Diogo Costa, filho de Costinha, joga no Marinhense e vai defrontar o Sporting

«Acho que o meu pai vai torcer pelo Marinhense», diz o filho do Ministro

Filho de Costinha vai defrontar o clube do pai, mas acredita que o coração vai pesar mais para ele

O nome Diogo Costa pode não dizer muito aos amantes de futebol. Mas a forma como é tratado faz tudo mudar: Costinha. E a alcunha até podia advir do corpo franzino, mas a cara não deixa margem para dúvidas: aquele menino é filho de Ministro. Do Ministro, aliás.

Diogo Costinha

E se calhar, o médio de 21 anos até preferia esconder essa relação, tendo em conta que chegou ao Marinhense pela mão de Rui Sacramento. O antigo guarda-redes que partilhou o balneário do FC Porto com o ex-internacional português no início da carreira e que não ficou com as melhores memórias desse convívio.

«Vou sofrer muito aqui. O mister está sempre a dizer-me que me vai fazer pagar aquilo que o pai lhe fez ele. O quê? Tanta coisa! Ele fumava e o pai e outros jogadores mais velhos também fumavam, mas não deixavam o mister fumar. Era o único que não podia. O pai também não o deixava equipar com os outros. Obrigava-o a esperar fora do balneário e só se podia equipar depois dos outros todos. E acho que também não o deixavam sair quando eles iam sair. Mas depois acolhiam-no bem e acho que o meu pai até o levou várias vezes a casa», enumera, sorridente. «Ele pica-me muito, mas é uma picardia saudável. São histórias para rir», resume.

Depois de ter terminado a formação no Oriental e ter feito no clube lisboeta a primeira época como sénior, o Costinha mais novo jogou um ano na equipa B do Casa Pia e no início da época mudou-se para a Marinha Grande, onde está a tentar conquistar espaço, somando oito jogos, quatro deles como titular.

Apesar de também ser médio, garante que é bem diferente do jogador que foi campeão europeu pelo FC Porto e que representou ainda clubes como o Mónaco ou o Atlético Madrid.

Costinha com a mulher e os dois filhos, Diogo (à direita) vai defrontar o Sporting na Taça de Portugal

«Eu não vi muito o pai a jogar. Vi muitos vídeos dele. O que aprendi mais dele foi a dar pau! Ele ensinou-me [risos]. Não, agora a sério: a mentalidade. Ele era um jogador muito forte mentalmente. Nada o abalava. E além disso, levo dele o amor pelo futebol», revela.

«Não tanto a jogar, porque temos estilos de jogo diferentes, eu gosto de jogar mais à frente. Ele foi uma coisa e eu sou outra completamente diferente. Mas a paixão pelo jogo, a ambição e o trabalho são coisas que tento ter como ele. Confesso que ele trabalhava muito mais do que eu. Ainda posso melhorar bastante essa parte porque sou um pouco preguiçoso», assume.

Já sobre o encontro com os leões, Costinha assume que será especial jogar frente ao bicampeão nacional. «Quando vimos o sorteio e percebemos que podíamos jogar contra o Sporting ficámos malucos. Ficámos todos eufóricos. E foi mais um boost para ganhar ao Anadia», nota, lembrando que o plantel sabia antes de jogar a eliminatória anterior que se seguiria a equipa de Alvalade.

Se não houvesse razões suficientes para os jogadores de uma equipa do quarto escalão ficarem ansiosos por jogar contra um dos maiores clubes do país, para Costinha significará também defrontar o clube do coração do pai, que nunca escondeu essa preferência. Ainda assim, o filho acredita que pode ser ele a pesar durante aqueles 90 minutos.

«Vai ser especial jogar contra o Sporting também por ser o clube do meu pai. Apesar de ele não ter jogado lá, foi diretor-desportivo e era o clube dele. Mas acredito que ele vai estar a torcer pelo Marinhense. Lá no fundo do coração, vai ser pelo Marinhense, sim», deseja.

Costinha com a mulher e os dois filhos