Albânia e Sérvia defrontaram-se em solo albanês (Foto: IMAGO)

Houve tensão mas não houve golos entre Albânia e Sérvia

Assobios ao hino sérvio e objetos arremessados para o relvado em jogo entre duas nações rivais. Penálti falhado foi o grande destaque do encontro

Nem um minuto ainda havia sido jogador para que o duelo entre Albânia e Sérvia começasse a aquecer. Durante o tradicional momento de ouvir os hinos dos respetivos países, o hino sérvio foi alvo de uma monumental assobiadela. As câmaras filmaram os jogadores sérvios e, à frente, as crianças que os acompanharam até ao relvado beijavam a águia albanesa. As tensões estavam ao rubro e sentia-se a rivalidade política entre as nações no Estádio Air Albania, 11 anos depois do último jogo entre estes países, que foi adiado quando uma bandeira do Kosovo foi levada de drone para o relvado.

Não é, aliás, possível referir este embate sem referir a tensão geopolítica entre os dois países, que esteve presente — ainda que não com a intensidade inicial — de principio a fim. É, também, a temática mais interessante desta partida, que terminou com... 0-0. Nem a Sérvia, com o bracarense Uros Racic no banco, nem a Albânia conseguiram criar particular perigo, ainda que os visitantes, teoricamente mais fortes com nomes como Vlahovic e Mitrovic no onze, tenham tido mais problemas na criação de oportunidades que o adversário, que terminou a partida com mais remates (10) e disparos enquadrados (8).

O grande momento do encontro chegou perto do intervalo, quando Hysaj foi derrubado na área e conquistou penálti para a Albânia. Rey Manaj foi chamado a converter, mas permitiu uma grande defesa a Djorde Petrovic, guardião do Chelsea. Por essa altura já o jogo havia sido interrompido, depois de Sasa Lukic, médio do Fulham, ter sido impedido de bater um canto por culpa de adeptos que arremessaram objetos para o relvado. No segundo tempo, foi a vez de Zivkovic, ex-jogador do Benfica, ser atingido, levando a mais uma interrupção do árbitro Davide Massa, um dos árbitros de topo da UEFA que terá certamente sido escolhido para este jogo mais para gerir as tensões extra-futebol que para gerir um duelo de alta qualidade.

Apesar de todas as tensões, o jogo acabou sem casos de maior, ainda que o contingente policial tenha aumentado ao longo dos 90 minutos. No final, não houve razões de queixa... excepto para quem pagou para ver futebol: jogo desinspirado de parte a parte terminou sem a festa do futebol: os golos.