É disto que se fala quando se fala de Ronaldo
Ronaldo festeja o golo à Espanha (IMAGO)

É disto que se fala quando se fala de Ronaldo

OPINIÃO09.06.202508:30

Depois das conquistas com Fernando Santos (2016 e 2019) e de uma final com Luiz Felipe Scolari (2004), eis Roberto Martínez. Deixemos agora o homem festejar.

Lamine Yamal é um génio. A 34 dias de completar 18 anos, soma 129 jogos e 31 golos por Barcelona+ Seleção de Espanha. Se nas próximas 20 épocas jogar sempre 55 jogos em cada uma, ficará só a 53 jogos de chegar ao atual número de jogos de Cristiano Ronaldo. Se nas próximas 20 épocas marcar sempre 40 golos em cada uma, ficará só a 109 golos do atual número de Cristiano Ronaldo. É disto que se fala quando se fala de Ronaldo. É disto que se fala quando se fala de Michael Jordan. É disto que se fala quando se fala de Pelé. É disto que se fala quando se fala de Lebron James. É disto que se fala quando se fala de Messi. É disto que se fala quando se fala de Tom Brady. É disto que se fala quando se fala dos melhores dos melhores dos desportos coletivos.

Cristiano Ronaldo já não é o mesmo de há 15 ou 10 anos. Nem La Palisse diria melhor. Ninguém, aos 40, é fisicamente igual ao que foi aos 25 ou 30. O que impressiona em CR7 já não são os golos, os jogos, os troféus. O que impressiona é que, aos 40, mantém a alegria dos 20, 25, 30 e dos 35, 36, 37, 38 e 39. Ronaldo já não está nos cinco melhores do Mundo. Nem sequer, provavelmente, nos 20 ou 30 melhores de 2025. Mas é o número 1, o top dos tops, na forma como encara a profissão que exerce, sempre ao mais alto nível, desde 2002. Quando Rodrigo Mora, João Neves, António Silva, Renato Veiga, Francisco Conceição e Nuno Mendes, o maiores dos maiores, ainda não eram nascidos. E já Ronaldo corria e marcava golos, corria e assistia, corria e era importante em todas as equipas por onde passou em duas décadas.

Por fim, Roberto Martínez. Simpático e educado, não tem um discurso cativante. Foge das perguntas complicadas como Pedro Neto foge rumo à linha de fundo. Evita-as como Francisco Conceição ou Rafael Leão evitam derrubes de marcadores diretos. Nunca é implacável como Ruben Dias, Renato Veiga ou Palhinha. É um negociador como Bernardo Silva. Pode ser tudo aquilo que quisermos. Construiu menos bem alguns onzes? Sim, claro. Mexeu mal muitas outras? Evidentemente. Podia ter feito melhor no Euro-2024? Claro. Foi criticado com a opção (estranha, de facto) de colocar João Neves no lado direito da defesa e Vitinha no banco? Muito, muito, muito. Mas, nesta fase final da Liga das Nações, golos de Cristiano Ronaldo, Francisco Conceição e Nuno Mendes à parte, exibições grandiosas como as de Diogo Costa e Nuno Mendes no jogo de ontem, a conquista desta Liga das Nações tem a impressão digital de Roberto Martínez. A segunda parte de Portugal frente à Alemanha foi uma das melhores de sempre e o jogo de ontem, com imensos altos e baixos, é certo, entra na história do futebol nacional. E depois das conquistas com Fernando Santos (2016 e 2019) e de uma final com Luiz Felipe Scolari (2004), eis Roberto Martínez. Deixemos agora o homem festejar.

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