Farioli revela ter pouca informação sobre o Malmo

Um Malmo desconhecido, 'juntos contra todos' e o mercado de inverno: tudo o que disse Farioli

Treinador do FC Porto fez a antevisão do encontro com a formação sueca, da Liga Europa

—Tendo em conta que o Malmo acabou o campeonato e está em transição técnica, que adversário espera?

— Não é uma tarefa fácil preparar uma equipa que não tem jogado nos últimos tempos. Como disseste, eles estão num processo de mudança técnica, o novo treinador é um bom amigo então tentei tirar alguma informação, mas como devem imaginar não foi possível. Temos diferentes planos, diferentes cenários, mas acima de tudo é precisa muita concentração para um jogo que é muito importante no nosso trajeto na Liga Europa. Com o apoio dos nossos adeptos, como um estádio cheio de novo, teremos o empurrão que é necessário para uma partida importante como esta.

— Há uma grande diferença pontual entre as equipas do FC Porto e o Malmo. Isso entusiasma os adeptos, quanto o entusiasma a si?

—A diferença é no papel. Quando o jogo começar estará 0-0 e eles terão o desejo de disparar a sua última bala, pois é a sua última oportunidade. Não têm nada a perder e quando encontramos um cenário destes é sempre complicado. A prioridade é irmos com tudo o que temos, fazer tudo desde a primeira bola, pois temos de encaminhar o jogo na direção certa desde o início e também respeitar o facto que o Malmö é um clube com história na Europa, um grupo de jovens muito talentoso e um treinador que quer terminar o seu trabalho da melhor forma possível.

— Vai ficar muito tempo sem De Jong, que dava um jogo mais associativo à equipa. Já falou com o presidente sobre as lacunas do plantel? Um central, um ponta-de-lança…?

— Estamos sempre em contacto com o presidente, diariamente, e não só sobre o mercado mas sobre todos os tópicos que surgem. O mercado vai ser mais um tópico, temos feito reuniões com o departamento de observação constantemente ao longo da época para estarmos preparados a partir de 1 de janeiro para respondemos às dificuldades que tivemos especialmente com as lesões do Nehuén Pérez e do De Jong. Estamos a avaliar diferentes cenários, diferentes possibilidades e assim será. De certeza que não seremos capazes de cobrir todas as posições que queremos, mas seremos criativos e encontraremos as melhores soluções para ter uma equipa que poderá lutar até ao fim.

— Antes do jogo com o Nice falou da importância de melhorar a diferença de golos, que pode ser decisiva. Como aborda esse tema com os jogadores?

— É passo a passo. Falou de um ponto que fez parte da nossa reunião desta manhã, porque apesar dos resultados estarem a ser, na sua maioria, os que pretendemos, nunca estamos satisfeitos. Queremos fazer melhor, criar mais, sofrer menos… Na Liga conta muito os pontos e na Liga Europa essa importância dos pontos é acrescida da dos golos, pois pode levar-te a qualificar diretamente ou não. Na Europa, no novo formato, é uma forma ainda mais vincada de estimular o que precisamos, de estar preparados para todos os momentos e valorizar todos os minutos que jogamos. Ganhar e marcar mais golos pode abrir um cenário interessante para nós, embora primeiro tenhamos de abordar o jogo a procurar ganhar e depois veremos como estamos. O objetivo é sempre marcar e não sofrer.

— Já tem demonstrado alguma insatisfação com a equipa frente a equipas teoricamente mais fracas, ou mesmo dentro do mesmo jogo… Considera que o nível de atitude da equipa é um problema a trabalhar para ser mais consistente durante o jogo?

— Como sabe, estamos a jogar tantas partidas que mesmo que façamos tudo para evitar momentos de menos qualidade isso faz parte do jogo. É importante ser reativo, como fomos na segunda parte em Tondela, onde quando vimos que era o momento de acelerar encontrámos a energia, a atitude e o espírito certos para essa dinâmica. O que estes jogadores estão a fazer está a tornar-se normal, a sensação de que vais para o campo e ganhas o jogo com alguma facilidade… Não é verdade. Vi alguns artigos estes dias que, honestamente, na minha opinião, embora me façam pensar, também me fazem sorrir. Penso que a batalha e pressão do exterior está aí, é claro, o desejo de criar ruído cá dentro é sempre um tópico que vejo a partir do exterior. Assim, é ainda mais importante para nós que haja união. Para mim, deixem-me tentar em português… A minha mensagem à família portista é muito clara: juntos contra todos [esta última frase em português].

— Há algumas semanas falou-se muito no calendário. André Villas-Boas queixou-se de dualidade. Os jogos do Aves SAD e do Santa Clara, entretanto adiados, permitem à equipa respirar melhor?

— Na realidade, as grandes dificuldades são gerir a passagem de quinta-feira para domingo. Isto é complicado porque jogas, depois tens o dia -2, o -1 e depois jogos. Assim essas alterações dão-nos mais oxigénio para gerir o próximo jogo e, claro, ter uma semana limpa é algo que temos de planear bem. Estamos a preparar um pequeno estágio, para integrar jogadores novos, aproximar ainda mais os jogadores, para ter finalmente uma semana onde podemos trabalhar para adicionar algumas coisas. Teremos de ver o calendário e tentar maximizar o que temos.

— Vencendo o Malmo ultrapassa o número de pontos do ano passado do FC Porto na Liga Europa. É um sinal positivo para o objetivo?

— O nosso objetivo é sempre ter o maior número de pontos possível. Temos a oportunidade de nos qualificar de forma direta, de seguir em frente, escapar a dois jogos do playoff, mas vamos passo a passo. Primeiro, fazer os pontos necessários nos primeiros 24 e, depois, se cumprirmos o nosso trabalho, como achamos que vamos fazer, chegar a 15 ou talvez 16 pontos para nos qualificarmos diretamente. Como imaginam os cálculos são claros. Temos 3 jogos para fazer e agarrar 5 ou 6 pontos para cumprirmos o objetivo.