Alarme na UEFA: €85M do Catar para o PSG podem ser congelados

Terceiro negócio entre qataris e parisienses adensa suspeitas. Comité de Controlo Financeiro vai investigar transferências de Verratti, Abdou Diallo e Julian Draxler

Uma, duas... três. Mas à terceira os alarmes no seio da UEFA começam a soar. A oficialização, esta segunda-feira, da transferência do médio ofensivo alemão Julian Draxler, que na época passada esteve emprestado ao Benfica, do PSG para o Al Ahli, parece ter sido a gota de água para o organismo que superintende o futebol europeu.

Depois das vendas do médio italiano Marco Verrati e do defesa senegalês Abdou Diallo ao Al Arabi, o terceiro negócio dos últimos tempos entre o PSG e o Catar, país dono do fundo que alimenta financeiramente os parisienses, semeou grande desconforto na UEFA, que já não pode fazer orelhas moucas aos avisos e reparos que estes negócios têm suscitado.

No fundo, a UEFA também já começa a descortinar o que para muitos já parece claro há algum tempo: estes negócios entre o PSG e clubes do Catar podem estar a servir apenas para rechear os cofres do PSG e equilibrar as contas no que diz respeito ao fair play financeiro. 

O presidente da La Liga, Javier Tebas, já tinha reagido com ultraje a estas situações, acusando o PSG de concorrência desleal.

Podemos fazer isso também, encontrar um país satélite que nos compre jogadores para termos grandes receitas que nos permitam comprar todos os jogadores que queiramos

«Podemos fazer como a França, que não controla o PSG enquanto vende Verrati para o Catar por 40 milhões ou não sei quanto. Podemos fazer isso também, encontrar um país satélite que nos compre jogadores para termos grandes receitas que nos permitam comprar todos os jogadores que queiramos», disparou há poucas semanas.

O que é certo é que, contas feitas, o PSG já foi buscar 85 milhões de euros com estas três transferências e em França o jornal L'Équipe está já a dar conta esta segunda-feira que esta fórmula pode ter os dias contados.

Perante a proximidade entre o Catar e o PSG, a UEFA já terá decidido iniciar uma investigação e estes negócios serão passados a pente fino pelo Comité de Controlo Financeiro do organismo. Os 85 milhões em causa poderão mesmo ser congelados pela UEFA, que poderá não os contabilizar para efeitos do fair play financeiro.