Pavlidis controla a bola perante Iván Fresneda (Foto Miguel Nunes)

Vangelis Pavlidis continua bem afinado na banda sonora do golo (as notas do Benfica)

Grego já estava a ser o melhor dos encarnados quando marcou e decidiu o jogo. Richard transborda a margem do Río(s) do meio-campo. Dedic deixou muito boas indicações e, desta vez, António Silva foi superlativo na defesa da 'trincheira' encarnada
O melhor em campo: Vangelis Pavlidis (8)
Dos nomes mais conhecidos da vastíssima cultura grega é, ainda hoje, Vangelis, autor de inúmeras bandas sonoras que ficaram para a história do cinema, como por exemplo da obra de culto 'Blade Runner'. Vangelis é também o nome do goleador-mor das águias, Pavlidis, o homem que continua a ter o papel principal no filme dos golos encarnados. Quando a equipa de Bruno Lage ainda estava muito 'engasgada', na primeira parte, já o camisola 14 se destacava, como num roubo de bola aos 18 e a arrancar um amarelo a Diomande (29'). Após o intervalo, chamou completamente a si o papel de super herói, num golo em que contou com um gesto de 'amizade' de Rui Silva, guarda-redes que pouco depois (59') não foi nada seu 'comparsa' quando lhe negou mais um golo com uma estirada absolutamente fantástica.

Trubin (5) — Ao contrário do que seria expectável num jogo de altíssimo calibre diante do bicampeão nacional, no primeiro tempo não fez qualquer defesa de elevado grau de dificuldade. Após ter sofrido o golo, o Sporting carregou como era sua obrigação mas, na verdade, apenas por uma vez colocou o ucraniano à prova, numa bola complicada que parecia ter vida própria num remate de Trincão, mas correspondeu à altura.

Dedic (6) — Já estava habituado às obrigações de lateral de equipa grande porque representava o Salzburgo e continua com o mesmo balanço. Viu um amarelo logo aos 23 minutos, algo que o poderia condicionar, mas não se atemorizou e foi vê-lo andar sempre em incursões constantes até à linha de fundo. Os indicadores foram muito bons, mas também beneficiou do facto de o Sporting, face à posição mais central de Pedro Gonçalves, não ter carregado muito sobre o seu flanco.

António Silva (7) — Na época passada não navegou em mares tranquilos e no jogo da Eusébio Cup as indicações também não tinham sido muito positivas. Porém, em cinco dias levantou-se e de que maneira e na hora em que a equipa se encolheu mais e montou uma trincheira para segurar a vantagem, foi absolutamente superlativo para a vitória final, com cortes absolutamente providenciais, como aquele a remate de Luis Suárez, em que a bola se preparava para levar perigo — e de que maneira — à baliza de Trubin.

Otamendi (6) — Não foi tão exuberante como costuma ser mas também não foi preciso, pois o Sporting teve muita bola mas não foi muito assertivo na hora de atacar a baliza encarnada. Ficou perto de marcar o segundo golo (81'), mas os deuses do futebol não estavam pelo seu lado.

Dahl (6) — Começou como dono das bolas paradas do lado direito e foi-se ajustando às necessidades do jogo. No lance do golo encarnado, fez uma incursão numa diagonal da esquerda para o meio para lançar o pânico na área encarnada, sendo dele o cruzamento que resultou no corte de Maxi Araújo que culminou com a bola no pé direito de Pavlidis.

Richard Ríos (7) — A amplitude do seu futebol transborda as margens do meio-campo. Quando percebeu melhor a dinâmica, pegou na bola, rodou sobre Morita e fez um passe magistral para Pavlidis — ficou assim lançado o golo dos encarnados. Depois disso, ganhou protagonismo, começou a ser o homem dos ritmos e demonstrou aquela garra sul-americana da qual a equipa estava um pouco necessitada. Dá indicações aos companheiros, mostra-lhes o caminho e, seguramente, vai ser o patrão do meio-campo. Aceitam-se apostas, mas a odd será baixinha, tais os indicadores que são dados pelo colombiano, que chega com o ferrete de ser o mais caro de sempre dos encarnados.

Barrenechea (6) — Como homem à frente dos centrais, a trinco, demonstrou competência a defender e no confronto com o concorrente Florentino, demonstra que é mais criativo e mais lúcido a virar o centro do jogo.

Leandro Barreiro (6) — Na primeira parte pareceu claramente um peixe fora de água com dificuldades em respirar numa posição mais adiantada do que é normal. Grande disponibilidade física, mas ainda lhe falta um pouquinho para subir a outro patamar.

Aursnes (6) — O norueguês é o faz-tudo na equipa de Bruno Lage e agora foi plantado a extremo direito. Não cumpre a função nos cânones mais convencionais, mas cumpre, como o fará em todas as posições, exceção feita, talvez, a guarda-redes... Grande compromisso defensivo e disponibilidade física.

Akturkoglu (5) — O Harry Potter, desta vez, foi o jogador mais apagado da águia, deixando-a como que desasada na faixa esquerda e deixando a varinha mágica num lugar bem recôndito do seu bolso.

Florentino (5) — Foi o chamado para render Barrenechea quando este já estava a rebentar. A lista da tarefas era fácil de cumprir: defender. Foi o que fez.

Prestianni (5) — Quando foi preciso guardar a bola, fê-lo com propriedade, sem muita exuberância, mas também não era necessário.

Henrique Araújo (5) — Recebeu o prémio de participação depois de ter marcado na Eusébio Cup.

Tiago Gouveia (5) — Rendeu Dedic e tentou esticar o jogo pela direita quando a equipa já estava cansada.

João Veloso (-) — Foi o último a entrar em campo. Muito pouco tempo depois, Fábio Veríssimo acabou o encontro.

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