Equipa de futsal cumpriu unidade de treino diferente do habitual: teve assistência atenta. Os jogadores de futebol de sub-19 foram tirar exemplos de alguns exercícios que podem usar no relvado
Equipa de futsal cumpriu unidade de treino diferente do habitual: teve assistência atenta. Os jogadores de futebol de sub-19 foram tirar exemplos de alguns exercícios que podem usar no relvado (Sporting CP)

Sporting: paralelas e diagonais da quadra para o relvado (fotogaleria)

Equipa de sub-19 esteve no Multiusos de Alvalade a 'beber' do treino de futsal. Nuno Dias e José João imbuídos no espírito de partilha de conhecimentos. Gestão de expectativas dos jovens é feita com pinças

A intensidade de um jogo de futsal é um espetáculo dentro do próprio espetáculo. Há quem considere que são 40 minutos de exigência máxima, em espaço reduzido, com pouco margem de erro e rapidez na decisão. Ontem, à hora marcada, no Multidesportivo de Alvalade, a equipa de Nuno Dias cumpriu mais uma sessão de treino, tendo em vista a preparação da época, mas com um pormenor diferente dos outros dias: teve plateia. A equipa de sub-19, orientada por José João, esteve a beber conhecimento. Paralelas, diagonais, sobreposições, intensidade e garra, ou não se tratassem de leões. Exercícios que também servem de base àquilo que é a sua preparação diária.

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«É sinal que alguma coisa de bem vamos fazendo e acho que esta partilha e observação não se deve fazer só do futebol para o futsal, mas também do futsal para o futebol. Temos todos a ganhar, não só na atividade mas também na tarefa, na gestão, na liderança, na forma como comunicamos dentro do treino, na forma competitiva como queremos que os atletas respondam em cada tarefa. Acho que temos todos a ganhar com partilhas, ninguém é dono da razão, ninguém sabe tudo e acho que é com estes exemplos que todos temos a ganhar e espero que tenha sido produtivo para eles, como será para mim certamente no dia em que formos à Academia», sublinhou Nuno Dias, treinador da equipa de futsal, em declarações exclusivas a A BOLA.

José João, treinador dos sub-19 de futebol, fez um balanço bastante positivo da ação que lhe foi proporcionada: «Em primeiro lugar agradecer muito ao mister Nuno por esta partilha. Estamos a falar de um clube em que o ecletismo é uma base, além de todo o processo de formação de jovens jogadores. Olhamos para a equipa de futsal e metade ou mais de metade vem da base, dos escalões de formação, portanto é o carácter formativo do nosso Sporting e do ADN que está enraizado em todos nós.»

Sobre o que, na prática, pode ser aplicado nos treinos que ministra, o treinador foi claro: «Para nós, na parte do futebol da formação, é ir beber também daquilo que tão bem se faz, neste caso no futsal, e fazer alguns transfers para aquilo que será a nossa realidade competitiva, é uma modalidade à qual podemos, e devemos, ir buscar exemplos práticos e objetivos para que eles se tornem cada vez melhores jogadores e que atinjam o mais rápido possível aquilo que é o contexto de exigência de um profissionalismo , porque o que nós assistimos aqui neste treino, é mesmo isto, é o dia a dia, o diário da exigência que é incutida pela equipa técnica, mas já está enraizado nos jogadores e é isso que queremos que estes jovens mais novos sejam, que os próprios tenham exigência individual.»

Equipa principal no horizonte

Questionado sobre como gere as expectativas dos jovens que, claro, ambicionam chegar à equipa principal do Sporting, José João não hesitou: «Com realismo, falar sempre verdade, ser o mais frontal possível, não expandir as expectativas, porque expectativas todos eles têm, não só a criança em si, mas também todas as pessoas que os rodeiam. O caminho é muito longo, eles sabem de antemão que nem todos vão lá chegar, as coisas têm de ser geridas com pinças.»

Três minutos... atravessados

Com o plantel fechado e dois torneios de pré-época em agenda, o Oeiras Valley, em Porto Salvo, e o Masters, em Portimão, que servirão de preparação para a Supertaça, a 2 de setembro, com o Benfica. Mas, na memória de Nuno Dias, ainda está bem presente a forma como os leões perderam o último campeonato.

«A três minutos do final do quinto jogo éramos pentacampeões, mas esses três minutos tiraram-nos o título, daí que a mensagem que lhes tem sido passada é que o tempo é precioso. Três minutos fazem muita diferença e nós temos que aproveitar todos os três minutos, todos os 30 segundos, todos os três segundos, todo o tempo é precioso. Entramos para esta época com a ambição do costume.»

Dois capitães em sintonia

A troca de experiências, aos olhos dos jogadores, tem impacto positivo. «Há muitos princípios do futsal que se aplicam ao futebol. Há um vídeo viral de um passe do Toni Kroos ao Vinícius, em que o Vinícius lhe faz sinal, há uma quebra e o Vinícius fica isolado. As tabelas, as recepções orientadas, com a parte interna do pé que o futebol aplica, traz-nos muita vantagem», sublinhou João Matos, que a A BOLA disse que no futebol se via como lateral-direito.

João Matos é capitão da equipa de futsal (Sporting CP)

«São duas modalidade parecidas, na forma com se joga, no futebol temos mais jogadores, gostava que a comunicação fosse mais parecida com o futsal, entendem-se muito bem», corroborou Simão Soares, dos sub-19.

Simão Soares é o capitão da equipa de futebol de sub-19 (Sporting CP)

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