Ian Cathro ambiciona derrotar o FC Porto, mas admite que de nada valerá se não conquistar pontos nos restantes jogos - Foto: IMAGO

«Se ganhas dois jogos contra grandes mas acabas a época com 33 pontos, preferia perder todos e acabar com 46»

Ian Cathro ambiciona vencer um 'grande', mas não mais do que qualquer adversário. Pretende apresentar uma equipa competente frente ao FC Porto e apresenta capacidade do futebol português para justificar a escolha de Farioli em trabalhar na Liga lusa

O Estoril enfrenta um teste de fogo ante o FC Porto, líder da Liga, e no Estádio do Dragão, no qual este se tem revelado implacável – apenas o Benfica conseguiu não perder no recinto dos azuis e brancos na presente época – mas onde os canarinhos foram capazes de surpreender há dois anos, com um triunfo por 1-0.

Ian Cathro ambiciona repetir a façanha, mas não a qualquer custo, preferindo olhar para a época como um todo e considerar um triunfo sobre um grande tão importante como qualquer outro.

«Percebo que são momentos importantes. Podemos olhar pela história, para esses dois jogos contra o FC Porto que o Estoril ganhou como algo histórico, pode ficar escrito nos livros mas para mim, como treinador, como alguém que sente essa responsabilidade, se me disserem que podes ganhar dois jogos contra grandes, mas acabas a época com 33 pontos, preferia perder os jogos todos e acabar com 46», aponta, com objetividade.

Mais do que bater o pé ao FC Porto, Ian Cathro quer um Estoril de constante bitola elevada. «Queremos crescer dia após dia e continuar, quero que essa seja a nossa história: um período de tempo em que o clube mostrou uma imagem diferente, jogaram sem medo e foram sempre ajustando, a tentar melhorar cada vez mais e a mostrar uma competência mais estável, uma ambição um pouco mais alta, uma mentalidade um pouco mais forte para não oscilar tanto», perspetiva.

O duelo entre dragões e canarinhos colocará um duelo entre dois dos técnicos estrangeiros da Liga lusa e, colocado perante essa situação, o escocês deu o seu apreço pelo futebol português como exemplo para justificar a opção de Francesco Farioli, o seu homólogo deste domingo, para seguir carreira no nosso país.

«Porque é que tenho tanto interesse em chegar aqui e cá estar? Pela qualidade de jogo, que vem da qualidade de formação do jogador português, o talento que tem e a cultura à volta disso. Lembro-me de muitas das conversas que tive em Wolverhampton, com - para não dizer nomes – os jogadores portugueses, e são conversas de malta que pensa e sente mais um pouco mais o jogo, não acabam no treino, desligam completamente e vão à casa de apostas», enaltece, realçando as virtudes da realidade portuguesa.