Treinador do Hull City alvo de insultos racistas após nomeação para treinador do ano

É mais um caso de racismo no mundo do futebol e, desta vez, vindo diretamente de Inglaterra. A denúncia foi feita por Liam Rosenior, treinador do Hull City, onde joga o português Fábio Carvalho.

O técnico inglês revelou que tem sido alvo de insultos racistas desde que foram anunciados os candidatos ao prémio de melhor treinador da Segunda Liga Inglesa, referente à presente temporada. O motivo? O seu nome estava entre os nomeados.

A denúncia do técnico inglês foi feita esta quarta-feira à BBC: «Quando os meus filhos lêem que sou um macaco...», começou por dizer Rosenior. «Tudo isso [ter sido nomeado] é muito importante, mas transformar uma coisa positiva nisto deixa-me um sabor um pouco amargo na boca. É por isso que não estou nas redes sociais, mas sei que afeta os meus filhos, a minha família e penso que é preciso fazer alguma coisa, porque também afeta os meus jogadores», acrescentou.

«Não tenho medo de o dizer. Sei que os meus jogadores estão nas redes sociais, são uma geração mais jovem. Eu penso que as redes sociais podem ser uma ferramenta muito positiva, mas o que as pessoas escrevem e o que dizem, por vezes, ultrapassa os limites. Para mim, é indiferente, mas dói quando os meus filhos me falam disso», relatou Liam Rosenior.

«As pessoas podem falar sobre se sou um bom treinador ou não, se a minha equipa é boa ou não , isso é futebol, é normal. Mas quando escrevem coisas sobre a cor da minha pele em relação a algo que devia ser positivo, tenho de dizer que é inaceitável e que seria igual para qualquer um dos meus jogadores se passasse por isso», concluiu o treinador do Hull City.

O Hull City já reagiu ao caso e informou, em forma de comunicado, que «condena veementemente os abusos racistas» dos quais Liam Rosenior foi alvo.

Além disso, o clube informou que vai envolver as autoridades inglesas para apurar e punir os responsáveis: «Estamos revoltados com as publicações nas redes sociais e o assunto foi comunicado à polícia de Humberside. Continuaremos a trabalhar com as autoridades competentes para identificar os responsáveis. O Hull City tem tolerância zero em relação a qualquer forma de discriminação e a nossa posição é clara: o racismo não tem lugar no futebol ou na sociedade».