A ressurreição de Neymar ao 31.º dia

INTERNACIONAL03.03.202513:43

Um mês depois de ser apresentado no Santos, o craque já brilha no campo. Já inspira fora dele. Já atrai o Barcelona. E já convence o selecionador brasileiro Dorival Junior

O jogo dos quartos de final do Paulistão entre Santos e Bragantino decorria há nove minutos quando o árbitro assinalou falta do lado esquerdo do ataque do Peixe. Neymar bateu com força, contou com um desvio para atrapalhar o guarda-redes e inaugurou o marcador. Na segunda parte, de um canto batido pelo craque nasceria o 2-0 que apurou o Santos para as meias-finais. Um mês exato depois de ter chegado, o ressuscitado jogador de 33 anos já marca, já assiste, já inspira.

E já desperta a cobiça do Barcelona, uma espécie de déja vu do que sucedeu em 2013, quando trocou a Vila Belmiro pelo Camp Nou. A imprensa espanhola fala de um interesse catalão se Ney marcar uns 15 golos e demonstrar razoável forma física. Na seleção, Dorival Junior assistiu in loco a dois jogos do clube e incluiu o atleta na pré-lista de 52 jogadores para os duelos com Argentina e Colômbia da qualificação sul-americana para o Mundial 2026, um dos objetivos de carreira do ex-Al-Hilal.  

«Estou feliz demais por estar voltando à minha melhor forma física», reagiu Neymar, após a partida com o Bragantino em que saiu uns minutos antes do apito final para fazer gelo no banco. No total, jogou em sete partidas, primeiro a sair do banco, depois já como titular e com três golos e três assistências pelo meio. Dos golos, destaque, além do de livre direto da madrugada de segunda-feira, para o olímpico na casa da Inter de Limeira que mereceu aplausos até dos rivais.

Sem Neymar, a equipa de Pedro Caixinha somava duas vitórias, um empate e três derrotas. Depois dele, são três triunfos, duas igualdades e um desaire, para o rival Corinthians, a melhor campanha da competição. «O Neymar é um génio mas muito humilde, fizemos dele uma causa, queremos que ele volte à seleção para disputar o Mundial de 2026», disse Caixinha, para quem, com o número 10, «o Santos ficou seguramente muito mais competitivo».

Mas a influência de uma superestrela não se limita às quatro linhas. Antes de comprar uma mansão na cidade, o multimilionário Neymar começou por se transportar de helicóptero. Por outro lado, com o jogador, que se faz acompanhar em permanência de um preparador físico, de um fisioterapeuta, de um repórter de imagem e de dois guarda-costas, o Santos aumentou número de sócios, de seguidores nas redes sociais e de patrocinadores.

E o pai promove obras no balneário, nas bancadas e no relvado da Vila Belmiro e no hotel, departamento médico e sala de fisioterapia no centro de treinos Rei Pelé. «Porque o contrato é de cinco meses mas, na verdade é de muito mais do que isso, visa reestruturar e reerguer o Santos», afirmou Neymar Senior. E visa também reestruturar e reerguer o próprio Neymar, depois de dois anos na Arábia Saudita com três jogos em duas épocas e o amor-próprio de rastos.      

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