Paços de Ferreira empata aos 90+6 e com menos um em campo
O Paços de Ferreira foi empatar a casa da Oliveirense (2-2) na jornada 7 da Liga 2, mesmo jogando os últimos 20 minutos com menos um jogador, por expulsão de João Pinto, por duplo amarelo.
O jogo começou de forma eletrizante. João Silva fugiu pela direita, olhou para a área e cruzou rasteiro. Pedro Martelo falhou o desvio e apareceu Bruno Silva a fazer o 1-0 para a Oliveirense. Terceiro jogo seguido a marcar para o número 10, depois de o ter feito frente ao Académico de Viseu e Monção, este para a Taça de Portugal.
O Paços de Ferreira sentiu o impacto do golo, mas, pouco a pouco, foi tendo mais bola, com a Oliveirense a apostar em contra-ataques. Nem os cartões amarelos precoces de Costinha (aos 6’) e de Fernandinho (aos 16’) travavam a vontade pacense de crescer dentro da partida.
Aos 20’, o primeiro sinal de verdadeiro perigo da equipa de Filipe Cândido. Cruzamento de Costinha na esquerda, Diego Fernandes ia atacar a bola com perigo, aparecendo Frederico Namora a cortar, in-extremis, pela linha de fundo.
Este lance pareceu acordar, de algum modo, a Oliveirense. A equipa de Jorge Pinto passou a ter mais bola e a andar mais perto da baliza de Marafona, desenhando contra-ataques rápidos, incisivos, prontos a ferir, embora o Paços não se vergasse. Porém, entre os 25’ e os 35’, o jogo ficaria partido. Sem grandes oportunidades de golo, é certo, mas sem nenhuma equipa a mostrar-se superior à outra.
Logo a seguir, azar para o Paços de Ferreira. O ponta de lança Diego Fernandes lesiona-se e João Victor tem de entrar ao minuto 37’.
O intervalo chegou com a Oliveirense em vantagem, mas com o Paços a mostrar-se ambicioso na procura de golos.
Com Fernandinho amarelado, Filipe Cândido mexeu no meio-campo, fazendo entrar Nito Gomes. E o treinador pacense não ficou por esta troca. Substituiu ainda Nuno Cunha por João Caiado. A ideia era andar mais perto da baliza de Ricardo Ribeiro. Jorge Pinto, ao invés, não mexeu no onze.
O jogo, no entanto, continuou equilibrado e sem grandes oportunidades de golo. O primeiro momento de algum frisson surgiu aos 63’, quando Bura, de cabeça, rematou com algum perigo para defesa segura de Marafona. O lance seria invalidado por falta de Bura sobre João Caiado.
Aos 66’, João Pinto viu um cartão amarelo. Era o quinto para o Paços de Ferreira e, minutos antes, Gonçalo Cardoso poderia ter visto o segundo, mas o árbitro Anzhony Rodrigues condescendeu e não o puniu. Filipe Cândido não quis arriscar mais e, três minutos depois, substituiu Gonçalo Cardoso pelo experiente Tiago Ferreira.
Antes, porém, um grande momento: João Victor recebeu a bola a meio do meio-campo da Oliveirense, passou por três adversários e, à entrada da área, rematou forte de pé esquerdo e fez o empate. Grande golo!
Pouco depois, aos 76’, o Paços fica reduzido a dez homens. Seis minutos antes, João Pinto vira um primeiro cartão amarelo e, após falta perto da sua área, viu o segundo. Azar para o número 13 pacense. Há dois meses, na receção ao Vizela, na jornada de abertura, fora igualmente expulso.
E, na sequência, aos 81’, novo erro da equipa de Filipe Cândido. Tiago Silva remata de muito longe, Marafona tenta defender, a bola bate-lhe no peito, ressalta para a frente e Pedro Martelo, com a oposição de Rafael Vieira, recoloca a equipa na frente do marcador: grande martelada dos pacenses e já perto do final do jogo.
Com menos um homem e a perder, teria o Paços capacidade para voltar a lutar pelo empate? Teve. Rafael Vieira, de muito longe, lança a bola para a área da Oliveirense. O guarda-redes Ricardo Ribeiro e o central Frederico Namora parecem ter o lance controlado, mas surge João Caiado, quase na pequena área, a confundir a dupla da Oliveirense e a bola entra sem que mais ninguém lhe toque. O golo foi mesmo de Rafael Vieira.
E instantes depois o jogo terminou.
No final, Jorge Pinto, treinador da Oliveirense, estava desconsolado: «Resultado injusto. Entrámos bem, controlámos os corredores e depois houve aquele golo esquisito no final, que nos tira dois pontos. Estivemos sempre sempre mais por cima do jogo.»
Por sua vez, Filipe Cândido, técnico do Paços de Ferreira, falou de entrada a dormir: «Tivemos tantas adversidades que a minha primeira palavra vai para este grupo, de jogadores. Nunca nos entregamos! Nunca! No jogo anterior acabámos com 9, agora com 10. Queríamos muito vencer. Mas entrámos mal, a dormir e não pode acontecer. Está difícil ganharmos, mas não é fácil baterem-nos!»
Na próxima jornada, o Paços de Ferreira recebe o Portimonense e a Oliveirense desloca-se a casa do UD Leiria (jogo em atraso da jornada 6).