Champions: City e Inter reeditam final de 2013 em dia com muitos portugueses
João Neves avança para a estreia na Champions com a camisola do PSG (foto Imago)

ANTEVISÃO Champions: City e Inter reeditam final de 2013 em dia com muitos portugueses

INTERNACIONAL18.09.202408:00

Segunda parte da primeira ronda joga-se esta quarta-feira. Em ação estarão Bernardo Silva, Rúben Dias, Matheus Nunes, João Neves, Vitinha, Nuno Mendes e Paulo Bernardo

Mais um dia cheio de emoções fortes nesta 1.ª jornada da nova Liga dos Campeões, em formato de campeonato, com mais jogos, mais rondas, mais equipas e mais dinheiro. Em ação nesta quarta-feira estarão vários portugueses. Bernardo Silva, Rúben Dias e Matheus Nunes, do Manchester City, recebem o campeão italiano Inter, naquela que será a reedição da final de 2023, conquistada pelos citizens; à mesma hora (20 h), o PSG, com João Neves, Vitinha e Nuno Mendes, recebe a equipa sensação da última edição de La Liga, o Girona; por fim, o Celtic, agora com o ex-benfiquista Paulo Bernardo em difinitivo, defronta o Slovan Bratislava. Mas há mais, muito mais...

O Manchester City recebe esta noite o Inter, no arranque da nova Liga dos Campeões e num duelo que reedita a final da penúltima edição da Champions que marcou a primeira conquista europeia dos citizens (1-0, golo de Rodri), de Bernardo Silva e Rúben Dias — e, entretanto, também de Matheus Nunes. Será, igualmente, um novo frente a frente entre Pep Guardiola, técnico do emblema inglês, e Simone Inzaghi, treinador dos italianos, ambos campeões nos respetivos países.

Em grande destaque no City tem estado Haaland, que, neste arranque de época, soma 9 golos em quatro jogos. O que mereceu declaração curiosa de Guardiola. «Se ainda me impressiona? Um pouco, sim. Sabe porquê? Eu marquei 11 golos em 11 anos... Ele marcou 9 em quatro jogos!», disse o treinador do conjunto de Manchester, admitindo que, só anteontem, viu «pela primeira vez» a final de 2023.

Ora, sobre essa mesma final falou Simone Inzaghi, então e agora treinador do Inter. «Não há vinganças no futebol. Este jogo nada tem a ver com aquele, não vai ser uma desforra», garantiu o técnico italiano, garantindo, logo depois, que nada se passa com Lautaro Martínez, melhor marcador da última época e com pólvora seca na atual: «Ele nunca será um problema, ele é sempre a solução para nós e ainda vai marcar muitos golos.»

RODRI AMEAÇA COM GREVE!

Entretanto, o médio do City, Rodri, ameaçou com a possibilidade de os jogadores entrarem em greve como forma de protesto contra UEFA e FIFA, devido à sobrecarga do calendário: «Penso que estamos perto disso. É a opinião geral dos jogadores, e, se continuar assim, não teremos alternativa. É algo que nos preocupa, verdadeiramente. Somos nós que sofremos», começou por explicar, falando depois sobre o número ideal de jogos numa época.

«Pela minha experiência diria que fazemos 60 ou 70 atualmente. E só entre 40 e 50 é que um jogador consegue render ao mais alto nível. Depois disso, há uma quebra, porque é impossível suster o nível físico. Este ano, talvez venhamos a jogar 70 ou até mesmo 80. Na minha humilde opinião, é demasiado», concluiu.

João Neves chegou esta época ao PSG, mas já há companheiros rendidos às qualidades do ex-Benfica. Na antevisão ao jogo de hoje com o estreante nestas andanças Girona, a contar para a Liga dos Campeões, Marquinhos deixou rasgados elogios ao internacional português.

«É um monstro. Adaptou-se rapidamente ao jogo e à equipa. Temos uma filosofia que não é simples e fácil. Ele joga numa posição muito importante, mas já está pronto para o primeiro jogo pelo nível que nos mostrou. Mesmo sendo muito jovem, é maduro. Chegou pronto», referiu o capitão do PSG.

Por seu lado, o técnico Luis Enrique reconhece que o sonho de conquistar a Champions «é sempre um sonho», deseja «toda a sorte ao Girona e a Míchel», de quem é fã, e fala das dificuldades: «Esta é uma prova muito dura para todos. Obriga a enorme esforço e, nesse sentido, a polivalência dos meus jogadores é uma qualidade importante numa época que será muito longa.»

Por fim, Míchel, técnico do Girona, falou do «sonho de estar na Champions» e da «obrigação» que a equipa tem «de disfrutar deste momento único».

O internacional Sub-21 português Paulo Bernardo avança para nova temporada na Liga dos Campeões com esperanças renovadas e moralizado pelo recente golo ao serviço da seleção jovem frente à Croácia (2-0), ele que está habituado a estas andanças da prova milionária, depois da estreia em 2021/22 — saltou do banco em cinco jogos na era de Jorge Jesus no Benfica — e após seis encontros na época passada, já com a camisola do Celtic, então por empréstimo dos encarnados — assinou, entretanto, em definitivo com o emblema de Glasgow.

Será com o equipamento verde e branco que Paulo Bernardo iniciará hoje a participação na nova e inédita fase de liga da Champions frente ao Slovan Bratislava, líder do campeonato da Eslováquia e que chegou a esta fase após superar três pré-eliminatória se o play-off num total de oito jogos já realizados e sem qualquer derrota averbada (5 vitórias e 3 empates).

Por seu lado, o Celtic é primeiro na liga escocesa, com cinco vitórias em cinco jogos, proeza só igualada pelo Aberdeen.

O Dortmund, finalista derrotado da última edição da Champions (repetindo a proeza de 2013, com Klopp), inicia nova caminhada com o sonho de repetir a conquista já longínqua de 1996/97 — campeão europeu com Ottmar Hitzfeld no comando e Paulo Sousa na equipa.

O adversário é o Club Brugge, líder na Bélgica e que avança para a 18.ª participação na Taça/Liga dos Campeões e cuja melhor participação foi em 1977/78 quando, com Ernst Happel, chegou à final, perdendo-a frente ao Liverpool (1-0, por Kenny Dalglish). Será o nono duelo entre as equipas, registando-se cinco vitórias do Dortmund, duas do Club Brugge e um empate.

O Bolonha, que surpreendeu Itália na época passada, volta a pisar o palco da Champions, 60 anos depois da sua única participação, e, pela frente, terá a martirizada equipa ucraniana do Shakhtar, marcada pela guerra no seu país e que, pela voz do seu CEO, Serhiy Palkin, denunciou ontem a falta de apoio da FIFA: «Nem um telefonema nestes últimos anos. Trataram-nos como se fôssemos russos.»

Depois de quase duas décadas a falhar a qualificação, o Sparta Praga está de volta à Champions, pela mão do dinamarquês Lars Friis. Após 19 anos, o campeão checo regressa ao palco maior, agora com novo formato, recebendo hoje os austríacos do Salzburgo, que chegaram aqui após afastarem o Twente e o Dínamo Kiev. As duas equipas estão sem competir desde 1 de setembro.