«O Mateus evoluiu muito nos últimos anos»
Adriano Mide, pai de Mateus, foi jogador de futsal. Chegou a Portugal vindo do Brasil para jogar no Miramar, passando depois por Famalicense, Freixieiro, Associação Jorge Antunes, Rio Ave, Ko Wong Meng (China) e terminando a carreira no Póvoa Futsal, em 2016/2017. A BOLA conversou com ele, já no Porto, horas depois de ter regressado do Qatar, e Adriano mostrava-se naturalmente feliz com a conquista do filho: «É sempre um orgulho ter um filho que conquistou em tão pouco tempo tudo o que conquistou este ano. O Mateus sempre foi humilde desde pequeno, irreverente e muito ativo, e desde cedo a bola foi a sua paixão. Não começou no futsal, ao contrário de mim. Quando começou a praticar desporto, com cerca de quatro anos, eu estava na China, onde joguei durante dois anos. O Mateus começou a jogar no Dragon Force».
Tendo em conta a evolução do filho nos últimos anos, seria de esperar um desempenho tão bom no Mundial? Adriano explica: «Como treinador que sou hoje, vi a evolução dele nos últimos anos, que foi muito grande. Sempre deu resposta, muitas vezes ultrapassando as expectativas do projeto delineado para ele, pelos clubes e treinadores. Acreditei nele porque essa evolução já tinha ficado demonstrada no Europeu. Ele não foi o melhor jogador do Europeu, mas foi uma peça fundamental na equipa para a conquista do título. Sempre acreditei que, a qualquer momento, chegaria a hora dele de estar entre os melhores do mundo ou da Europa. No Europeu, foi ainda mais evidente a força do conjunto, que é o ponto mais forte da seleção. Acabou por ser o capitão Quintas o melhor jogador da competição, e por mérito. O Mateus fez um campeonato regular, longo e com muitas equipas, mas dentro das suas qualidades, esteve à altura. Sempre acreditei que chegaria o momento dele. Não sabia se seria este ano ou no próximo, mas aconteceu este ano».
Quando questionado sobre as características mais fortes do filho e aquilo que ainda pode melhorar, Adriano Mide responde: «Acho que todos temos sempre muito para melhorar em todas as áreas, e no desporto não é diferente. Mas o que ele tem mais forte é o facto de ser um jogador de equipa. Consegue colocar o desempenho individual em prol da equipa, ajuda os colegas e tem uma leitura de jogo acima da média em todos os momentos. Essa capacidade de antecipação é, na minha opinião, o ponto mais forte dele».
Sobre a possibilidade de Mateus chegar à equipa principal do FC Porto, o pai mantém os pés no chão: «Temos que viver o momento. A expectativa é sempre chegar a um grande clube, como o FC Porto, à equipa A, mas ele ainda só tem 17 anos, é jovem e tem um caminho longo pela frente. Se continuar a dedicar-se como tem feito, acredito que poderá chegar lá».