Muito Hjulmand e pouco dérbi: tudo o que disse Rui Borges
Esta semana a preocupação foi passar a mensagem de não pensar no dérbi mas sim no Gil Vicente?
O nosso discurso tem sido sempre esse de olhar para o próximo jogo. Não vale a pena olhar ao futuro, nem olhar ao passado, é olhar para o presente e focarmo-nos naquilo que é o Gil Vicente. É uma equipa que vem de duas vitórias, sem sofrer golos, que está motivada e que quase que garantiu a presença na Liga na próxima época. Uma equipa que virá tranquila, derivado também desses bons resultados nos últimos dois jogos. Uma equipa que faz mais golos fora e que nos últimos três jogos fora não perdeu. Temos de estar em alerta com todas essas contingências daquilo que é o adversário. Temos de ser sérios, focados e concentrados e tudo aquilo que temos sido nos últimos jogos. Temos crescido a todos os níveis, táticos, técnicos, físicos, e temos de manter esse patamar que temos conseguido e exigir sempre um pouco mais. Não adianta pensar muito no futuro. É pensar que temos que fazer tudo para ganhar este jogo e depois sim pensarmos no próximo.
O Hjulmand vai a jogo frente Gil Vicente?
O Morten e o Matheus, que vocês pegaram muito durante a semana por estarem à bica, estão convocados para o jogo. É isso que eu posso dizer. São jogadores que estão disponíveis e que estão dentro da convocatória.
Olhando especificamente para o caso de Hjulmand, vai arriscar que possa ver um amarelo e falhe o dérbi?
Não me levem a mal, mas não vou estar aqui a dizer a equipa que joga, porque nunca o disse e nem vou fazer, seja com o Viktor, seja com o Hjulmand, seja com quem for. É um jogador que está convocado, está disponível para o jogo e é uma decisão que fica para nós enquanto equipa técnica. Vamos olhar para o jogo da melhor forma, para querer disputá-lo e querer ganhá-lo, independentemente de quem jogue. É esse o nosso foco, independentemente do Hjulmand ou não. Ele está consciente, estamos a falar de jogadores que jogam no Sporting. Ele é um jogador muito competitivo, tem levado mais cartões e isso faz parte do jogo. O futebol é isso mesmo e nós temos que lidar com isso. Entraremos com 11 jogadores com toda a certeza e vamos ser competentes, que é isso que queremos e desejamos sempre.
Gil Vicenteprecisa apenas de um ponto para a permanência. Isso pode ser perigoso para o Sporting?
Acima de tudo acredito que virá um Gil Vicente tranquilo. O seu treinador diz várias vezes que gosta de valorizar o jogo, por isso é uma equipa que gosta de jogar, gosta de ter bola. É uma equipa que jogará sem a pressão dos pontos, o que leva a que os jogadores fiquem mais desinibidos, que se calhar não falhem tanto e que a pressão não seja tanta. Temos de olhar para o Gil Vicente por aquilo que tem sido ao longo do tempo. Vem de duas vitórias e é uma equipa que vem moralizada, que defensivamente tem estado muito mais organizada, muito mais coesa e nós temos que arranjar forma de ultrapassar essa barreira defensiva. Acredito que em alguns momentos seja uma equipa que também irá pressionar o Sporting, e nós temos que estar preparados para todos esses momentos de jogo.
Espera que no final do jogo, o treinador do Gil Vicente, César Peixoto, lhe diga, como disse a Bruno Lages, e passo a citar: «Espero que sejas campeão.»
Não espero nada. Espero respeito só de um lado e de outro, que é o que faço com todos os treinadores. E farei amanhã com ele também. Não tenho de esperar nada, espero sim um Gil Vicente forte e desinibido em Alvalade. Nós temos de estar conscientes das dificuldades, saber o que temos de fazer para passar o Gil Vicente, que tem jogadores jovens que querem aparecer. Temos de estar mais preparados para isso do que para aquilo que estou à espera ou não do treinador adversário em termos pessoais.»
Como consegue garantir que o dérbi não está na cabeça dos jogadores?
