Champions: City e Inter reeditam final de 2013 em dia com muitos portugueses
Mais um dia cheio de emoções fortes nesta 1.ª jornada da nova Liga dos Campeões, em formato de campeonato, com mais jogos, mais rondas, mais equipas e mais dinheiro. Em ação nesta quarta-feira estarão vários portugueses. Bernardo Silva, Rúben Dias e Matheus Nunes, do Manchester City, recebem o campeão italiano Inter, naquela que será a reedição da final de 2023, conquistada pelos citizens; à mesma hora (20 h), o PSG, com João Neves, Vitinha e Nuno Mendes, recebe a equipa sensação da última edição de La Liga, o Girona; por fim, o Celtic, agora com o ex-benfiquista Paulo Bernardo em difinitivo, defronta o Slovan Bratislava. Mas há mais, muito mais...
O Manchester City recebe esta noite o Inter, no arranque da nova Liga dos Campeões e num duelo que reedita a final da penúltima edição da Champions que marcou a primeira conquista europeia dos citizens (1-0, golo de Rodri), de Bernardo Silva e Rúben Dias — e, entretanto, também de Matheus Nunes. Será, igualmente, um novo frente a frente entre Pep Guardiola, técnico do emblema inglês, e Simone Inzaghi, treinador dos italianos, ambos campeões nos respetivos países.
Em grande destaque no City tem estado Haaland, que, neste arranque de época, soma 9 golos em quatro jogos. O que mereceu declaração curiosa de Guardiola. «Se ainda me impressiona? Um pouco, sim. Sabe porquê? Eu marquei 11 golos em 11 anos... Ele marcou 9 em quatro jogos!», disse o treinador do conjunto de Manchester, admitindo que, só anteontem, viu «pela primeira vez» a final de 2023.
Ora, sobre essa mesma final falou Simone Inzaghi, então e agora treinador do Inter. «Não há vinganças no futebol. Este jogo nada tem a ver com aquele, não vai ser uma desforra», garantiu o técnico italiano, garantindo, logo depois, que nada se passa com Lautaro Martínez, melhor marcador da última época e com pólvora seca na atual: «Ele nunca será um problema, ele é sempre a solução para nós e ainda vai marcar muitos golos.»
RODRI AMEAÇA COM GREVE!
Entretanto, o médio do City, Rodri, ameaçou com a possibilidade de os jogadores entrarem em greve como forma de protesto contra UEFA e FIFA, devido à sobrecarga do calendário: «Penso que estamos perto disso. É a opinião geral dos jogadores, e, se continuar assim, não teremos alternativa. É algo que nos preocupa, verdadeiramente. Somos nós que sofremos», começou por explicar, falando depois sobre o número ideal de jogos numa época.
«Pela minha experiência diria que fazemos 60 ou 70 atualmente. E só entre 40 e 50 é que um jogador consegue render ao mais alto nível. Depois disso, há uma quebra, porque é impossível suster o nível físico. Este ano, talvez venhamos a jogar 70 ou até mesmo 80. Na minha humilde opinião, é demasiado», concluiu.
João Neves chegou esta época ao PSG, mas já há companheiros rendidos às qualidades do ex-Benfica. Na antevisão ao jogo de hoje com o estreante nestas andanças Girona, a contar para a Liga dos Campeões, Marquinhos deixou rasgados elogios ao internacional português.
«É um monstro. Adaptou-se rapidamente ao jogo e à equipa. Temos uma filosofia que não é simples e fácil. Ele joga numa posição muito importante, mas já está pronto para o primeiro jogo pelo nível que nos mostrou. Mesmo sendo muito jovem, é maduro. Chegou pronto», referiu o capitão do PSG.
Por seu lado, o técnico Luis Enrique reconhece que o sonho de conquistar a Champions «é sempre um sonho», deseja «toda a sorte ao Girona e a Míchel», de quem é fã, e fala das dificuldades: «Esta é uma prova muito dura para todos. Obriga a enorme esforço e, nesse sentido, a polivalência dos meus jogadores é uma qualidade importante numa época que será muito longa.»
Por fim, Míchel, técnico do Girona, falou do «sonho de estar na Champions» e da «obrigação» que a equipa tem «de disfrutar deste momento único».
O internacional Sub-21 português Paulo Bernardo avança para nova temporada na Liga dos Campeões com esperanças renovadas e moralizado pelo recente golo ao serviço da seleção jovem frente à Croácia (2-0), ele que está habituado a estas andanças da prova milionária, depois da estreia em 2021/22 — saltou do banco em cinco jogos na era de Jorge Jesus no Benfica — e após seis encontros na época passada, já com a camisola do Celtic, então por empréstimo dos encarnados — assinou, entretanto, em definitivo com o emblema de Glasgow.
Será com o equipamento verde e branco que Paulo Bernardo iniciará hoje a participação na nova e inédita fase de liga da Champions frente ao Slovan Bratislava, líder do campeonato da Eslováquia e que chegou a esta fase após superar três pré-eliminatória se o play-off num total de oito jogos já realizados e sem qualquer derrota averbada (5 vitórias e 3 empates).
Por seu lado, o Celtic é primeiro na liga escocesa, com cinco vitórias em cinco jogos, proeza só igualada pelo Aberdeen.
O Dortmund, finalista derrotado da última edição da Champions (repetindo a proeza de 2013, com Klopp), inicia nova caminhada com o sonho de repetir a conquista já longínqua de 1996/97 — campeão europeu com Ottmar Hitzfeld no comando e Paulo Sousa na equipa.
O adversário é o Club Brugge, líder na Bélgica e que avança para a 18.ª participação na Taça/Liga dos Campeões e cuja melhor participação foi em 1977/78 quando, com Ernst Happel, chegou à final, perdendo-a frente ao Liverpool (1-0, por Kenny Dalglish). Será o nono duelo entre as equipas, registando-se cinco vitórias do Dortmund, duas do Club Brugge e um empate.
O Bolonha, que surpreendeu Itália na época passada, volta a pisar o palco da Champions, 60 anos depois da sua única participação, e, pela frente, terá a martirizada equipa ucraniana do Shakhtar, marcada pela guerra no seu país e que, pela voz do seu CEO, Serhiy Palkin, denunciou ontem a falta de apoio da FIFA: «Nem um telefonema nestes últimos anos. Trataram-nos como se fôssemos russos.»
Depois de quase duas décadas a falhar a qualificação, o Sparta Praga está de volta à Champions, pela mão do dinamarquês Lars Friis. Após 19 anos, o campeão checo regressa ao palco maior, agora com novo formato, recebendo hoje os austríacos do Salzburgo, que chegaram aqui após afastarem o Twente e o Dínamo Kiev. As duas equipas estão sem competir desde 1 de setembro.