O lamento de Rice após noite mágica: «Não tenho a sorte de ter o número dele»

Declan Rice, o herói do Arsenal nos quartos-de-final da UEFA Champions League (3-0 com o Real Madrid), confessou que o seu telemóvel foi inundado com mensagens de felicitações. «Ficou louco, explodiu! Não recebi uma mensagem do David Beckham - não tenho a sorte de ter o número dele!, disse o autor dos dois golos fantásticos de livre direto, que fizeram lembra os do compatriota. E mais: desde David Beckham em 2003, nenhum outro compatriota tinha marcado de livre direto na Liga dos Campeões.

O jogador explcou depois os dois golos, não conseguindo escolher um preferido.

«O primeiro golo foi um momento alto. Vi o espaço à volta do lado de fora da barreira. Estávamos a ter uma pequena discussão e o Martin [Odegaard] disse para cruzar. Mas eu disse: 'Não faz sentido cruzar'. E o Bukayo disse: 'Se estás a sentir, bate'», continuou. Curiosamente, foi também contra o conselho do treinador e bolas paradas, Nicolas Jover. «Eu vi que ele estava a dizer-me para cruzar. Depois a bola entrou e ele até reclamou os louros», brincou.

Depois o segundo, que entrou no angulo de topo da baliza. «Gostei dos dois. Toda a gente diz que o segundo é melhor. Não me tinha apercebido da distância a que estava. O Martin ia tocá-la para mim, mas o [Kylian] Mbappé estava demasiado perto. Já tinha praticado muito e fui em frente. Não havia nada a perder e estava com a confiança do primeiro. Meti o pé na bola. Não me vou gabar, mas marcar dois golos contra o Real Madrid...», explicou ainda.

«É um momento mágico. As pessoas dizem-me para rematar mais, por isso tenho de entrar na mentalidade de querer marcar mais golos. Tenho capacidade para isso e tenho de me lembrar disso», reconheceu.

A antiga estrela do Real Madrid, Clarence Seedorf (159 jogos, 20 golos, entre 1996 e 2000), elogiou a qualidade técnica de Declan Rice, mas também teve algo a apontar ao guarda-redes madrileno.

«O Rice leu bem a jogada, viu o espaço. O Courtois fez mal a barreira, apenas quatro jogadores, demasiado espaço. Mas ainda assim era preciso rematar bem. O mérito dele é ter aproveitado. A confiança que teve no livre direto momentos antes, onde colocou a bola, nem o Super-Homem a defenderia!»

O Real Madrid não sofria um golo de livre direto num jogo fora de casa na Liga dos Campeões há quase 20 anos, desde o remate de Juninho Pernambucano pelo Lyon, a 13 de setembro de 2005.