«O importante é fazermos as pazes no Marquês»: o que disse Amorim no pós-Portimonense

NACIONAL04.05.202421:46

Sporting está a dois pontos do título

Depois da vitória por 3-0 frente ao Portimonense, Rúben Amorim mostrou-se bastante sorridente na conferência, sabendo que o Sporting está a dois pontos do título.

Os preparativos para a festa e Paulinho foram alguns temas em destaque.

Tudo o que disse o treinador do Sporting

Que leitura faz ao jogo e o que esta onda de apoio tem significado, até porque está perto de vencer todos os adversários em Alvalade?

- E estamos perto de bater o recorde de pontos... Tem um significado muito importante e quando chega ao fim é normal haver entusiasmo. O que não é normal é ser desde a pré-época no Algarve. Os adeptos têm tido um papel muito importante. Na altura do covid-19, muitos diziam que uma das razões para o Sporting ter sido campeão foi por não ter adeptos e eles tinham de responder a isso. Ainda não acabou e precisamos da ajuda deles para mais dois pontos. Em relação ao jogo, fomos muito competentes, sérios e quase não deixámos o Portimonense chegar à nossa baliza. Não fizemos muitas faltas no meio-campo ofensivo, porque eles têm feito muitos golos de bola parada. O Carlinhos nunca conseguiu chegar perto da área e nós fomos sempre criando muitas oportunidades. Ás vezes devíamos ter circulado mais a bola e não fomos tão eficientes como temos vindo a ser. A vitória foi da melhor equipa.

O Sporting foi a melhor equipa deste campeonato? Já vê a meta?

- Vamos esperar que as coisas aconteçam. Até agora temos sido a melhor equipa porque fazemos mais pontos, quer em casa, quer fora. Não somos ainda a melhor defesa. Acho que ainda faltam dois jogos e ainda poderemos ser. Acho que vamos ser o melhor ataque. Toda a gente aqui no Sporting já vê a meta, falta um pequeno passo.

Que pergunta é que Rúben Amorim jornalista faria ao treinador, que no meio desta confusão toda, não sabe onde vai estar a dar treinos daqui a dois meses?

-Eu não vou fazer o vosso papel porque é bastante difícil e faz parte do vosso papel também andar a procurar coisas boas e que dêem interesse. Eu tornei-me aborrecido na resposta sobre o futuro porque não tenho nada para dizer. Sou muito feliz. O importante é estarmos daqui uma semana no Marquês de Pombal. Eu acho que aí faremos todas as pazes aqui: Adeptos, treinadores, jogadores... Vamos dar esse passo e acho que vai ser muito importante para todos e para mim.

Teve alguma conversa com Paulinho sobre se pode contar com ele para a próxima época? Há uma lista estabelecida com os jogadores de recordes a cumprir?

- Não há uma lista, ser campeão é o objetivo maior. Acho que só há uma equipa que tem mais jogos sem sofrer golos que nós. Tudo isso entra porque é uma motivação extra para todos estarmos sempre alerta e, com a meta tão perto, é preciso arranjar vários objetivos para andarmos sempre no máximo. É importante manter toda a gente no máximo todos os dias. Paulinho sempre deu o que deu hoje. Em relação a contar ou não contar com ele, não vamos falar disso. O Paulinho é jogador do Sporting e sempre nos deu muito. Foi sempre um prazer ser treinador dele. Hoje provou mais uma vez que evoluiu como jogador e que às vezes joga menos do que merecia.

O que é que está previsto para amanhã?

- Há vários departamentos no clube que informarão os adeptos e eu faço o meu papel, que é ganhar este jogo. Amanhã vamos ver e ainda vamos ser informados disso. Fizemos questão de não falar com os jogadores sobre essas situações. O meu foco está em ganhar o título. Se formos amanhã, de certeza que o Sporting tem tudo preparado.

Lá fora, alguns adeptos diziam que o Gyokeres hoje esteve um bocadinho mais apagado e a tentar decidir sozinho. Gostou da exibição dele? E se o golo no fim foi a cereja no topo do bolo para os adeptos?

- Acho que os adeptos iriam na mesma satisfeitos para casa sem o terceiro golo. O Gyokeres foi o mesmo de sempre, esticou a equipa lutou e nós não podemos querer que alguém que faz quase 40 golos numa época ás vezes não veja só a baliza. Cada vez que há um jogador mais ou menos bem posicionado para receber a bola junto à baliza, eu garanto-vos que esse jogador não faz 40 golos numa época. Nós precisamos da forma de ele jogar. Aalguém para marcar 40 golos tem que ser, às vezes, um bocadinho egoísta e nós agradecemos.

Porque é que falou em fazer as pazes quando o estádio cantou o seu nome? Que problema teve o St. Juste?

- O St. Juste está em gestão. O Esgaio teve o cartão amarelo e Catamo entrou. O Quaresma também entrou... Mas o St. Juste, pelo passado dele, preferi não o trazer para o banco. Em relação às pazes, quero ganhar o título para dar aos adeptos essa alegria.

Há quanto tempo é que o recorde de pontos no campeonato é um objetivo?

- Nós fazemos e vamos procurando encontrar objetivos. O recorde é do mister Jorge Jesus [risos]. É sempre bom bater o recorde de alguém que teve bastante influência no meu crescimento como jogador e, logo, como meu treinador.

Se o Sporting conquistar a dobradinha, é possível haver vários objetivos para si no Sporting depois disso?

-No Sporting há sempre muitos objetivos. Quando eu cheguei aqui, perguntavam sempre se isso corre bem e nesta fase perguntam, e se corre mal? É normal uma pessoa às vezes pensar que quer sair pela porta grande, para o ano vai ser mais difícil. O Daniel [Sousa] vai para Braga. Há muitos objetivos. Já passámos aqui coisas com o Lask Linz, o Varzim, o quarto lugar... E às vezes é preciso uma pessoa saber se dá um passo em frente, ao lado, se pára. As pessoas pensam que é só dinheiro e há outras razões que é difícil lidar. Há muitos objetivos.

O que é que explica esta época do Paulinho? O foco em Gyokeres?

- O Paulinho ganhou o seu espaço. Ele sempre foi muito bom a jogar fora da zona central e vinha sempre buscar muito a bola, já no SC Braga. E, por isso, se calhar, o Pote foi o melhor marcador em 2020/21, porque o Paulinho abria muitos espaços. O Paulinho treina muito bem, tem uma capacidade física, pressiona muito bem e é muito inteligente.

A construção do Sporting muito através do corredor esquerdo foi uma estratégia?

- Nós temos as nossas rotinas e onde houver espaços os jogadores sabem o que fazer. O Nuno Santos tem uma grande capacidade de explorar os espaços e os nossos centrais estão cada vez melhores a organizar o jogo. O Nuno Santos tem também as receções de bola... É muitas vezes como o Gyokeres... o espaço está lá. No fim do jogo do Porto, o espaço estava lá também para o Nuno Santos.