Técnico do conjunto vidreiro respeita os verdes e brancos, mas acredita numa surpresa - Foto: A BOLA
Técnico do conjunto vidreiro respeita os verdes e brancos, mas acredita numa surpresa - Foto: A BOLA

«Vencer o Sporting? Até estamos perto de Fátima e podemos acreditar em milagres...»

Renato Sousa, treinador do Marinhense, assume que a sua equipa tem uma montanha para escalar, atribuiu o favoritismo aos leões, mas não fecha a porta a uma surpresa em Alvalade. Instabilidade no emblema vidreiro levou a troca de equipa técnica durante esta semana

Da Marinha Grande a Fátima distam cerca de 30 quilómetros e essa proximidade geográfica ajuda a suportar a ideia de que o Marinhense pode fazer uma surpresa em Alvalade. O Atlético vive um período de enorme instabilidade, vai a jogo com uma equipa técnica interina que assumiu a equipa no decorrer desta semana – devido ao processo disciplinar interposto pelo clube ao antigo líder da equipa, Rui Sacramento –, mas sonhar ainda não paga impostos. E se a isso se juntar uma boa dose de fé...

O momento conturbado foi solucionado pela Direção do Marinhense com a junção de vários treinadores dos escalões de formação, com Renato Sousa a liderar esta equipa. E foi o agora responsável pelos seniores do Marinhense que projetou o duelo frente ao Sporting, referente à 4.ª eliminatória da Taça de Portugal e que está agendado para as 18 horas de amanhã.

«Apesar da instabilidade e de ser uma situação atípica, tivemos a felicidade de encontrar um grupo focado e que nos facilitou imenso o nosso trabalho. Estes dias decorreram acima das nossas expectativas. Não vamos falar de percentagens. O grupo está extremamente focado. Sabemos que é uma luta desigual, vamos jogar contra o campeão nacional, mas tudo é possível no futebol. Vamos fazer o que estiver ao nosso alcance. É fácil trabalhar estes jogos, os atletas estão motivados por si, vão jogar para as suas famílias, para os seus amigos e para um clube que tem uma história enorme. Eles querem desfrutar do momento, mas também sabem que têm de respeitar o símbolo que trazem ao peito. Claro que é tudo novo, mas também bastante desafiante. Não hesitámos em aceitar este desafio e também estamos a representar todo o futebol de formação a nível nacional», começou por dizer, na conferência de Imprensa realizada ao início da tarde desta sexta-feira, no Estádio Municipal da Marinha Grande.

Renato Sousa, de 36 anos, que orienta(va) os sub-19 do Marinhense - Marco Costa e João Órfão (ambos treinadores-adjuntos dos sub-19), Luís Neto (teinador dos sub-17), José Olival (treinador dos sub-15) e Alexandre Carvalho (treinador de guarda-redes da formação) completam a equipa técnica -, assumiu que falou com os líderes do balneário e desvendou um pouco da estratégia a utilizar diante dos leões: «Quando chegámos decidimos reunir o lote de capitães para ver como é que a equipa se sente mais confortável. Durante grande parte do jogo estaremos em organização defensiva e trabalhámos muito esse momento. Também exploraremos as transições ofensivas. Foi essa a base. Tivemos três unidades de treino em que os jogadores estiveram superfocados e ajudaram muito ao nosso trabalho.»

Renato Sousa (terceiro a contar da esquerda) acompanhado dos seus adjuntos - Foto: A BOLA

Qual poderá ser, então, o segredo para o sucesso em Alvalade? Na ótica de Renato Sousa, além do trabalho e do desempenho dos atletas, há outro fator extra-jogo que pode ter o seu peso. «Vencer? Até estamos perto de Fátima e podemos acreditar em milagres [risos]. Tudo pode acontecer no futebol. Vamos lutar, temos uma massa associativa que precisa de ver o Marinhense a lutar por este jogo. Vamos desfrutar», projetou.

A finalizar, os elogios ao homólogo leonino: «O mister Rui Borges é um treinador que todos nós seguimos e pelo qual temos imenso respeito. Veio do zero e isso diz muito da sua personalidade. Se quisermos chegar a um patamar mais elevado, temos de olhar para exemplos como o dele. Se acreditarmos na qualidade do nosso trabalho, tudo é possível.»