Betis-V. Guimarães, 2-2 João Mendes arquitetou, Nélson Oliveira executou: as notas dos jogadores do Vitória
Médio apontou um golaço digno da… Catedral de Sevilha. Ponta de lança nunca se rendeu e fez os acabamentos com outra… obra de arte. Que coletivo!
Melhor em campo: Nélson Oliveira (8)
Muitas vezes julga-se um ponta de lança pelas oportunidades de golo desperdiçadas. É legítimo. Mas também não é menos verdade que a referência ofensiva da equipa pode desempenhar outras tarefas que dinamizem a estratégia delineada. Ora, Nélson Oliveira é um desses 9. Mesmo tendo o 7 nas costas. O internacional português foi de uma ajuda suprema às tarefas coletivas, mas também brilhou no processo individual: recebeu o cruzamento de João M. Mendes, trabalhou de costas para a baliza, rodou e rematou de pé esquerdo para o 2-2.
Bruno Varela (7) – O capitão assumiu a liderança que se lhe reconhece. Negou os intentos a Johnny Cardoso (12’) e a Cédric Bakambu (23’), brilhando a alta escala aos 61 minutos, ao fazer a mancha ao ponta de lança congolês, que, segundos antes, atirara ao poste.
Hevertton Santos (5) – Foi num duelo europeu que se estreou como titular dos vitorianos e podia ter dourado ainda mais a página. Perdeu um golo cantado aos 38 minutos, após passe magistral de João Mendes. No restante, foi competente nas suas missões, nomeadamente no capítulo defensivo.
Borevkovic (6) – Cédric Bakambu não lhe deu descanso, mas o croata nunca virou a cara à luta e foi a todas. Ganhou umas, perdeu outras.
Mikel Villanueva (6) – À imagem do seu companheiro de setor, viu-se envolvido em vários duelos na zona central do último reduto defensivo e não se vergou.
João M. Mendes (7) – Falhou por milímetros o desvio que poderia ter colocado os minhotos em vantagem (21’), após cruzamento de Umaro Embaló, mas esse lance potenciou para uma exibição de grande nível. Não se amedrontou perante Antony e não pediu licença para subir pelo corredor. Assistiu Nélson Oliveira para o empate (82’).
Tiago Silva (7) – Maestro que é maestro, dá música de categoria. O camisola 10 voltou a fazer jus ao número que carrega nas costas, jogou e fez jogar. Sabe tudo do futebol.
Tomás Handel (7) – Ele é terceiro central quando é preciso, ele destrói quando é necessário, ele constrói sempre que possível, ele chega-se à frente sempre que é oportuno… Um médio completo! E ainda tentou a sua sorte, com um remate que passou perto da barra (71’).
Umaro Embaló (6) – Parcialmente ativo à direita, fez uso da sua velocidade na primeira parte, com algumas incursões perigosas à área contrária. Deixou João M. Mendes na cara do golo (21’).
João Mendes (8) – Magia em movimento. Entrelinhas, como tanto gosta, descobriu espaços que pareciam impossíveis e nem o desperdício de Hevertton Santos, após assistência só ao alcance dos predestinados (38’), o afetou. O (habitual) coelho saiu da cartola aos 51 minutos, com um remate de fora da área que nenhum guarda-redes defenderia. Se Sevilha tem uma imponente Catedral, João Mendes chamou a si a sua arquitetura. Se os grandes jogadores são para os grandes jogos, João Mendes não foge das (suas) responsabilidades.
Nuno Santos (7) – Menos incisivo do que é habitual, mas, ainda assim, com grande impacto no resultado. Fez o passe para o golaço de João Mendes (51’).
Miguel Maga (6) – Entrou para o lado direito da defesa e entrou… muitíssimo bem. Compenetrado e assertivo, limpou a sua zona de jurisdição.
Samu (6) – Refrescou a intermediária e foi importante na renovação dos equilíbrios. Tem no pé esquerdo um relógio e na cabeça um manual de bem definir.
Telmo Arcanjo (5) – Levava vontade, percebeu-se, mas teve pouco espaço para conseguir romper pela linha defensiva dos espanhóis.
Dieu Michel (-) – Sem tempo para mais.