Discurso de Trump no Estado da União marcado por expulsão de deputado Al Green (vídeo)
Presidente falou de tarifas, minerais, Ucrânia, 'wokeness' num longo discurso de 1h40
Donald Trump discursou na última madrugada no Congresso, naquele que foi o seu primeiro discurso de Estado da União (State of the Union, em inglês) desde que voltou para um segundo mandato à presidência dos EUA.
Ao longo de 1h40, tratou-te de um desenrolar de vitórias e avisos, após 43 dias de mandato.
Trump falou de cortes governamentais – com Elon Musk na bancada, também a receber aplausos - e tarifas, voltando a afirmar que as tarifas dos países estrangeiros serão respondidas na mesma medida.
«Outros países usaram tarifas contra nós por décadas e agora é a nossa vez de começar a usá-las contra eles», disse Trump aos legisladores no primeiro discurso do segundo mandato perante as duas câmaras do Congresso, referindo-se a Brasil, China, Índia, México, Coreia do Sul, Canadá e União Europeia.
«O Presidente anunciou que se prepara para «expandir drasticamente» a produção de minerais críticos e terras raras nos Estados Unidos, assunto que tem estado na hora do dia devido ao acordo que acabou por não ser assinado com a Ucrânia.
«No final desta semana, também tomarei medidas históricas para expandir drasticamente a produção de minerais críticos e terras raras aqui nos Estados Unidos», referindo-se a materiais como grafite, lítio, urânio e os 17 elementos químicos conhecidos como terras raras são essenciais para o crescimento económico, para o desenvolvimento tecnológico e para a segurança nacional.
Mantendo a divisão entre republicanos e democratas, o drama instalou-se quando o deputado democrata Al Green interrompeu repetidamente o discurso e o presidente da Câmara, Mike Johnson, ordenou que expulsassem da sala o congressista do Texas.
Trump falou nos esforços para fazer recuar os direitos dos transexuais e os programas de diversidade. «Estamos a tirar a wokeness das nossas escolas e das nossas forças armadas e já está fora da nossa sociedade. Não queremos isso, já era», referiu.
«Estou também a trabalhar incansavelmente para acabar com o conflito selvagem na Ucrânia», disse Trump. Depois na sexta-feira um encontro na Sala Oval com o presidente Volodymyr Zelensky ter acabado aos gritos e sem acordo assinado, Trump voltou a falar da quantidade de dinheiro americano gasto no conflito, mas também respondeu positivamente a um post de Zelensky nas redes sociais. Trump referiu-se a uma carta do líder ucraniano - em que Zelensky expressou arrependimento e disse que estava pronto para iniciar conversações de paz. «Aprecio o facto de ele ter enviado esta carta», afirmou.
Voltando a Elon Musk, elogiou o departamento chefiado pelo milionário, o DOGE, que promete tornar o governo mais eficiente e fazer cortes de largos milhões.
«O Elon está ali, não sei se já ouviram falar no DOGE. Ele está a trabalhar muito. Não precisava disto. Não precisava disto», disse, e apontou para os democratas: «Toda a gente aqui, mesmo deste lado, agradece. Creio que só não o querem admitir.»