Renovação de Di María, efeito Bruno Lage e valor dos jogadores: tudo o que disse Rui Costa em Arouca

Declarações do presidente do Benfica, após a inauguração das novas instalações da casa do clube em Arouca

O aumento da lotação do Estádio da Luz para os 70 mil lugares representa o quê para o Benfica?

«Bom, antes de mais, fizemos questão de coincidir com os 70 anos da nossa antiga catedral e vamos aumentar, neste caso, o nosso estádio para 70 mil. Como disse aqui na apresentação desse projeto, sem perder a comunidade para os nossos adeptos, sem perder a segurança, sem perder nada disso. Mas, acima de tudo, otimizar aquilo que são os espaços do Estádio da Luz. E isto deve-se ao facto de o estádio estar sempre lotado, haver uma procura cada vez maior e nós procurarmos ter cada vez mais benfiquistas dentro do Estádio da Luz. Portanto, estamos satisfeitos, e eu acho que é uma notícia que satisfaz todos os benfiquistas também que o nosso estádio fique com uma lotação de 70 mil lugares. É um processo que já está em curso, felizmente.»

Para quando a renovação de contrato de Di Maria?

«Bom, não deixa de ser curioso porque, há uns meses, muita gente questionava porque é que eu tinha renovado com o Di María. E o futebol é mesmo isto. Nós temos de ter, acima de tudo, o orgulho de ter conosco um dos melhores jogadores da história moderna do futebol mundial. Está num ótimo momento, é para nós um filho da casa, embora não tenha sido formado por nós. Ele chegou muito cedo ao nosso clube e temos o maior prazer em desfrutar daquilo que é o Di María. A relação que existe entre o Benfica e o jogador, e neste caso até entre o presidente do Benfica e o Di María, é de grande cumplicidade. Repito, é como se ele tivesse crescido sempre conosco. Portanto, ambas as partes saberão decidir com o seu tempo qual será o futuro do Di María. Neste momento, o que nos interessa é que ele continue a alegrar-nos como tem feito, que os benfiquistas possam continuar a desfrutar do Di María e que ele possa continuar a desfrutar de um clube que tem no coração. Também só por isso ele consegue estar a fazer o que está a fazer à idade que está, com uma paixão e determinação tremendas, que, juntando à qualidade que tem, faz dele um dos melhores jogadores do mundo.»

Em janeiro, o Benfica corre o risco de perder António Silva, Tomás Araújo ou Otamendi?

«Consigo prometer, à imagem do que já fiz em janeiro passado. Perdemos um jogador em janeiro, como foi o caso do Enzo, e eu disse publicamente que não perderíamos nenhum jogador dos principais, a não ser pelas cláusulas de rescisão. O mesmo posso dizer agora. Não há intenção do Benfica mexer no mercado de janeiro, muito menos nesse setor. Tenho lido muito sobre António Silva, Otamendi e Tomás Araújo, mas posso garantir aos adeptos que o Benfica não negociará com ninguém sem ser pelos valores das cláusulas. Neste momento, não temos necessidade de vender. Repito, são três jogadores fundamentais e não os vamos perder. Até hoje, todas as propostas para esses jogadores só saíram nos jornais. Não recebi nenhuma delas.»

Com o arranque de época menos positivo, sente que Bruno Lage mudou a equipa? Como a equipa está a encarar o mês de dezembro com o acerto do calendário com o Nacional e o clássico com o Sporting?

«Este mês de dezembro será extremamente exigente, com uma elevada densidade de jogos e desafios de grande dificuldade. Quando o Bruno Lage assumiu a equipa, disse que tínhamos tempo e qualidade para lutar pelo título, e isso mantém-se. É evidente que não desejávamos estar nesta posição, não queríamos perder cinco pontos nas quatro primeiras jornadas. Contudo, nada se decide tão cedo, e o trabalho que temos vindo a desenvolver, a forma como a equipa tem crescido, traz-nos novamente a ambição de alcançar o título. Estamos focados nisso, e vamos lutar com toda a determinação. Continuamos a depender exclusivamente de nós e acredito firmemente no que a equipa e o Bruno têm feito. Vejo um grupo extremamente motivado. Amanhã temos mais um desafio complicado, mas confio numa boa resposta por parte da equipa. Apesar da intensidade deste mês, espero que, ao final do ano, possamos estar satisfeitos e orgulhosos pelo caminho que percorremos até aqui.»

Com a saída de Ruben Amorim e a crise no FC Porto, o Benfica pode sair beneficiado?

«Percebo a pergunta, mas o Benfica não vive com o mal dos outros. O Benfica vive com aquilo que tem de fazer e, neste momento, estamos focados naquilo que temos de fazer. Dependemos de nós próprios. É evidente que, para ganhar campeonatos, temos de fazer o nosso trabalho e esperar que, de vez em quando, os adversários não conquistem os seus pontos. Mas, neste momento, o Benfica depende só de si. É nisso que temos de nos focar. Não temos de olhar para o lado, para trás ou para a frente. Temos de olhar para aquilo que o Benfica tem de fazer, não para o que os outros fazem.»

Na Liga dos Campeões, o que espera do Benfica nesta fase competitiva?

«Perdemos dois jogos, mas o que marca mais é o jogo contra o Feyenoord em casa, onde tínhamos de pontuar e não conseguimos. No entanto, recuperámos esses três pontos num estádio muito difícil, contra uma equipa que está a fazer uma campanha europeia excelente, o Mónaco. Foi uma vitória corajosa. A ambição é claramente continuar nesta prova. Dependemos de nós próprios e temos três jogos difíceis pela frente. Na Liga dos Campeões, não há jogos fáceis, mas vamos depender do nosso público no próximo jogo em casa. Com o apoio dos adeptos, teremos todas as chances de somar pontos e ficar numa posição privilegiada para continuar nesta competição.»

Há risco de perder Álvaro Carreras, tendo em conta o interesse do Manchester United?

«A resposta para o Álvaro Carreras é a mesma que dei para os nossos centrais. Até hoje, as propostas para esses jogadores só saíram nos jornais. Não recebi nenhuma proposta concreta na mão. O Álvaro Carreras é jogador do Benfica. Espero que amanhã esteja focado, motivado e que continue a fazer ótimos jogos, como tem feito até aqui.»