Leonardo Jardim chegou ao Brasil no último sábado e apenas dois dias depois já foi apresentado como o novo treinador do Cruzeiro. O português falou em conferência de imprensa e explicou os seus motivos para ter deixado o Al Ain, dos Emirados Árabes Unidos, explicando que era um objetivo de carreira treinar no Brasileirão. «Apresentaram-me um projeto interessante. Aceitei. Não é financeiro, é uma opção de vida vir ao Brasil, que é o país do futebol, o país com mais talentos no mundo», começou por dizer, sendo que o ex-treinador do Sporting já orientou o seu primeiro treino no clube brasileiro, tendo em vista o próximo jogo para o Campeonato Mineiro, a sua estreia. «O futebol brasileiro, nos últimos anos, principalmente as equipas que conseguiram ganhar campeonatos, a grande diferença foi a intensidade. Essas equipas conseguiram ter talento e intensidade nos jogos. Foi o caso do Palmeiras, do Flamengo e agora do Botafogo. É nessa área que acredito, ter mais intensidade, agressividade, porque os campeões têm talentos, mas também precisam da outra parte, que é intensidade de jogo. Esta é a minha visão do futebol brasileiro nos últimos anos, porque foi o que acompanhei mais», explicou, apontado, indiretamente, à conquista do título. «Não é a primeira vez que faço 65 jogos na temporada, mas temos que ter cuidado, principalmente com as viagens, porque o Brasil é um país muito grande, com deslocamentos grandes. Temos que gerir bem o elenco, ter várias funções dentro do grupo, e essa é a nossa ideia. Não acredito em 11 jogadores, acredito em um plantel. Já falei com os jogadores sobre querer competitividade dentro do grupo, tendo mais de uma solução para cada posição. Sabemos que os adeptos querem que joguem sempre os mesmos, mas temos que montar uma equipa competitiva, com soluções para superar esse calendário e o número de jogos em todas as competições, com uma equipa que ambicione sempre os melhores resultados e os títulos. Não quer dizer que vamos ganhar, mas vamos lutar. Vamos lutar com os outros pelos objetivos», garantiu, revelando que já falou com outro treinador português, após a sua chegada ao Brasil. «Eu, sinceramente, não falei com ninguém. Troquei duas mensagens com o Pepa, e ele disse 'devias ter-me avisado'. Mensagens de brincadeira, e eu disse que não tive tempo. Tive que vir para o Brasil, analisar os jogos, porque vi os últimos quatro jogos. Tive que me preparar e o tempo não foi muito para conversar com as pessoas. Tenho uma grande relação com o Jorge Jesus, o Abel trabalhou comigo, por isso tinha essa relação com os portugueses que trabalharam no Brasil», finalizou.
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