«Momento do Eustáquio no FC Porto não me surpreende»
A influência do internacional canadiano no meio-campo dos dragões é também traduzida em golos

«Momento do Eustáquio no FC Porto não me surpreende»

NACIONAL30.10.202323:30

Antigo diretor desportivo do Chaves foi o responsável pela chegada do médio à Liga; «É um jogador completo», afirma

Stephen Eustáquio é um dos nomes em maior destaque no atual momento do FC Porto. O médio, de 26 anos, participou em 13 dos 14 jogos oficiais já realizados pelos dragões na presente temporada e nos últimos dois encontros ganhou ainda maior protagonismo por ter contribuído de forma decisiva para os triunfos diante de Antuérpia (4-1), para a Liga dos Campeões, e Vizela (2-0), para a Liga, ao apontar um golo em cada uma das partidas. O número 6 já havia marcado na receção ao Gil Vicente (2-1), na 6.ª jornada, pelo que os números já ameaçam superar a marca da época passada: 44 jogos e sete golos.

Esta dimensão do internacional canadiano não é surpresa para Luís Agostinho. O antigo diretor desportivo do Chaves foi o responsável pela contratação de Eustáquio – que estava no Leixões - e, em declarações exclusivas a A BOLA, o dirigente assume que já lhe perspetivava muito sucesso.

«O scouting do Chaves falou-me nele, observei-o em vários jogos e indiquei-o de imediato ao Luís Castro. Depois, a SAD do Chaves deu o aval e negociámos a sua transferência», começou por dizer.

Diretor desportivo conta já com uma larga experiência ao serviço de clubes como Académica, Chaves, Moreirense e Tondela

Desafiado a analisar as caraterísticas de Eustáquio, Luís Agostinho - que antes de ser dirigente também já tinha um passado de sucesso enquanto treinador, tendo representado clubes como Naval, Académica SF, Espinho, Aves e União de Lamas - destacou o poder de adaptação do jogador. Até porque, salienta, quando o Chaves o contratou ao Leixões o internacional canadiano costumava alinhar como médio mais ofensivo, mas, após a chegada a Trás-os-Montes, Luís Castro - o atual técnico do Al Nassr, da Arábia Saudita, orientava, à época, o emblema flaviense - adaptou-o a médio-defensivo e com o sucesso que hoje é reconhecido.

Stephen Eustáquio brilhou ao serviço do Chaves, clube pelo qual se estreou na elite do futebol português

«Era um número 8, mas acabou por passar a jogar a 6. Apesar de muito jovem, já era um jogador completo, que tinha tudo para singrar na Liga, e o momento dele no FC Porto não me surpreende minimamente», analisou Luís Agostinho.

Qualidades humanas de excelência

Mas não é só dentro de campo que Stephen Eustáquio demonstra todo o seu valor. Também fora dele, no capítulo humano, as suas qualidades são extremamente elogiadas por Luís Agostinho. «É um homem na verdadeira aceção da palavra. Um ser humano fantástico, do melhor que há», ressalva o antigo dirigente dos flavienses.

E são os números envolvidos no(s) negócio(s) que ajudam a perceber a projeção que Stephen Eustáquio acabou por ter ao longo da sua carreira. Na época 2017/2018, o Chaves não hesitou em pagar 500 mil euros pelo médio ao Leixões, clube que estava na Liga 2. Pouco mais de um ano depois, vendeu-o ao Cruz Azul (México) por… 3,5 milhões de euros. Os números não deixaram Luís Agostinho indiferente. «São a prova de que estávamos totalmente corretos na análise. É um grandíssimo jogador», conclui o experiente e conceituado diretor desportivo.

Recorde-se que, depois da passagem pelo futebol mexicano, Eustáquio regressou a solo lusitano pela porta do Paços de Ferreira, a meio da época 2019/2020, tendo vestido a camisola dos pacenses até meio da época 2021/2022. Nessa altura, seguiu por empréstimo, para o FC Porto, tendo realizado 11 partidas até final dessa temporada. Os dragões gostaram das prestações do médio e acionaram a cláusula de opção de compra, no valor de 3,5 milhões de euros, com o jogador a rubricar um contrato com os azuis e brancos até 2027. A prova da decisão acertada da SAD portista está na influência que Eustáquio tem na equipa, sendo um dos indiscutíveis para Sérgio Conceição.