O Sporting está a preparar o jogo do Gil, isso é claro, e na cabeça dos jogadores também acredito que sim, porque é a resposta que eles têm dado. Não estão focados no futuro e nem podem. Dependemos apenas e só de nós e o jogo mais importante é o Gil Vicente. Não adianta pensar no Benfica. O Gil é o jogo mais importante e se em algum momento estivermos com a cabeça no futuro isso vai sair-nos caro. Todos os jogos são decisivos nesta fase do campeonato.
Se o Hjulmand não jogar não tem a ver com o dérbi?
Vou pensar no jogo de amanhã, independentemente do Hjulmand jogar ou não. É opção minha, nossa, enquanto treinadores. Depois a análise é para o lado que vocês quiserem levar. Se eu o colocar ou não a jogar, é para o lado que vocês quiserem levar. Se quiserem levar para a parte do pensar no dérbi levem para essa parte. Eu levo para aquilo que é o jogo e, acima de tudo, para aquilo que é a confiança que tenho no grupo, naqueles jogadores que também estão a voltar, como é o caso do Morita e do Pote. São jogadores importantes e que só estamos a conseguir tê-los melhor neste momento. São jogadores em que confio também. A equipa está focada, seja com o Hjulmand, com o Morita ou com o Pote. Goleada? Acredito que pode ser decisivo, mas na minha cabeça não está essa decisão. Está a decisão de ganhar, porque se ganharmos não precisamos dos golos. Só dependemos de nós. Apesar de serem jogos todos difíceis, de irmos jogar a casa do rival, é certo que só dependemos de nós.
Na preparação do jogo pensou que o Hjulmand tem 8 amarelos? Se fosse o jogador gostaria de ser gerido neste jogo para jogar o dérbi da Luz?
Eu não vou responder pelo Hjulmand. Para ser o mais honesto possível, é lógico que nós olhamos sempre para tudo e não fugimos a isso. E é importante olhar para todos esses factores que existem no jogo. Há uma comunicação interna naquilo que é líder, equipa, jogadores... E não é só nos cartões. É em tudo. Sou um treinador que gosta de ouvir a opinião dos jogadores, porque são eles que correm por mim, não sou eu que corro por eles. Se ele não estiver do meu lado, se não acreditarem, não vale nada o que eu disser. Naquilo que é a minha liderança, e se calhar é algo que me trouxe até ao Sporting, há uma comunicação interna e vamos tomar a melhor decisão para o jogo de amanhã. Toda a gente sabe que ele é um jogador muito competitivo, tem levado cartões por ser competitivo e vive o jogo demasiado em alguns momentos. Há coisas que não conseguimos mudar. É personalidade, é carácter. É um jogador muito importante para aquilo que é a equipa. Agora, em conjunto, tomaremos a melhor decisão.
Sentiu necessidade de desligar os jogadores do jogo com o Benfica?
Aquilo que tem sido passado ao longo das semanas é focarmo-nos no próximo jogo e o que eu sinto é que a equipa está ligada no próximo jogo. No Gil. Tem noção que para chegarmos ao Benfica nós precisamos ainda de ganhar ao Gil. Sinto a equipa muito focada no Gil. Está motivada, com a energia boa e isso sente-se em jogo, juntamente com aquilo que é a energia que os nossos adeptos têm passado. Alvalade está esgotado e que seja como tem sido.
Essa decisão do Morten, e dos outros jogadores gerirem os cartões é tomada pelos jogadores ou pela estrutura? Muda muito a estratégia?
Naquilo que é a estratégia não muda muito. Muda um bocado naquilo que é a característica dos jogadores que possam ou não jogar. O Morten dá umas coisas, outro jogador dá outras coisas. Não tem nada a ver com o título pois vamos jogar com 11 jogadores. Seja com o Morten ou não seja com o Morten. Seja na Luz ou não seja. Seja com o Gil ou não. Eu gosto de ouvir o jogador mas a decisão é minha. Eu era incapaz de pedir a um jogador para ser expulso. Isso não faz qualquer sentido. Tomaremos a melhor decisão. Vou-me queixar senão tiver o Morten neste fase? Nada disso.