Em dia de clássico no Dragão, A BOLA lançou o desafio a dois dos comentadores habituais em A BOLA TV e em abola.pt, Alexandre Costa e Paulo Robles. Cada um veste a pele de treinador de um dos rivais e explica o que faria para vencer o adversário desta sexta-feira. Aqui, Paulo Robles faz de Rui Borges
À 21.ª jornada, encontrar-se-ão, no Estádio do Dragão, FC Porto e Sporting, separados por oito pontos; ambas as equipas já com mudanças de treinador em 2024/2025. Este último aspeto assume particular relevo, porque se por um lado temos um treinador que devido às lesões tem dificuldades em solidificar e fazer crescer a equipa, por outro temos um treinador que tem uma ideia de jogo, a qual ainda não teve tempo para desenvolver, fortalecer, e que se vê privado, neste último mercado, de dois jogadores fulcrais na recente manobra defensiva e ofensiva da equipa (Nico e Galeno).
Colocando-me na difícil e prestigiante posição do treinador Rui Borges, assume particular importância, neste tabuleiro estratégico, a curiosa expressão de Martín Anselmi: «Jogaremos em termos defensivos de acordo com o nosso adversário». Até onde entrará aqui o fator surpresa se a mesma estará intrinsecamente ligada ao futebol de Anselmi? Dois treinadores inteligentes, tudo para ser um autêntico jogo do gato e do rato. Por último, antes de nos debruçarmos sobre questões mais táticas e técnicas, tenho, por fim, de falar da necessidade da vitória. Se há equipa que necessita muito dos três pontos é a equipa do FC Porto. Esta necessidade entranhada com a motivação por ser o primeiro jogo de Anselmi no Dragão pode baralhar as expectativas.
Julgo que o atual campeão nacional quererá assumir o jogo e o FC Porto sabe disso e uma das formas de ferir o Sporting será em momentos de transição. A possível inclusão de Matheus Reis como defesa-esquerdo e a subida de Maxi Araújo não só permitirá equilibrar as forças no corredor esquerdo como permitirá a Quenda soltar-se mais, como sendo o lado forte, assumindo o Sporting nesta fase de transição ofensiva o seu lado direito.
7 fevereiro 2025, 09:15
Em dia de clássico no Dragão, A BOLA lançou o desafio a dois dos comentadores habituais em A BOLA TV e em abola.pt, Alexandre Costa e Paulo Robles. Cada um veste a pele de treinador de um dos rivais e explica o que faria para vencer o adversário desta sexta-feira. Aqui, Alexandre Costa faz de Martín Anselmi
A equipa do Sporting sofrerá uma pressão muito forte logo à saída da sua grande área: momento-chave do jogo. Para a equipa visitante ultrapassar esta lógica, uma das formas que Rui Borges pode ter na forma como ligará o jogo basear-se-á muito na articulação com Trincão, Gyokeres/Harder e os extremos que jogarem, isto porque é à frente dos centrais do FC Porto que haverá mais espaço para ligar o jogo.
Aquando o momento defensivo, sobretudo em termos de organização, a equipa do Sporting deverá tentar defender em dois setores, isto é, fechando o espaço do corredor central e quando necessário um dos outros corredores, o que obriga, ou tenderá a obrigar os centrais do FC Porto a tentar o passe longo, algo que até ao presente momento não é um aspeto solidificado nesta nova forma de jogar de Anselmi. Será um bom momento para quebrar o ímpeto ao FC Porto e ter possibilidades de, ao ganhar a bola, poder em situação de ataque rápido ou contra-ataque, lançar o avançado do Sporting no espaço atrás dos centrais. Esta ação pode assumir ainda mais preponderância, pois haverá espaço para lançar a transição entre o central mais descaído para uma lateral e a própria linha lateral.
6 fevereiro 2025, 14:35
Treinador do Sporting fez a antevisão do clássico abordando vários assuntos: a estreia de Anselmi no Dragão, a dúvida que prevalece sobre a disponibilidade de Gyokeres e Morita e ainda as chegadas de Rui Silva e Biel
A bola chega aos defesas médios ala do FC Porto, colados à linha, perto da grande área de ataque, momento crucial: consegue o Sporting controlar a tentativa de criar superioridade numérica no corredor do Porto? Aqui várias respostas poderão ser desenvolvidas. Debast ou Hjulmand ou Simões serão importantes nesta fase. Pois, conhecendo o sistema das dobras e coberturas, será importante tapar o espaço vital deste contexto/problema. No FC Porto, ora um dos médios do duplo pivot, ora o médio mais aberto, ora o ponta de lança lutarão pela conquista do espaço. Posicionalmente parece me crucial a neutralização por parte do Sporting deste comportamento coletivo forte da equipa do FC Porto.
Pelo tempo de treino que a equipa do FC Porto tem com a sua equipa técnica, é natural que a equipa visitante faça a pressão à entrada do seu meio campo. Isto porquê? Olhando para a linha de pensamento de construção do FC Porto, é importante para o Sporting estancar as linhas de passe dos jogadores mais centrais do meio-campo do FC Porto. Este facto leva a que seja tentada a hipótese de passe de abertura a João Mário ou Moura, e aí já o Sporting colocará, por certo, o seu defesa-lateral à espreita do melhor momento para fazer pressão, após a receção ou até mesmo tentando a antecipação. Ora estes fatores tenderão a ter um efeito bónus: crise de raciocínio tático por parte dos defesas-centrais que terão dificuldades em certas decisões, como o timing e momento do passe, e aí entrará a artilharia dos jogadores da frente do Sporting, para ainda mais, forçar o erro e forçar o roubo de bola ou até mesmo provocar a falta.
O movimento e contra movimento típicos de Gyokeres/Harder e dos seus colegas do ataque terão algumas dificuldades em ser executados. Tudo dependerá da forma como os defesas médio ala do FC Porto recuperarem a posição e se colocarem corretamente na linha defensiva. Pode ser aí um excelente local para focar os extremos do Sporting, jogando como âncoras deste processo.
Bom jogo!
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