Emma Raducanu
Emma Raducanu - Foto: IMAGO

«O que me assustou foi ver uma fotografia minha e eu não ter visto os paparazzi»

Em entrevista ao The Guardian, Raducanu recordou o episódio que viveu com um 'stalker' no início do ano e falou sobre a visibilidade pública que tem

Emma Raducanu passou por um susto no início do ano, quando foi perseguida por um homem que a levou até a chorar em campo num encontro com Karolina Muchova, no Open do Dubai, em fevereiro.

A tenista britânica admitiu que passou um mau bocado em termos mentais, que a levaram até a ter receio de andar na rua e a baixar o pescoço para tapar a cara. No entanto, garante agora, esse medo está ultrapassado.

«Agora já não. O meu pescoço já não me dói tanto. Já não olho tanto para baixo. Tenho melhor postura», diz, a rir. «Mas penso: 'OK, e então? Vão ver-me no metro?' Não é nada de mau», afirmou, ao The Guardian.

«Sinceramente, já superei isso», disse depois, sobre o incidente no início do ano. «O que me assustou foi ver uma fotografia minha em Londres, e eu não vi os 'paps' [paparazzi]. Estava com os meus dois melhores amigos. Aconteceu na semana passada, e era um artigo de um tablóide a dizer que eu tinha um novo namorado ou algo do género. Mas é literalmente o irmão da minha melhor amiga. Eu pensei: 'Vá lá, pessoal. Sejam melhores. Isto não é verdade'. Estava com o irmão da minha melhor amiga, íamos ver o râguebi. E, claro, cortaram a minha melhor amiga da foto. Estava só eu e este rapaz, e eu simplesmente não vi os 'paps'. Isso é obviamente assustador. Sabem, quando pensamos: 'Eu não os vi. Como é que tiraram esta foto?' Mas, fora isso, sinto-me bem porque há sempre alguém a proteger-me», confessou depois.

«Se virem todos os melhores jogadores a lamentarem-se do calendário, não creio que isso seja muito inspirador»

Sobre a questão do calendário anual do circuito, que tanta polémica deu esta época, com vários jogadores a reclamarem publicamente, Raducanu tem uma visão diferente.

«Penso que é um desafio. Não creio que seja necessariamente algo de que nos devamos queixar, porque é a realidade que temos. E também ganhamos muito bem a vida. Claro que nem tudo é glamoroso. Há momentos em que é muito difícil e estamos esgotados mental, fisicamente, dói-nos tudo. Mas, ao mesmo tempo, o que podemos fazer?», questionou.

«Tenho a certeza de que há pessoas que vão trabalhar e os seus chefes mandam-nas fazer algo, e elas têm de o fazer, é o seu trabalho. Se adotarmos uma postura sem queixas, penso que é um exemplo melhor para quem nos vê, para os jovens que querem entrar no ténis. Se virem todos os melhores jogadores a lamentarem-se do calendário, não creio que isso seja muito inspirador», atirou.