Zé Pedro abre o livro sobre o FC Porto: os reforços, «ruídos» e... Farioli

Antes de rumar a Itália, o central ainda jogou duas partidas pelos dragões em 2025/26. Elogia o lote de novos centrais, elege a cara nova que mais o surpreendeu e fala em «alguns assuntos que nem sempre são benéficos para o clube»

Bednarek, Kiwior, Prpic… Sente que tinha lugar e capacidade para jogar com regularidade no FC Porto atual?

—Ora bem, se eu não disser que tenho, mais ninguém vai dizer! Acima de tudo, esses jogadores foram um acrescento de qualidade e têm sido uma mais-valia, sem dúvida. É certo que também mudaram outras coisas, nomeadamente o míster. E a forma de estar, de ser e de jogar pode ajudar ou prejudicar numa época ou noutra, consoante o ano de que estivermos a falar. Mas acho que seria capaz de corresponder, de fazer parte do plantel e, quando surgisse novamente uma oportunidade, lá estaria para dar o máximo e tentar corresponder, como sempre tentei fazer. É o que posso dizer.

—Que jogador mais o surpreendeu entre os reforços do FC Porto?

—Como ainda chegaram alguns reforços, tenho de pensar um pouco. Acho vou um pouco por aquilo que já se tem falado muito a nível nacional. O Victor Froholdt tem uma capacidade física que nos impressionou desde o início. Mesmo no seio do grupo, ele fazia exercícios de pré-época, de resistência e de situação mais física que já chamavam a atenção. E tem vindo a confirmar-se essa capacidade física ao longo do campeonato. Quem me chamou mais a atenção desde o primeiro dia terá sido o Froholdt.

—Com que impressão ficou de Francesco Farioli do tempo em que trabalhou com ele?

—Foi alguém com quem gostei muito de trabalhar. Com ele e com a respetiva equipa técnica. Sou-lhes muito agradecido pelos momentos e pelos dias que partilhámos. Foi uma pena que tivéssemos que seguir caminhos distintos, mas desejei-lhes a maior sorte do Mundo, como eles me desejaram. Estarei sempre a torcer por eles, porque o sucesso deles será uma felicidade para mim. Mas foi alguém que em pouco tempo me cativou bastante. Embora tenha sido pouco tempo, gostei muito de partilhar aqueles dias com o míster Farioli e com a equipa técnica dele. São realmente especiais e diferenciados.

—Para quem viveu de perto as últimas épocas do FC Porto, como se pode explicar esta viragem de 180 graus em termos de resultados e exibições?

—O futebol tem dessas coisas. É praticamente impossível, tirando algumas exceções, uma equipa dominar a 100% o seu campeonato. Em Portugal, temos um campeonato competitivo, com os três grandes e o SC Braga, que também podemos incluir porque tem conseguido intrometer-se. É imprevisível conseguir perceber quem poderá ser campeão no final. Não sei se há uma grande diferença de outras épocas para esta. Por vezes, criaram-se ruídos em torno de alguns assuntos que nem sempre são benéficos para o clube. E digo isto sem querer dar algum tipo de exemplo. Como adepto, por muito que as coisas até possam estar a correr mal, quero sempre que o clube vá avante, que o clube ganhe e consiga escalar na classificação, porque no final é que se fazem as contas. Se, no final, o FC Porto for campeão, ninguém se vai lembrar de como começou, se empatou, se ganhou, se perdeu… O futebol tem pouca memória. O importante é o dia a dia e fico muito feliz que o do FC Porto seja, atualmente, de sorrisos na cara e de alegria, porque esse é um passo importante para terem sucesso.