jogos, entretanto reduzido para quatro, que Fernando Santos cumpriu ao serviço de Portugal.  

Fernando Santos foi selecionador da Grécia durante cerca de quatro anos (A BOLA)