'Tubarão', dérbi, nevoeiro e mais: Benfica com fim de ano de alto risco

Os internacionais do Benfica estão a chegar, algum com marcas das presenças nas seleções, mas o ritmo no Seixal é já de competição de clubes, de aceleração a pensar no futuro próximo, que não é para brincadeiras. Oito partidas garantidas — serão nove se ultrapassar o Atlético — até ao final do ano, quase todas de máximo risco, calendário tremendo que envolve Taça de Portugal, UEFA Champions League e Liga.

E o Benfica tem muito pouco a ganhar e mesmo muito a perder com o que aí vem: na Liga, vencer as partidas que restam de 2025 significará manter-se na luta pelo título de campeão e pela Liga dos Campeões, não vencer pode ser sinónimo de falhar o objetivo número um; quanto à Europa, com 0 pontos em quatro jogos as águias parecem condenadas a vencer Ajax e Nápoles ou sairão da liga milionária pela porta pequena.

O Benfica entra em campo esta sexta-feira, no Restelo, para defrontar o Atlético, em jogo da 4.ª eliminatória da Taça de Portugal. O clube da Tapadinha (em casa emprestada) é Liga 3 (Grupo B) e ocupa posição modesta, mas a Taça não dá margem para erro, pelo que o Benfica deverá apresentar equipa séria, mesmo não contando com alguns titulares. É o primeiro de cinco jogos fora em oito já garantidos, se o Benfica vencer haverá oitavos em dezembro.

Amesterdão, Países Baixos, será o palco do próximo desafio europeu da águia. A 5.ª jornada da fase de liga da UEFA Champions League só tem uma saída. Vencer significa sonhar, empatar ou perder é sinónimo de ficar à espera de um milagre (ficarão a faltar Nápoles, em Lisboa, Juventus, em Turim, e Real Madrid, também na Luz).

O terceiro jogo consecutivo fora de casa chega a 29 de novembro, na Choupana, casa do Nacional, às 18 horas. Viagem longa, adversário forte no seu terreno e, para apimentar as coisas, a ameaça do nevoeiro. Uma vez mais, tolerância zero para o Benfica, atrasado em relação a FC Porto (6 pontos) e Sporting (3 pontos) na primeira partida de Liga após a paragem.

5 de dezembro é dia que muitos benfiquistas e sportinguistas já marcaram no calendário: dérbi na Luz, para o campeonato, jogo de paixões e de alto risco para o Benfica de José Mourinho. Perante os adeptos, terá de confirmar vantagem do fator casa e conseguir pontos, sob pena de ver fugir o rival. Grau de dificuldade máximo.

A Luz volta a receber visitante de luxo, mas agora para a UEFA Champions League. A 10 de dezembro, o ilustre campeão italiano joga na casa encarnada e a responsabilidade da equipa de José Mourinho será tremenda. Em jogo, com o Nápoles, estará, se tudo correr bem em Amesterdão, o sonho de passar da próxima fase, o prestígio e o dinheiro.

O regresso do campeonato e a 14.ª jornada levarão o Benfica até Moreira de Cónegos, onde reside uma das equipas mais consistentes da competição, treinada por Vasco Botelho da Costa, nome ouvido, inclusivamente, no panorama de eleições do clube da Luz. O líder FC Porto passou com dificuldades e a vida do Benfica não se adivinha mais fácil, pois é tradição fazer a vida negra aos grandes.

O último duelo dos encarnados antes do Natal será com o Famalicão, outra das equipas em grande forma no primeiro terço de Liga. O jogo está marcado para a Luz, o que é boa notícia para José Mourinho, mas o adversário inspira cautelas. Não será o nome mais sonante, mas merece o mesmo crédito/risco que os outros.

Entre o Natal e o Ano Novo, hipoteticamente a 28 de dezembro, o Benfica despede-se da competição em 2025. E como se despede. Visita a Braga, palco que dispensa apresentações, para manter-se em festa ou... acabar com ela. Mais um teste sério ao candidato Benfica.