Conquistadores voltam a não convencer e empatam em casa. (FOTO: Hugo Delgado/LUSA)

Valeram os golos num espetáculo muito pobre no castelo (crónica)

Vimaranenses voltam a escorregar, com um empate caseiro, em mais uma exibição que deixou a desejar; arouquenses não se desorganizaram e levaram um ponto, porém estão há três jogos sem ganhar

O Vitória de Guimarães empatou a uma bola, na receção ao Arouca, e não foi capaz de retirar os ares de desconfiança que pairam sobre o Estádio D. Afonso Henriques. Luís Pinto mudou cinco jogadores, em relação ao dérbi com o Moreirense, porém não resultou propriamente numa melhoria da qualidade de jogo da sua equipa. Os arouquenses foram contidos, organizados e conseguiram levar um ponto desta deslocação, em teoria, complicada.

A primeira ameaça surgiu por parte da equipa da casa, após uma má saída de bola do Arouca. Nélson Oliveira recuperou, passou para Gustavo Silva que serviu Gonçalo Nogueira, uma das novidades no onze de Luís Pinto, que cruzou e Matías Rocha quase fez autogolo, valeu a atenção de João Valido.

A resposta arouquense surgiu com um remate potente de Dylan Nandín, após uma bela rotação sobre Abascal, mas Charles defendeu com segurança. Os conquistadores chegaram ao golo, por Gustavo Silva, que foi brilhantemente servido pelo estreante Gonçalo Nogueira, mas o lance foi anulado pelo VAR, pois a bola saiu do terreno de jogo, no início da jogada.

Pela meia-hora de jogo contou mesmo, sendo o mesmo interveniente a colocar a bola no fundo das redes. Gustavo Silva aproveitou a confusão e tentou a bicicleta, dando-se bem, pois acertou no alvo e inaugurou o marcador no Estádio D. Afonso Henriques. No entanto, foi sol de pouca dura, já que o Arouca fez o empate logo de seguida. Um excelente cruzamento de Trezza e depois é Nais Djouahra, um dos jogadores mais baixos em campo, a antecipar-se à defensiva vimaranense e a faturar.

O primeiro a acordar as bancadas (58’), na segunda parte, foi David Simão que num livre direto, muito bem batido, obrigou Charles a aplicar-se, sacudindo a bola por cima da trave. Porém, nem este lance conseguiu mudar a atitude de ambas as equipas que foram batalhando a meio-campo, com demasiados passes longos e também falhados.

Até final, a toada manteve-se e nem sequer houve lugar a oportunidades de perigos, com os guarda-redes a limitarem-se a assistir e a dar linhas de passe, nas trocas de bola pelos setores recuados.

Uma partida que valeu pelos golos, sendo ambos bons, mas que deixou muito desejar. Os conquistadores voltaram a claudicar, numa altura em que precisavam de animar os seus adeptos. Já os arouquenses somaram o terceiro jogo consecutivo sem vencer, mas mesmo assim têm mais um ponto que o V. Guimarães.

As notas dos jogadores do V. Guimarães: Charles (5), Miguel Maga (5), Óscar Rivas (5), Rodrigo Abascal (5), João Mendes (5), Gonçalo Nogueira (6), Beni Mukendi (5), Telmo Arcanjo (5), Miguel Nogueira (5), Gustavo Silva (7), Nélson Oliveira (5), Tiago Silva (5), Matija Mitrovic (5), Nuno Santos (5), Alioune Ndoye (5) e Vando Félix (5).

Melhor em campo: Gustavo Silva (nota 7)
O avançado brasileiro foi, claramente, o melhor jogador em campo, sendo o mais perigoso, com arrancadas pelo corredor esquerdo. Até introduziu a bola no fundo das redes adversárias por duas vezes, mas apenas uma contou, sendo que resultou de um pontapé acrobático de difícil execução. O dianteiro procurou conduzir a equipa a outro resultado, mas não foi o suficiente.

As notas dos jogadores do Arouca: João Valido (5), Tiago Esgaio (5), Matías Rocha (5), José Fontán (5), Amadou Danté (5), Taichi Fukui (6), David Simão (5), Alfonso Trezza (6), Hyunju (5), Nais Djouahra (7), Dylan Nandín (5), Pedro Santos (5), Puche (5), Gozálbez (5), Barbero (-) e Mansilla (-).

A figura: Nois Djouahra (nota 7)
Autor do golo dos arouquenses, numa boa antecipação aos defesas contrários. O tento surgiu de cabeça, mesmo sendo o extremo francês um dos jogadores mais baixos em campo, mas fez-se valer da velocidade e audácia para fazer a festa no castelo. Ainda teve alguns pormenores interessantes, segurando bem a bola, mas a pouca cadência ofensiva da equipa também não o ajudou.

Luís Pinto

Tal como em Moreira entrámos bem, a demonstrar que queríamos a vitória. Ainda assim tem de ser melhor e tem de ser consistente ao longo dos jogos. Na primeira ou segunda vez que foram à nossa baliza, sofremos um golo e acabámos por ir abaixo. Temos de ter capacidade de sermos mais assertivos e capazes. Notou-se muito receio da equipa na segunda parte.

Vasco Seabra

O Vitória entra melhor que nós, tapou bem os nossos espaços e pressionou bem os nossos jogadores. Acabámos por respirar quando sofremos o golo e saiu a pressão. Voltámos a ter discernimento. Na segunda parte, estabilizámos e conseguimos mais bola e domínio territorial. Em termos globais foi um resultado justo, em função do crescimento da equipa fiquei satisfeito.

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