Valdano defende Ancelotti: «Real Madrid também sabe ser cruel»

Jorge Valdano, antigo jogador, treinador e dirigente do Real Madrid, saiu em defesa de Carlo Ancelotti, pedindo respeito pelo técnico que deixa o comando dos merengues e assume a seleção do Brasil.

«Faltam poucos dias para passar este mal-estar, mas convém não esquecer a glória de vários jogadores do plantel que estão a ser postos em causa. Que a famosa maioria silenciosa active a sua memória e se faça sentir sobre os cretinos que de tanto amarem o clube o denigrem. Depois virá o Mundial e o Real Madrid continuará a ser o Real Madrid. Épico ou castigo», escreve o argentino no El País, num artigo com o título Quando o Madrid se torna cruel.

«Se a estreia de Víctor Muñoz foi uma desgraça, a despedida de Carlo Ancelotti foi uma desgraça», observou, acrescentando: «O passado fica-lhe bem, com a memória inesquecível de uma série de grandes títulos e uma atitude sempre digna. O evangelho de Ancelotti deveria tornar-se obrigatório no clube. O futuro também lhe assentará bem, quando visitar o Bernabéu e for aplaudido como a lenda que é. Mas o presente é difícil de engolir. Hoje é um equilibrista a gerir o declínio, quando o próximo treinador já está no horizonte para reconstruir a equipa com novas contratações.»

«O Real Madrid é grande, popular, glorioso, uma fortaleza inexpugnável quando os títulos chegam. Mas quando não atinge os mais altos patamares competitivos, também sabe ser cruel», sublinhou, apontando vítimas: Ancelotti, Rodrygo, Lucas Vázquez e Víctor Muñoz. «Há muitas vítimas quando a equipa não ganha. E os principais carrascos são uma patrulha de odiadores que se fazem passar por defensores do madridismo.»

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