Manchester City-Manchester United: na mesma cidade, mas a anos-luz de distância
Diogo Dalot e Bernardo Silva disputam a bola no jogo da primeira volta, que o Manchester City venceu por 3-0 (IMAGO)

Antevisão Manchester City-Manchester United: na mesma cidade, mas a anos-luz de distância

INTERNACIONAL03.03.202408:00

Dérbi de Manchester coloca frente a frente dois conjuntos em fases muito distintas

É o grande jogo da jornada 27 da Premier League, entre dois grandes emblemas em momentos de forma muito diferentes e com objetivos igualmente distintos. O Manchester City recebe o Manchester United.

À partida para esta partida, vemos duas equipas que, tirando a localidade, pouco têm em comum. O Manchester City não perde há 18 (!) jogos, é vice-líder, à condição, a quatro pontos do Liverpool e é, para já só venceu em 2024, com exceção ao jogo frente ao Chelsea (1-1). Do outro lado, está o Manchester United, que continua a contra... si próprio. Depois de um mês de fevereiro quase irrepreensível, os red devils foram derrotados pelo Fulham em casa. Mais um revés para Erik ten Hag, que tem vindo a ser criticado pela falta de consistência nas exibições, bem como por não conseguir fazer com que a sua equipa jogue em coletivo.

Também no plano das ausências falamos de duas equipas em estados muito diferentes. Se, por um lado, os citizens, apesar da recente lesão de Grealish, já contarem com jogadores como Haaland e De Bruyne, o Manchester United continua a sofrer com questões físicas. Para além de Lisandro Martínez, que não joga até abril, também Rasmus Hojlund se lesionou, após fazer sete golos em seis partidas. A esses juntam-se Luke Shaw e Maguire, cuja ausência está confirmada.

Haaland e De Bruyne são, de resto, os jogadores a destacar. O último jogo de ambos os clubes jogaram nos oitavos de final da Taça de Inglaterra. O Manchester United precisou de sofrer para, já aos 90', vencer o Nottingham Forest, mas tal não aconteceu com os skyblues: a equipa de Pep Guardiola dizimou o esquema de Rob Edwards e, com cinco golos do bombardeiro norueguês, quatro deles assistidos pelo mago belga, venceu os hatters. Recorde-se que, menos de duas semanas antes, também o United tinha ganho em Kenilworth Road, mas com muito sofrimento.

O onze provável e os destaques do Manchester City

Ederson; Walker, Rúben Dias, Stones, Aké; Rodri, Bernardo Silva, Kevin De Bruyne; Doku, Foden, Haaland.

Este onze beneficia de uma nuance: no ataque, John Stones junta-se ao meio-campo defensivo e, por vezes, aparece em zonas ainda mais avançadas. A vantagem disto é que permite que o Manchester City consiga manter o poder no miolo sem perder a largura. É um estilo sufocante, que permitirá, sem dúvida, criar muito perigo perto da área adversária.

Neste capítulo, é inegável falar de Haaland e De Bruyne. Se, por um lado, o avançado é o melhor marcador da Premier League, apesar de ter estado cerca de um mês afastado, o belga, que só jogou em 2024, leva 12 assistências... em 12 jogos. Os dois juntos combinam como ninguém e serão, certamente, as grandes mais-valias neste ataque à equipa que, a par do Sheffield United, mais remates permite na Premier League.

O onze provável e os destaques do Manchester United

Onana; Wan Bissaka, Lindelof, Varane, Diogo Dalot; Casemiro, McTominay; Bruno Fernandes, Antony, Garnacho; Rashford.

Este é, ainda assim, o onze que dará mais garantias (pelo menos, defensivas) a Erik ten Hag. Tem sido gritante a falta de consistência e continuidade no plantel e isso é notório, sobretudo, nos momentos de transição defensiva ou ofensiva. O meio-campo está muito desligado da defesa, o que, se não for corrigido, poderá resultar no espaço preferido de jogadores como Foden, Bernardo Silva ou De Bruyne e tornar-se, naturalmente, um problema.

É no momento atacante - tanto no último terço como no primeiro - que aparece a grande figura do plantel do Manchester United. Bruno Fernandes é, indiscutivelmente, o motor da equipa: é o atleta com mais chances de golo criadas na liga inglesa e, nos momentos decisivos, costuma ser ele, numa posição mais recuada, a iniciar a fase de construção, às vezes, em detrimento do que podia adicionar no último terço. O seu aparecimento (ou não) frente aos skyblues pode revelar-se determinante para o desfecho da partida. É o capitão em campo, reconhecido por todos os elementos da equipa e, também nesse papel de liderança, poderá ser fundamental.

Dois conjuntos muito longe nos últimos anos, no jogo jogado e naquilo por que lutam enfrentam-se este domingo, no Estádio Etihad, a partir das 15.30 horas.