Pinto da Costa sopra 86 velas na viragem de um ano desafiante
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Pinto da Costa sopra 86 velas na viragem de um ano desafiante

NACIONAL28.12.202309:14

Dirigente mais titulado do Mundo está hoje de parabéns. Mais de 41 anos a liderar o FC Porto, 68 troféus ganhos, e uma vontade férrea de não ficar por aqui. Eleições no próximo mês de abril serão barómetro da sua popularidade

Pinto da Costa celebra hoje 86 anos de vida. O quarto de seis filhos de José Alexandrino Teixeira da Costa e de Maria Elisa Pinto nasceu na freguesia de Cedofeita a 28 de dezembro de 1937 e é presidente do FC Porto desde 17 de abril de 1982, eleito com 95 por cento dos votos. Foi, portanto, há mais de 41 anos que se abriu um ciclo de conquistas que talvez nem o próprio antecipasse, olhando para o registo de títulos que o FC Porto tinha antes de assumir o comando: quatro Campeonatos de Portugal, sete nacionais, quatro Taças de Portugal e uma Supertaça Cândido de Oliveira.

A expressão dos títulos ganhos por Pinto da Costa, com a influência ideológica fundamental de José Maria Pedroto nos primeiros anos como dirigente e depois presidente, é esmagadora. Em 1982 ninguém podia imaginar que o atrevimento do projeto de emancipação dos azuis e brancos se traduzisse em sete troféus internacionais forjados por gerações extraordinárias de jogadores e treinadores, 23 campeonatos, 22 Supertaças, 15 Taças de Portugal e uma Taça da Liga. A 19.ª Taça de Portugal ganha em 2022/23, foi o 68.º troféu de Pinto da Costa.

15 MANDATOS

Há sempre muito para contar sobre o passado de Pinto da Costa, antes e depois de assumir a cadeira da presidência, e quase tudo foi contado. A começar pelo próprio, quando em 2004 lançou a sua autobiografia «Largos Dias Têm Cem Anos», ou mais recentemente, em 2021, ao relatar na primeira pessoa várias histórias da sua presidência, divididas em 40 episódios, que foram para o ar no Porto Canal. No início de 2024 a Amazon Prime vai transmitir um documentário em três episódios - Senhor Presidente - O Campeonato de uma vida - abordando a vida pública e privada, com testemunhos de várias personalidades, entre elas... André Villas-Boas.

Antes de subir ao topo, foi vogal da secção de hóquei em patins, responsável pelas secções de hóquei em campo e boxe (onde conheceu o falecido Reinaldo Teles, seu braço-direito durante décadas) e em 1969 chefiou por dois anos todas as modalidades do clube com Afonso Pinto de Magalhães. Saiu para depois liderar o departamento de futebol em 1976 quando Américo de Sá era o presidente e José Maria Pedroto o treinador. Saiu outra vez, mas, quando desafiado por um grupo de sócios a avançar com uma candidatura, ganhou por maioria esmagadora. E assim seria até ao 15.º e atual mandato do 33.º presidente do FC Porto, em eleições que ganhou não com 95 por cento de votos, mas com uma expressão menor, 68,65 por cento, o suficiente para o legitimar como líder incontestado. Até aparecer André Villas-Boas.

Ameaça do delfim

Muito foi contado sobre Pinto da Costa. Mas há mais para contar, porque 2024 será um ano desafiador. Abre-se uma janela para eleições em abril que prometem ser das mais concorridas e disputadas na vida do FC Porto. Pinto da Costa Vs. André Villas-Boas é uma questão presa por anúncios oficiais prometidos para o primeiro mês do novo ano. A diferença de idades não intimida nenhum deles. Pinto da Costa, hoje a soprar 86 velas, está em grande forma. Discurso sem cábulas, a força de uma região sempre na primeira linha de pensamento, como em 1982, quando o FC Porto despertou como um vulcão para criar um novo poder no futebol.

Villas-Boas, com 46 anos feitos em outubro, a criar ondas de entusiasmo em novas gerações que não se reveem na atual gestão da SAD. Ainda sem ideias concretas na mesa, mas claramente a contar espingardas. Uma coisa é certa: este aniversário de Pinto da Costa será diferente de todos os outros que comemorou enquanto presidente do FC Porto.

Aí está algo que também Pinto da Costa decididamente não antecipava, apesar de toda a sua experiência: ter como adversário um treinador que ganhou tudo na época mágica de 2010/11. Mas hoje não é dia de falar de política, é dia de celebração. Feliz aniversário, senhor presidente!