«Estava no FC Porto, clube do meu coração, mas precisava de mais minutos»
—Como tem sido a experiência em Itália? Para um defesa-central, com certeza será uma espécie de sonho cumprido…
—Sem dúvida que a Serie A é um campeonato que sempre me cativou. Tem sido uma experiência diferente, uma experiência boa. Encontrei uma realidade agradável, as pessoas foram muito acolhedoras, tanto dentro do clube como a nível de massa associativa. As pessoas da cidade procuraram demonstrar rapidamente carinho, para que me sentisse em casa.
—Não se formou num grande e tem um percurso que foge ao habitual... Imaginava estar em Itália aos 28 anos?
—Sim e não. Depende do ponto em que pensei nessa situação. Quando vou o FC Porto, já não sou aquela jovem promessa que aparece na equipa B vinda da formação, que, diga-se, é recheada de qualidade. Mas aceitei o desafio, porque além de mais de ser o meu clube do coração, era um desafio estar próximo dos ídolos que via jogar quando ia ao estádio, ao fim de semana. Era algo que me iria realizar. Depois de lá estar, sabia que, com o meu trabalho, dedicação e a responsabilidade de servir o FC Porto, poderia surgir uma oportunidade. Tendo isso nas mãos e nos meus pés, pude corresponder e ser merecedor dessa oportunidade e de alguma continuidade.
—Ainda chegou a atuar pelo FC Porto esta época. Como olha para o momento da equipa?
—Com muito agrado. Não só porque iniciei lá a época e tenho amigos verdadeiros no FC Porto, mas também como adepto, porque agora vesti novamente essa pele. Estou verdadeiramente agradado, porque faz um bocadinho parte de mim. Estamos em primeiro, com uma margem consideravelmente confortável nesta fase do campeonato. O futebol que se tem praticado e todo o ambiente que se vive no plantel e nas bancadas tem sido fantástico de se ver. Sem dúvida que fico muito contente por eles e pela nação portista.
—Com que ex-colegas do FC Porto mantém mais contacto?
—Com o Cláudio Ramos, com o Eustáquio, de vez em quando também com o Diogo [Costa] e com o Moura. Vamos trocando uma mensagem ou outra, vemos qualquer coisa nas redes sociais e mandamos uma mensagem. «Como é que estás, como é que está tudo a correr, está tudo bem por aí…?» Dentro disso. Com o Cláudio é quase diariamente, porque é uma relação diferente. Com o Stephen [Eustáquio] também. Com os restantes vou trocando umas mensagens para perceber como é que estão a correr as coisas.
—Tinha renovado contrato em 2024 e acabou por sair este verão…
—São momentos distintos do clube. Este ano, foi feito um investimento grande no plantel. Com a contratação de três jogadores para a minha posição, mais a opção de compra do Nehuén Pérez, que foi acionada, completava-se uma lista de quatro centrais em que eu ficaria um pouco distante da possibilidade de ter minutos da forma que idealizo. É certo que estava no meu clube do coração, mas gosto de ser útil e de me sentir parte de algo para conseguir melhorar e ajudar a equipa. Procurei um espaço diferente para ter esses minutos, porque sabia da dificuldade que eventualmente teria no FC Porto. Foi aí que, já perto do final do mercado, surge a situação para sair e a vinda de última hora do Kiwior acabou por desbloquear a situação.