Djé Tavares foi um dos melhores no triunfo (3-0) do Santa Clara frente ao Comércio e Indústria. - Foto: EDUARDO COSTA/LUSA
Djé Tavares foi um dos melhores no triunfo (3-0) do Santa Clara frente ao Comércio e Indústria. - Foto: EDUARDO COSTA/LUSA

Seriedade e compromisso, como pediu Vasco Matos (crónica)

Açorianos não deram qualquer hipótese aos sadinos, construindo um jogo de sentido único. Djé agitou e mostrou credenciais para mais oportunidades

No lançamento do encontro, Vasco Matos pediu «seriedade e compromisso» aos seus jogadores para evitar ser surpreendido. Dito e feito. Os açorianos entraram determinados, circulando bem a bola e com sentido de baliza e não deram qualquer chance ao Comércio e Indústria, do Campeonato de Portugal, de sonhar com o apuramento para os oitavos de final. Djé Tavares, menino de 22 anos, voltou a ter oportunidade de mostrar o seu valor e deixou no relvado do Estádio São Miguel qualidade técnica, olhos na baliza e muita vontade de se mostrar ao treinador, reclamando mais minutos. Foi o melhor e decisivo, principalmente até à abertura do marcador, em que não descansou e deu muito trabalho à defesa dos sadinos.

O médio cabo-verdiano foi um verdadeiro agitador do ataque açoriano e esteve presente nas primeiras investidas com perigo à baliza de Thierry… até ao golo. Primeiro falhou por pouco o alvo após má abordagem do guarda-redes que colocou a bola nos seus pés à entrada da área, depois num cruzamento para a pequena área em que Ivaldino tirou o pão da boca a Wendel Silva, que se preparava para finalizar e depois a ser travado por Fábio Marinheiro na área quando só tinha Thierry pela frente. O central dos sadinos foi expulso e na grande penalidade Wendel Silva (39’) não perdoou e colocou os açorianos em vantagem.

Se em igualdade numérica os sadinos não incomodavam – o único registo foi uma saída de Neneca para aliviar com os pés fora da área quando Zequinha se preparava para se isolar… - com menos um elemento, o Comércio e Indústria retraiu-se ainda mais.

Foi então a vez de Vinícius Lopes comandar o assalto à baliza de Thierry e o melhor marcador do clube açoriano também deixou a sua marca. Primeiro falhou duas tentativas idênticas atirando por cima, mas na terceira oportunidade, aos 67', também semelhante junto ao poste direito, não desperdiçou.

A vantagem e a forma clara como o Santa Clara dominava, permitiu a Vasco Matos lançar mais dois jovens, Adriel e Melvin – este em estreia absoluta na equipa principal - sem beliscar a vincada superioridade. E ainda houve tempo para aumentar o avanço num livre direto apontado por Diogo Calila (85'), com a bola a entrar junto ao poste direito e a deixar a sensação de que o guarda-redes dos sadinos poderia ter feito mais para evitar o terceiro golo dos açorianos. Contudo, nos descontos, o guarda-redes redimiu-se com uma grande defesa a um tiro de João Costa.