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Work in progress
Estou na posição mais confortável de todas: a de adepto. Onde podemos propor, sonhar, imaginar, esquematizar equipas sem ter a responsabilidade de ver os valores, negociar vencimentos e verificar do seu enquadramento orçamental.
Tem sido escrito em várias colunas de opinião que a pré-temporada já não é como antigamente. Quando começavam os primeiros treinos e jogos já a nova equipa estava praticamente completa. Os tempos agora são outros, a época começa ainda com muitos lugares por preencher e vendas por fazer. Em todas as equipas! Este é, por isso, o desafio do Vitória. Porque somos os que começámos mais cedo e porque com a pré-temporada já em curso são muitos os espaços por preencher.
Vou por isso dedicar estas linhas àquilo que, em minha opinião, falta preencher no plantel 2023/24. Aproveitar o espaço que o jornal A Bola atribui ao V.Guimarães já que, nas horas infindáveis de programas televisivos dedicados à pré-temporada do Benfica, Porto e Sporting, não há tempo para um minuto que seja dedicado aos demais clubes. As televisões não analisam a pré-temporada do campeonato português, analisam a pré-temporada de três clubes; falam, por isso, apenas para os seus adeptos. É lamentável o quanto isso nos torna pequenos, sendo ainda mais lamentável a forma como disso nem nos apercebemos. Mas sobre isso, falarei noutra ocasião.
Voltando ao Vitória, depois de uma época em que notoriamente o plantel superou as expectativas que se lhe atribuíam, para esta época e ainda que com a mesma base, as expectativas são naturalmente outras. Os próprios responsáveis do clube o reconhecem ao terem colocado várias vezes a bitola na passagem à fase de grupo da Conference League.
As contratações que são já conhecidas entusiasmam e têm sido feitas do modo cirúrgico que sempre defendi. Mas faltam preencher posições.
O meio-campo está seguro e até sobrepovoado – a contratação de João Mendes trouxe-nos o 10 de que precisávamos (grande expectativa para ele). Mas a defesa precisa claramente de um defesa central e de um lateral para cada um dos lados. Já o ataque precisa de dois extremos que ocupem as vagas de Mickey Johnston e Rúben Lameiras.
No entanto, os perfis para estas posições já mudarão se, como parece dos últimos alinhamentos de Moreno, o Vitória abandonar o 5-2-3 (ou o mais eufemístico 3-4-3) para passar a adotar um 5-3-2 (que será mais 3-5-2), porque nesse cenário os laterais serão verdadeiros alas uma vez que terão de assegurar todo o corredor. Se assim for precisaremos apenas de dois jogadores para essas posições de ala esquerdo e ala direito. Presumindo ser esse o esquema tático do Vitória, precisamos de fechar o quanto antes um defesa central e dois alas, para ter tempo de integrar, enturmar, enquadrar no esquema tático e atacar com força a 2ª pré-eliminatória da Conference League que é já … daqui a 10 dias.