Pichardo: «Quero passar os 18m em 2026»
«Senti que foi uma noite muito boa. Fico muito grato e para mim é uma honra receber um prémio do nosso Presidente Marcelo Rebelo de Sousa e também muito contente em saber que o meu trabalho e resultados estão a ser reconhecidos. É uma honra muito, muito grande», declarou Pedro Pablo Pichardo, em exclusivo a A BOLA, na Celebração Olímpica 2025, realizada pelo Comité Olímpico de Portugal, em Lisboa.
Cerimónia na qual era um dos homenageados pelo COP com um dos prémios mais desejados, o da Excelência Desportiva, mas acabou por receber igualmente das mãos de Marcelo a condecoração honorífica da Ordem do Infante D. Henrique. A qual já lhe havia sido atribuída pelo Presidente da República, só que a agenda de ambos, e por o duas vezes medalhado olímpico estar, também, igualmente a treinar em Itália, não ter havido possibilidade de realizar a condecoração no Palácio de Belém, como é habitual.
Em 2024, Pichardo, 32 anos, já havia sido glorificado pelo COP com o Prémio de Excelência Desportiva após ter sido vice-campeão olímpico no triplo salto em Paris-2024. Desta feita, regressou ao mesmo palco pelo título mundial ganho em Tóquio, em setembro, tornando-se no primeiro português duas vezes campeão do mundo no atletismo em disciplinas olímpicas.
E qual foi a diferença entre uma e outra honraria? «Cada prémio tem sempre um sabor diferente. Sempre. Ano após ano cada um tem sabor diferente. Obviamente que o de hoje é distinto por saber que sou bicampeão do mundo [Euguene-2022] e que sou reconhecido no país pelo feito. Por isso tem sempre outro sabor», explicou.
E o que é que o mexe ainda, que faz com que consiga aquele salto fabuloso no último ensaio no Mundial [17,91m] e ir buscar o título [passara para 2.º pouco devido aos 17,64 conseguidos pelo italiano Andrea Dallavalle]? O que continua a ter dentro de si que o faz treinar todos os dias e dar o máximo? «Gosto de competir. Tenho esse espírito de vencedor e tento sempre competir para ganhar. Fui sempre ensinado desde pequeno para quando realizar alguma coisa, fazê-la bem e ser o melhor. Basicamente é isso que procuro fazer em cada competição», contou o atleta que representa os italianos do ATL-Etica.
Próximo de ser pai pela segunda vez, novamente de uma menina, fruto do casamento com Chelcia, que o acompanhou na cerimónia, Pedro Pichardo está a regressar de um período de férias, mas contou que começou a treinar um pouco. «Por acaso, já comecei a mexer-me, não oficialmente, isso será só a partir do dia 21 de novembro. Mas, em termos de competições, para o ano temos a Liga Diamante, o campeonato da Europa [Birmingham], apenas ainda não sabemos se irei fazer ou não pista coberta. No entanto, o objetivo está nos Europeus, no verão do próximo ano.»
E qual é a marca a que gostaria de chegar em 2026? «Neste momento estamos a trabalhar para voltarmos a ultrapassar os 18 metros. Este ano fiquei perto, mas não consegui. Gostaria de trabalhar para, pelo menos, ultrapassar os 18m, e então depois ver o que acontece», referiu quem possuiu como máximo pessoal ao ar livre 18.08m, conseguido em 2015, quando ainda competia por Cuba.
No palco da Celebração Olímpica, ao receber o prémio do COP, Pichardo havia agradecido «ao Comité Olímpico pela homenagem», bem como ao povo português. «Tem-me apoiado sempre. Quero agradecer também à minha equipa de trabalho: o meu pai, o fisio e o resto do staff.»