Neemias Queta desarma mais lançamento acima do nível do aro Fotografia FPB

Portugal vence Suécia com brilho de EuroBasket

Linces conquistaram torneio de preparação em Braga com uma segunda parte com velocidade, acerto, diversidade ofensiva e pressão na defesa que apenas permitiu 25 pontos ao adversários

Com uma vitória frente à Suécia por 78-61 (19-17, 10-19, 29-17, 20-8) no terceiro e último dia do Torneio Internacional de Braga, e após, na véspera, ter superado a Islândia por 83-79, Portugal manteve-se imbatível e ganhou o triangular que serviu de preparação para o EuroBasket 2025. Campeonato que arranca no próximo dia 27 e onde, estando integrada no Grupo A, em Riga, a Seleção começa por defrontar a República Checa.  

Começa a existir uma coluna vertebral na Seleção

Mas, ao fim de duas partidas consecutivas contra adversário mais do seu nível, a Suécia é 49.ª do ranking mundial e a Islândia 50.º, o mais importante foi ter-se sentido um sério crescimento nas movimentações da Seleção (56.ª) e atitude em campo face à adversidade, comparando com os três embates da semana anterior: Espanha (V, 74-76), Espanha B (D, 64-63) e Argentina (D, 84-70), nos quais as exibições foram mais desconcertantes.

Agora, ficou no ar a ideia que passou a existir um núcleo de seis a oito os jogadores com capacidade para transformar uma partida e entenderem-se em campo dentro daquilo que o técnico nacional pretende que seja o estilo de jogo sem nenhuma estrela, mas onde Travante Williams se tem destacado e Neemias Queta promete muito mais.

RESULTADOS
Suécia-Islândia, 70-73 Portugal-Islândia, 83-79 Portugal-Suécia, 78-61

Isto apesar de, como é natural, Mário Gomes ter voltado a rodar o plantel, apenas Diogo Gameiro e Nuno Sá (3 pts) não estiveram em campo mais de 5 minutos, e uma vez mais, Neemias Queta (12 pts, 7 res. 1 dsl) ter sido poupado. Ficou de fora do cinco inicial e limitado a 12 minutos. No entanto, o rendimento do poste dos Celtics nesses períodos de utilização fez quase sempre a diferença dos dois lados do campo. Está mais sólido o entendimento com os colegas para tirarem partido das suas capacidades físicas e técnicas, assim como Neemy se sente mais à vontade e suficiente liberdade para atacar o cesto e não se limitar a intimidar na defesa.

FICHA DO JOGO
Portugal-Suécia, 78-61 (19-17, 10-19, 29-17, 20-8) Portugal: Diogo Ventura (8), Travante Williams (18), Diogo Brito (13), Miguel Queiroz (3) e Daniel Relvão; Neemias Queta (12), Rafael Lisboa (14), Cândido Sá, Francisco Amarante (2), Vladyslav Voytso (5), Nuno Sá (3), Diogo Gameiro e Ricardo Monteiro. Treinador; Mário Gomes. Suécia: Melwin Pantzar (9), Pelle Larsson (17), Ludvig Hakanson, Viktor Gaddefors (7) e Simon Birgender (1); Mattias Markusson (6), Tobias Borg (9), Barra Njie (5), Wilhelm Falk (5), Denzel Andersson, Adam Ramstedt (2), Kenny Pohto e Nicholas Spires (nj). Treinador: Mikko Riipinen. Árbitros: Sérgio Silva, Paulo Marques e Bruno Sá

Ao contrário da véspera, assim como de outros embates desta fase de preparação, desta feita Portugal não permitiu que o adversário ganhasse vantagem cedo, apenas perdendo o comando no quarto inaugural entre os 11-13 e 14-15, ao que dois triplos seguidos de Diogo Brito (13 pts, 2 res, 3 ass) retomaram a liderança (17-15) ainda antes do fim do período (19-17).

A maior dificuldade estava em travar Pelle Larsson (17 pts 4 res, 3 ass). O jovem base dos Miami Heat que, até ao intervalo (29-36) registou 8 pontos em cada período, ajudou a atirar Portugal para o momento mais negro do encontro quando, nos últimos 6.23m do 1.º tempo, os Linces sofreram um desmoralizador parcial de 0-12 (29-37).

Travante Williams Fotografia FPB

Os últimos 8 pontos foram de Larsson e por mais substituições que Mário Gomes fizesse nada parecia resultar, as finalizações começaram a falhar e depois seguiu-se o cada um por si. Chegando ao ponto da Suécia, que até então preferira sobretudo atuar em ataque organizado, ir para o balneário com 6 pontos em contra-ataque face a zero dos anfitriões; 10 pontos vindos de turnovers contra zero de Portugal apesar de em perdas de bola haver 8-5; e 8-18 em cestos na área pintada.

O intervalo fez bem a Portugal e o selecionador ter apostado naquele que poderá ser um cinco principal. Rafael Lisboa (14 pts, 3 res, 7 ass), Brito, Travante (18 pts, 7 res, 2 ass, 2 rbl), novamente com uma boa exibição e um empecilho no caminho de Pelle Larsson, Neemias e Miguel Queiroz (3 pts, 3 res, 3 ass) trouxeram um basquetebol mais veloz, descomplicado e pressionante, que produziu um decisivo parcial de 12-3 (41-39). Assim, após a sexta e última igualdade (46-46), a Seleção colocou-se definitivamente na frente.

Os visitantes chegaram a reduzir a 54-53 antes do fim do 3.º quarto (58-53), mas no último período, desorientaram-se face às transições dos Linces, com Travante e Lisboa a desequilibrar, e não conseguiram mais do que oito pontos.

Falta agora o último jogo de preparação, quinta-feira contra o Sporting (18h00), em Sines, antes da viagem para Riga (Letónia) e Mário Gomes ter de dispensar dois elementos para reduzir a Seleção aos 12 que vão ao 42.º EuroBasket. O quarto da história para Portugal.