Tiago Moutinho reagiu, n' A BOLA TV, à chamada do avançado do Sporting para os duelos da Liga das Nações frente a Portugal

Sporting: Harder conta que chorou quando recebeu chamada do selecionador

Brian Riemer convocou o avançado para a seleção principal da Dinamarca pela primeira vez, tendo em vista jogos com Portugal, a contar para os quartos de final da Liga das Nações

Harder tinha acabado de jantar, estava em casa, tranquilamente a descansar no seu sofá, depois de mais um dia de treino, quando o telefone tocou. Olhou para o visor, franziu o sobrolho, ainda hesitou, mas acabou por atender. «Era um número da Dinamarca que eu não tinha guardado na lista de contactos, por isso, não sabia quem era. Atendi e do outro lado disseram: 'Olá, é Brian Riemer'. Gelei e só consegui responder: 'Olá, Brian'». Foi desta forma que o avançado do Sporting soube que ia ser convocado, pela primeira vez, para representar a seleção principal do seu país, tal como relatou aos dinamarqueses da TV2 Sport.

«Contou-me algumas coisas sobre como me tem visto em campo ultimamente, depois de Gyokeres se ter lesionado e, de seguida, disse-me que me ia convocar e perguntou o que eu pensava sobre isso. Ainda pensei em responder 'cum caraças...', mas apenas disse: 'É claro que quero'», relatou.

Há coisas que se encaixaram e há coisas que não se veem de fora. Saí de casa pela primeira vez, sozinho, longe dos meus pais, há alturas em que não jogo porque, provavelmente, tenho o melhor avançado do mundo à minha frente, neste momento

E sem qualquer vergonha, contou o que se seguiu: «Desliguei a chamada e comecei a chorar. Foram muitas emoções porque é algo por que lutamos toda a vida. Quando algo assim tão grande nos acontece é muito difícil de descrever o que se sente. Claro que liguei logo ao meu pai, que participou de tudo isto, e ficou muito orgulhoso de mim.»

Quem está a sofrer com esta convocatória é a bateria do telefone do avançado leonino: «Não tem parado, entre chamadas e mensagens de toda a gente [risos]».

Ainda um pouco incrédulo com o que lhe está a acontecer, Harder desabafou: «É um sonho tornado realidade. É aquilo por que sempre lutamos desde pequenos, admirava os jogadores da seleção, agora é muito importante fazer parte disto.»

Hjulmand tem sido conselheiro

Aos 19 anos, Harder atinge o patamar cimeiro na hierarquia de seleções da Dinamarca, e não se coibiu de falar sobre o esforço que tem feito para trilhar a sua ainda carreira, mas que se prevê repleta de sucessos.

«Há coisas que se encaixaram e há coisas que não se veem de fora. Saí de casa pela primeira vez, sozinho, estou longe dos meus pais, e há alturas em que não jogo porque, provavelmente, tenho o melhor avançado do mundo à minha frente, neste momento. Confesso que já houve períodos que foram difíceis, mas há muitas coisas que se encaixaram e acabaram por correr bem. Têm sido seis meses absolutamente fantásticos», realçou.

Na próxima segunda-feira, Harder concentra-se no Hotel Marienlyst, em Helsingor, onde estará ao lado de jogadores como Christian Eriksen, Kasper Schmeichel, Joachim Andersen, ídolos de infância, e o companheiro de equipa Morten Hjulmand, que tem sido um bom conselheiro.

«Estou entusiasmado por conhecer todos. Falei muito com o Morten [Hjulmand] e ele disse-me que é um grande grupo e que não devo estar nervoso com nada. Devo apenas entrar e trabalhar arduamente e que se isso acontecer pode mesmo ser possível que possa ter oportunidade de jogar.»

E, claro, não escondeu que o facto de ir trabalhar com jogadores que admira desde pequeno é uma motivação extra: «Há pessoas que admiramos desde pequenos e as víamos no topo, agora fazer parte disso realmente uma loucura.»

Questionado sobre o que vai fazer para convencer o selecionador Brian Riemer a dar-lhe alguns minutos, precisamente contra Portugal, o adversário nesta jornada dupla dos quartos de final da Liga das Nações, com o primeiro jogo a ter lugar no Parken Stadium, em Copenhaga, no próximo dia 20, e o segundo no Estádio José Alvalade, em Lisboa, dia 23, Harder é cauteloso na resposta.

«Poder estrear-me era o máximo, significaria muito. Vou treinar para isso e, se jogar, será a coisa mais importante que já me aconteceu na carreira», admitiu.