19 junho 2025, 23:53
Abel sai de campo em tronco nu após vitória do Palmeiras
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Treinador português fez balanço do percurso no Palmeiras, que dura desde outubro de 2020, e emocionou-se ao falar da família
Abel Ferreira não conseguiu segurar as lágrimas a falar da família. Em entrevista à TV Globo, o treinador português falou sobre o percurso no Palmeiras, que dura há quase cinco anos.
«Família para mim é tudo. E eu em determinado momento da minha vida, enquanto treinador, fui muito egoísta. Porque só pensei em mim e não pensava neles. Eu quero ser treinador, eu quero ganhar títulos, porque eu nunca tinha ganho um título grande como jogador. Eu achava que se ganhasse um título ia ser feliz a vida toda. Então pus de lado um pouquinho o acompanhar as minhas filhas e a minha família. Deixei-os em Portugal e fui para a Grécia. Estava completamente obcecado pela parte do treino, do treinador. Dedicar todo o meu tempo, porque há um preço que se paga para chegar. Só que na altura eu não sabia qual era», começou por confessar.
19 junho 2025, 23:53
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Em 2019, Abel Ferreira deixou o SC Braga para assumir o PAOK e a esposa e as filhas não o acompanharam, assim como nos primeiros tempos no Palmeiras, em 2020.
«Quando saio da Grécia e venho para o Brasil, mesmo contra a opinião deles, em busca desse título, e nós ganhámos a Taça (do Brasil) e a Libertadores. E vocês lembram-se muito bem daquilo que eu disse: sou melhor treinador, mas sou pior pai, pior marido, pior filho e nos momentos em que tu estás sozinho, tu começas a perguntar qual é o teu sentido da vida», referiu, destacando o papel de Leila Pereira, presidente do verdão.
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«Depois de falar com a Leila, e ela foi parte muito importante neste processo, que é o ter a família comigo. Eu não vou trocar o Palmeiras agora para o outro lado, sem a família estar comigo. Custou-me tanto ter a família comigo», assumiu.
O contrato de Abel Ferreira com o Palmeiras acaba em dezembro e Leila Pereira já disse que pretende renová-lo até 2027.
«Já pensei muito em mim mesmo e agora chegou o tempo não de pensar em mim, mas de pensar em nós. O que é melhor para nós? E depois a gente, juntos, resolve. O maior título que eu ganhei aqui foi conseguir ter a minha família três anos comigo a assistir às derrotas, às vitórias, porque quando tu perdes, eles vão estar sempre lá em casa para ti», afirmou.
O Palmeiras lidera o grupo A do Mundial de Clubes, onde está o FC Porto. Os resultados dos clubes sul-americanos sobre os europeus têm causado alguma surpresa, mas não a Abel Ferreira.
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«Já estive do outro lado e vou dizer honestamente. Eu, como europeu, quando ligava, não gostava de ver jogos no Brasil. O futebol brasileiro é como ver uma corrida de Fórmula 1 na chuva. Tem carros que podem dar 350 km/h, mas não podem passar de 200 km/h. Brasil não é um país, é um continente. Tem um calendário com jogos de dois em dois dias, ver duas equipas cansadas, o ritmo é mais lento. O relvado não ajuda, ainda mais lento é. Tecnicamente, para mim, o brasileiro é o melhor do mundo. Mas temos que criar as condições. Os brasileiros conseguem ser competitivos, têm chances, todos os 32 que estão aqui, têm. Uns mais, mas todos têm chances. Para mim, sendo estrangeiro a treinar no Brasil, é um orgulho», atirou o técnico luso, fã de Fórmula 1.
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