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Euro 2025 Feminino: 'Au revoir', até à próxima... com mais nervo e experiência (crónica)
Ganhar era palavra de ordem, sabendo as Navegadoras que, além disso, era preciso esperar uma derrota de Itália e ainda anular a diferença de golos, bastante desfavoráve a Portugal, mas uma entrada em falso — proibída a este nível competitivo — acabou por hipotecar as aspirações da equipa lusa em conseguir alcançar algo inédito: passar da fase de grupos.
Francisco Neto, que ontem celebrou o seu 44.º aniversário, repetiu o esquema tático apresentado frente a Itália: 4x4x2 em losango, sendo que a única alteração foi Catarina Amado, à direita, no lugar da castigada Ana Borges.
Mas, logo aos três minutos, numa grande saída nas costas da defesa, com a bola a sair da guarda-redes Lisa Lichtfus, com a média Vanhaevermaet a lançar em Jill Janssens que fez-se valer da sua velocidade para colocar a bola no coração da área, onde a implacável Tessa Wullaert apareceu para finalizar com classe.
A apatia da equipa lusa deixou o selecionador inquieto, gritando «para a frente», mas as suas jogadoras estavam muito presas. Kika Nazareth foi fazendo a diferença. Primeiro, aos 28 minutos, a jogadora do Barcelona cobrou livre na esquerda e Diana Gomes, à entrada da pequena área, desviou para a baliza, mas a bola passou ao lado do poste direito e, depois, aos 44', a camisola 7 fez um passe de rotura para a entrada de Tatiana Pinto na área belga, mas as centrais das red flames não deixaram que Lisa Lichtfus fosse importunada. Em Berna, ao intervalo, Itália e Espanha estavam empatadas a um golo.
No reatamento, Francisco Neto lançou Lúcia Alves e Andreia Jacinto e a defesa passou a jogar em linha de três. As Navegadoras surgiram mais afoitas e a ganhar confiança com bola no pé, sempre com Kika Nazareth em plano de destaque. Aos 48' serviu Ana Capeta que, no coração da área, rematou à figura de Lichtfus. A própria Kika teve tudo para marcar, aos 52', mas Cayman cortou na hora H.
Ainda houve um golo anulado à Bélgica (67'), num lance em que o desentendimento entre Carole Costa e Patrícia Morais poderia ter sido fatal, mas Andreia Jacinto sofreu falta cometida por Detruyer e, logo de seguida, Portugal pediu penálti após Vanhaevermaet ter tocado com o braço na cara de Diana Silva, mas a árbitra sueca, que apitou a final feminina dos Jogos Olímpicos em 2024, em Paris, considerou ter sido um lance limpo.
Ao fim e cabo Portugal acabou por não ter capacidade para impedir que as adversárias chegassem ao ultimo terço com perigo — aos 77', Mariam Toloba acertou no travessão, tendo aparecido, mais uma vez, em zona de finalização — e também não conseguiram traduzir o volume de jogo, principalmente na segunda partem naquilo que era mais preciso: marcar golos.
Aos 87', os adeptos lusos vibraram nas bancadas do Estádio Tourbillon, a casa do Sion, com Kika Nazareth, já em dificuldades físicas - recorde-se que não jogava desde março, devido a lesão - a servir golo de bandeja a Telma Encarnação que, no coração da área, de pé esquerdo, assinou o 1-1.
Logo de seguida, novo golo anulado à Bélgica. Patrícia Morais não conseguiu aliviar a bola, após um canto, e Detruyer, ao segundo poste, mete a bola em Tysiak, que estava em fora de jogo, num lane que teve intervenção do VAR.
Já nos descontos, e com Portugal já a jogar mais com o coração do que com a cabeça, Cayman, à segunda, depois de corte de Carole Costa, sem contemplações, bateu Patrícia Morais.
Portugal despediu-se, assim, da terceira presença em fases finais de Europeus sem conseguir alcançar o ambicioso objetivo de chegar aos quartos de final, após ter sido despromovido à Liga B na Liga das Nações.
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