Rui Jorge não atribui favoritismos frente à França: «50% para cada lado»
Em vésperas de estreia no Europeu de sub-21, Rui Jorge lançou esse primeiro jogo diante da França e garantiu que não há favoritismo para nenhuma das partes, esperando um encontro muito equilibrado entre duas equipas com muita qualidade. Depois da conferência de imprensa, a seleção portuguesa de sub-21 treinou sem limitações, com os 23 futebolistas, no palco do jogo, em Trencin, na Eslováquia.
«Creio que sim, creio que 50 por cento para cada lado. É uma equipa de topo, a nossa também o é, e agora vamos ver quem consegue demonstrar estar melhor dentro do próprio jogo, quem consegue perceber melhor as fraquezas momentâneas de uma e de outra equipa, quem as consegue superar e no final espero que quem estiver melhor que leve a vitória, e espero que consigamos nós estar melhor», começou por dizer, em conferência de imprensa.
«Eles, tal como nós, não têm pontos fracos. Somos duas equipas fortes, em que existe pouco aquela situação 'vamos explorar isto porque de facto têm uma vulnerabilidade a este nível'. Não creio que a França o tenha, não creio que nós tenhamos também, agora os nossos pontos fortes e os pontos fortes da França podem, de alguma forma, sobrepor-se a algumas situações normais dentro de uma equipa. A França tem muita verticalidade no seu jogo, tem jogadores com uma grande capacidade individual, muito velozes, capazes de desequilibrar num um para um e de serem bastante eficazes no seu momento ofensivo. Nós seremos uma equipa que eu acredito que podemos ter mais controlo sobre o jogo, uma capacidade para chegar ao último terço mais sustentada e acredito que no jogo de amanhã conseguiremos ter situações em que os nossos jogadores terão boas hipóteses de fazerem passes que deixem os colegas em situação ótima de finalização. Mas acho que será um jogo bastante equilibrado, de um lado mais vertical, de outro lado mais pensado, coletivo. Creio, espero que seja isso que aconteça um bocadinho amanhã», acrescentou, afirmando que o objetivo é estar novamente na final e conquistar este título, que seria inédito, mas passo a passo.
«Gostava muito, para já, gostava muito de voltar a ter essa hipótese e para ter essa hipótese era preciso disputar a final. Para disputar a final, que é aquilo que eu também me farto de repetir, é preciso amanhã provar, dia 14 provar, dia 17 provar, e nós queremos muito provar que somos bons e que temos a capacidade de lá estar. Não adianta eu estar a dizer que vou levar o caneco se depois amanhã não conseguimos demonstrar que somos melhores do que o adversário, se no dia 14 também não o conseguirmos, nem no dia 17. Se não o fizermos, escusamos sequer de pensar nisso, nem lá próximo chegaremos. Portanto, o que nos interessa efetivamente é fazer bem amanhã, fazer bem 14, 17 e, eventualmente, daí para a frente. Quando vocês falam no sonho, logicamente quem não gostaria de chegar ao lugar mais alto? Claro que todos pensam nisso, eu penso nisso, mas o que me move não é isso. É o que eu posso fazer para lá chegar, portanto eu não consigo fugir desta ideia. Tentar fazer bem, para poder ganhar o direito a poder disputar essa final», explicou, enaltecendo a importância de pensar jogo a jogo.
«A ambição num jogador de futebol é perfeitamente natural. Em alta competição tem de estar presente essa ambição, agora como é que nós demonstramos essa ambição? É a falar? Se for a falar é muito fácil, qualquer um consegue mostrar essa ambição, é chegar aqui e dizer que sonha com isto, que vai ganhar, etc. E depois há outra parte de demonstrar a ambição, que é dentro do campo, no treino, nas horas de descanso. E eu acredito muito mais nessa, fazer em vez de falar. A ideia geral não diverge, o que diverge é a forma de lá chegar. Aí as palavras ficam muito aquém daquilo que deve ser, devemos fazer para depois poder falar», atirou, elogiando Henrique Araújo, que esteve ao seu lado em conferência de imprensa.
«É um ponta de lança fantástico, um jogador principalmente no último terço temível, diferente da maior parte dos pontas de lança que temos e é também uma pessoa muito boa, inteligente, sabe o que faz, o que diz, quando diz, e acho que os colegas veem nele essa pessoa. Aliado a isso está connosco há muito tempo, conhece-nos muito bem e estou muito satisfeito por tê-lo junto de nós», garantiu, admitindo que Portugal pode jogar em táticas diferentes frente aos franceses.
«Acho que temos a capacidade de jogar das duas formas (4-3-3 e 4-4-2) e jogar bem. Temos jogadores versáteis, com boas qualidades a nível individual, inteligentes, conseguem perceber o jogo», finalizou.