Deco, diretor desportivo do Barcelona (Foto ANDIF)

O Barcelona não aprende e voltou a levar baile

'Remate de letra' é o espaço de opinião semanal de Hugo Vasconcelos

Na época passada pensávamos em dois jogadores para melhorar: Olmo e Williams. Desde o primeiro momento Olmo quis vir para o Barça e mostrou confiança no projeto e foi mais fácil. Nico não.

Deco, diretor desportivo do Barcelona, à RAC1, em maio deste ano

Há um ano, após brilhante Europeu, Nico Williams tornou-se o grande alvo do Barcelona para 2024/2025, mais até que Dani Olmo, que também brilhou na seleção espanhola.

O problema: o Athletic Bilbao não tinha vontade de negociar. Teoricamente isso não seria problema, Nico tinha uma cláusula de rescisão comportável, de 58 milhões de euros. Bastaria depositar esse dinheiro e levar o extremo. Só que o Barça não o tinha.

Pior — limitado pelo incumprimento do fair play financeiro da LaLiga, dificilmente poderia contratar os dois craques, Nico Williams e Dani Olmo, e não era certo que pudesse inscrevê-los (conseguiu ir buscar Olmo, mas a inscrição foi suspensa em janeiro e só com recurso aos tribunais o Barça conseguiu continuar a utilizá-lo). Nico, claro, ficou em Bilbau.

Há dois meses, Deco criticou-o por não ter feito tudo o que podia para ir para Barcelona. Ainda assim, voltou à carga. O Barça continua sem dinheiro, mas acredita que só pelo nome convencerá jogadores. Mas entre os que foram contratados e só semanas ou meses depois puderam ser inscritos e jogar e os que assinaram para meses depois serem pressionados a sair ou a baixar ordenados, cada vez mais o mundo do futebol percebe que o Camp Nou não é um destino tão apetecível.

Nico, entretanto, deu baile ao Barça e aproveitou o interesse para assinar contrato milionário com o Athletic. Que os culés tenham ficado chocados é, na verdade, o mais chocante. 

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